5.5.12

Revolução Alemã de 1918-1919



Por Emerson Santiago



A revolução alemã de 1918-1919 (em alemão: Novemberrevolution) um conflito de cunho civil e de inspiração política na Alemanha ao final da Primeira Guerra Mundial. O movimento durou de novembro de 1918 até o estabelecimento formal da República de Weimar, em agosto de 1919, terminando de forma pacífica.



A 28 outubro de 1918, pouco antes do final da guerra, os almirantes Franz von Hipper e Reinhardt Scheer, planejavam enviar sua frota para uma última batalha contra a marinha britânica no Canal da Mancha. Os marinheiros baseados em Wilhelmshaven recusam-se a entrar a bordo de seus navios. No dia seguinte o mesmo ocorre em Kiel, quando os marinheiros de lá também se recusam a obedecer às ordens. É este o marco inicial da revolução.

A 6 de novembro o movimento se espalha para a Frente Ocidental e todas as grandes cidades e portos da Alemanha. No dia 7, Kurt Eisner, líder do Partido Independente Socialista funda a República Soviética da Baviera, e o rei local, Ludwig III, abdica. Dois dias depois o kaiser Guilherme II segue os passos de seu colega bávaro e também abdica ao trono do Reich, seguido por seu chanceler Max von Baden, cuja última tarefa no exercício do poder será entregar o poder a Friedrich Ebert, líder do Partido Social-Democrata, o que resulta na prática na extinção do Império Alemão e na instalação da República de Weimar (oficialmente, o país ainda manteria o nome Deutsches Reich, ou “Reino Alemão”, apesar de constituir-se agora em república; o nome “República de Weimar” é na verdade um termo cunhado pelos historiadores para referir-se ao estado surgido após a Primeira Guerra Mundial, pois nessa cidade foi formada a assembleia constitucional da primeira república alemã).

Todas estas dramáticas mudanças ocorridas em poucos dias são explicadas obviamente pela derrota na guerra, que trouxe uma enorme recessão econômica, perdas financeiras, destruição de boa parte da infraestrutura do país, o que também afeta drasticamente a oferta de empregos e distribuição de bens essenciais, tudo isso sem mencionar as pesadas condições impostas ao país ao assinar o Tratado de Versalhes, documento que formalizava sua rendição aos aliados. A Alemanha estava mergulhada no caos político e social.

Logo os motins dos marinheiros dão força aos militantes comunistas, com destaque para Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo (Rosalia Luxemburg), fundadores, com outros militantes, da Liga Espartaquista em 1915, núcleo do partido comunista alemão (KPD), que surgiria em 1918. Estes radicais, dissidentes do Partido Social-Democrata, tinham em mente derrubar a república e instalar um regime similar ao que se inaugurava na Rússia. Aproveitando-se de uma revolta popular iniciada em janeiro de 1919, os comunistas, entre eles Liebknecht e Luxemburgo, dão início ao Levante Espartaquista, que termina suprimido e com seus líderes assassinados ou sumariamente executados.

Os Social-Democratas conseguem estabelecer um arranjo entre a direita conservadora e a esquerda em sua maioria, e instalam uma assembleia nacional no mesmo ano, oficializando a república, sufocando outros focos de revolta como os da Baviera e dando início à República de Weimar.

Bibliografia:
The German Revolution of 1918-1919: “It was the first songless revolution in history” (em inglês). Disponível em <http://theearthisdying.wordpress.com/2010/11/16/the-german-revolution-of-1918-1919-it-was-the-first-songless-revolution-in-history/>.
Acesso em: 22 abr. 2012.

German Revolution (em inglês). Disponível em <http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/GERrevolution.htm>. Acesso em: 22 abr. 2012.


Fonte: