23.10.20
Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Linha Gótica
A FORÇA EXPEDICIONARIA BRASILEIRA (FEB), com 25.334 militares e comandada pelo General João Baptista Mascarenhas de Moraes, chegou à Itália entre 2 de julho de 1944 e 9 de fevereiro de 1945. A FEB era composta pela 1ª Divisão de Infantaria Brasileira e pela 1st Fighter Aviation Group, equipado com aeronave P47 Thunderbolt. Faltava equipamento, o uniforme de serviço de infantaria não era adequado para os climas frios e neve que eles encontrariam nos Apeninos - muitos deles nunca o tinham visto e nunca tiveram que suportar temperaturas de 20 graus abaixo. zero - e também era muito semelhante ao dos soldados alemães. As tropas brasileiras, assim que desembarcaram em Nápoles, foram totalmente reequipadas e treinadas pelos americanos.
As unidades da FEB foram implantadas em 5 de novembro de 1944 na área abaixo do Monte Castello, imediatamente a leste do Monte Belvedere, reduto da segunda linha profunda da Linha Verde, originalmente chamada de Linha Gótica, defendida pela 232ª Divisão de Infantaria Alemã composta por especialistas veteranos da frente russa. O primeiro assalto de militares brasileiros às defesas de Monte Castello, na noite entre 28 e 29 de novembro, causou a perda de 190 mortos, feridos e desaparecidos. Um segundo ataque, lançado em 12 de dezembro, resultou na perda de 250 soldados, incluindo mortos, feridos e desaparecidos.
Em fevereiro de 1945, a 10ª Divisão Americana de Montanha, a primeira e única divisão americana de tropas alpinas, formada por montanhistas e escaladores experientes e treinados, entrou na linha, que, como parte da operação Encore, atacou com sucesso os postos de observação do Artilharia alemã no Monti della Riva na noite entre 18 e 19 de fevereiro e, em 23 de 19 de fevereiro de três direções diferentes, o reduto alemão de Monte Belvedere. Enquanto os americanos avançavam em direção ao Monte della Torraccia, no território de Iola di Montese, às 5h30 do dia 21 de fevereiro os soldados da divisão brasileira foram ao ataque ao Monte Castello e, após lutas violentas, no final da tarde conquistaram o cume enquanto os alemães recuaram ao longo da estrada em direção à cidade de Castel d'Aiano que será ocupada pelos americanos no dia 5 de março. O ataque dos pracinhas (como eram carinhosamente chamados os soldados brasileiros) foi apoiado pelo 1º Grupo de Caças Brasileiro.
Após uma estabilização da frente por cerca de quarenta dias, a Ofensiva da Primavera começa em 14 de abril, que levará ao rompimento de todas as defesas alemãs tanto nos Apeninos quanto nas planícies e uma corrida para o vale do Pó e o rio Pó. paraA divisão de infantaria brasileira foi implantada à esquerda da formação ofensiva com a tarefa de tomar a cidade de Montese e as duas colinas, Monte Buffone e Montello, que a dominam. Foi uma luta muito dura, travada entre os dias 14 e 18 de abril de casa em casa, e, ao final da batalha, a ocupação de Montese causou 34 mortos, 382 feridos e 10 desaparecidos nas fileiras brasileiras. Em 17 de abril, o 3º batalhão do 6º regimento chegou a Montebuffone, mas nunca conseguiu atingir a altitude mais alta. Quando o batalhão se viu exausto após a perda de dezenas de homens, o comando brasileiro decidiu suspender o ataque e manter as posições alcançadas. Em 18 de abril o comando alemão percebeu que o avanço das tropas americanas de 10 paraA divisão de Montagna no lado em direção a Rocca di Roffeno arriscou cercar as forças alemãs e, portanto, decidiu se desvencilhar das colinas acima de Montese e se retirar. Montese foi "palco da mais árdua e sangrenta vitória do exército brasileiro na Itália".
Alemães, após terem abandonado as posições nas montanhas acima de Montese, retiraram-se em direção a Zocca, continuando a bombardear as linhas brasileiras com tiros de artilharia. Zocca é libertado pelos brasileiros em 21 de abril, que chegará à estrada do vale no dia 22. Em 23 de abril elementos do 6º regimento entram em Marano e elementos do 11º regimento entram em Vignola. Os dois regimentos dirigem-se então para Piacenza, ao longo do sopé, capturando, no vale do Rio Taro (Fornovo), o que restou da 90ª Divisão Italiana e seu comandante General Mario Carloni e a 148ª Divisão de Infantaria Alemã e seu Comandante Geral Otto Fretter Pico. O fim da guerra na Itália vê a FEB rumo a Alessandria. O saldo final das operações ultramarinas da Força Expedicionária Brasileira reporta a 25.
Bibliografia:
- “A II guerra mundial .. O Brasil e Monte Castello” Memória do Exército Brasileiro e do Jornal do Brasil. Editado por: Fundação Armando Alvares Penteado Edição: outubro de 2005.
- Do Brasil a Montês ... história, memória e amizade 1943 - 2008. Edição: 2008
- Cronologia da 10ª Divisão de Montanha Americana na Segunda Guerra Mundial. Editado por John Imbrie traduzido por Andrea e Giuliano Gandolfi Edição 2013.