A construção da História e História Local: Desafios ao Professor
Neri de Paula Carneiro – neri.car@hotmail.com
Propondo um problema
Existem várias formas de se conhecer algo. Da mesma forma que existem várias formas de representar esse conhecimento. Pode-se conhecer indiretamente, através do que outros disseram. É o que fazemos na maioria das vezes. Quase nunca verificamos por nós mesmos. Quase sempre confiamos no que outros nos apresentam. É o que fazemos ao utilizar o livro didático. Nós não estamos nesse material. Apenas transmitimos aos alunos aquilo que outra pessoa pensou, pesquisou e apresentou. Por isso dizemos que sua utilização é alienante pois, em geral, nos limitamos àquilo que está no livro; inclusive os exercícios desenvolvidos em sala de aula não são nossos, mas reprodução do livro. Chega-se ao absurdo de alguns professores arrancarem as páginas em que se encontram as respostas dos exercícios...
Essa é uma forma de se conhecer algo: reproduzindo o que já existe. Mas podemos desenvolver outro modelo de conhecimento, como o que nasce da pesquisa. Mesmo no ensino fundamental isso é possível. E quando se trata do estudo e ensino da História Local vale o mesmo raciocínio. Principalmente porque, embora possa parecer algo fácil, este não é um trabalho tão simples como pode parecer à primeira vista. Exige mais do que um professor lendo algumas informações num livro qualquer ou numa apostila fotocopiada.
Infelizmente a prática, cotidiana de muitos professores é esta: com muito boa vontade, mas com pouca informação os professores se valem de livros questionáveis ou de textos avulsos, fotocopiados. Sabendo que, em geral, ambos – livro e apostila – são reproduções de outras reproduções, que em geral não nasceram de pesquisas historiográficas. De modo geral tanto o autor dos livros sobre nossas cidades como os compiladores das apostilas, utilizam o mesmo processo: selecionam alguns aspectos do que consideram interessante. O critério é o fato de estar escrito ou já apostilado. Entretanto como em todas as áreas do conhecimento, o professor de História Local, antes de ir, à sala de aula precisa estudar.
O que entendemos quando falamos em História Local? A qual local estamos nos referindo? A história é uma ciência que se preocupa com os fatos e realizações; portanto tem a ver com o tempo. O local é uma indicação espacial; sendo uma delimitação espacial, poderia se dizer que se trata de algo próprio da geografia física. Por esse motivo o estudo-ensino da História Local precisa ser contextualizada espaço-temporalmente. Caso contrário ou se privilegiará a história factual, em detrimento do contexto ou se privilegiará a região, como algo indefinido, pois se estará estudando um conceito geográfico com critérios de história.
Volta-se, portanto à questão: o que estudar e como estudar-ensinar a História Local? O que se está propondo, aqui, é estudá-la a partir da contextualização do município: o local em que a criança se situa. Por isso a importância de relacionar o município com o estado, o país e o mundo. Mesmo aqui é importante ir além do que está no material didático. O professor precisa ter pleno domínio destes conhecimentos. Caso contrário, também este, será um estudo mecânico a ser feito por que está previsto no programa.
A história
O que responderíamos a alguém que nos perguntasse o que entendemos por história? A maioria de nós responderia que história é o estudo do passado. Essa resposta é, ao mesmo tempo correta e errada. Está correta porque o objeto de estudo da história é o passado; mas como não temos acesso ao passado, ele já não existe, fica-nos difícil seu estudo. Triste dilema enfrenta o historiador: estudar aquilo que lhe é inacessível.
Já que não tem acesso ao passado, o historiador o visita por meio de alguns retalhos que se esparramaram pelo tempo: documentos escritos, fotografias, mapas, jornais antigos... Além de monumentos, músicas, elementos da cultura, como roupa, festas... a pesquisa histórica não se faz imediatamente, mas mediada pelos documentos. Todos e quaisquer documentos, entretanto, por mais objetivos que sejam, não passam de retalhos do passado. Cabe ao historiador juntar as peças, procurando-lhes um significado. E para fazer essa junção das peças do quebra cabeça, o historiador se fundamenta em um método e em algum elemento teóricos sobre os qual fundamentará sua pesquisa e sua interpretação. Mesmo assim e apesar disso, o resultado será sempre uma interpretação e não o passado em si mesmo. Por isso a história não é um resgate do passado, mas um olhar que se desenvolve a partir do presente, com uma metodologia específica. Será sempre uma interpretação...
Todos os sinais do passado, representados pelos documentos, não são importantes por si mesmos, mas porque representam aspectos de alguma sociedade, dentro de um espaço e num tempo determinados. Por isso é que falamos em história de Roma antiga, da Grécia homérica, do Brasil colônia, da América pré-colombiana. Com base nisso é que podemos falar em história de Rondônia ou da cidade em que vivemos.
Quando falamos em história, não estamos nos referindo aos fatos ou às datas dos livros de história, mas à própria vida da sociedade que produziu os documentos mencionados no contexto estudado ou mencionado no livro. Esses fatos retratam alguns aspectos do dia-a-dia ou das relações sociais da sociedade estudada. A história, portanto será a história das relações humanas. Aquilo que as pessoas realizam, vivenciam, constroem e sentem. Essa história a ser estudada pode representar os comportamentos, as relações econômicas, as posturas políticas... os estilos de vida e de comportamento das sociedades. E, para fazer esse estudo, utilizamos os documentos, os quais podem apresentar-se a nós de forma física, como um texto de um jornal, uma fotografia, uma placa de inauguração de uma escola, ou um documento oficial, datando a criação dessa escola; ou representar elementos da cultura, como uma música ou um determinado prato típico de uma região, uma festa popular. O estudo da história pode ser desenvolvido a partir desses elementos ou do seu entrelaçamento, buscando os pontos convergentes entre a placa, a fotografia e o documento oficial...
Lembrando que os elementos da cultura tanto podem provir de manifestações já cristalizadas e que se manifestam nas diferentes práticas e posturas sociais: festas, costumes, lendas, elementos da culinária ou do folclore, eventos... e nos depoimentos das pessoas. E quando falamos em História Local podemos nos valer da memória das pessoas envolvidas na localidade; podemos nos fundamentar nas falas dos personagens mais antigos e que, portanto, possuem um maior volume de experiência de vida naquela comunidade. Isso implica dizer, e repetir, que estudamos não o fato em si, mas a interpretação dos fatos. Sendo interpretação, a história será sempre uma versão do fato.
A primeira interpretação será aquela feita por quem viveu ou teve acesso ao fato e o absorveu a partir de seus condicionamentos e expectativas de vida. Aqui a pergunta de fundo deveria ser: por que o informante apresenta esta versão do fato? Porque ele se recorda desse aspecto ou deste fato? A segunda interpretação será aquela feita pelo pesquisador a partir das informações fornecidas por quem viveu o fato. Mesmo munido de uma metodologia ou de uma base teórica válida, podemos indagar: o que leva o pesquisador a se valer deste e não de outro suporte teórico? Porque selecionou estes e não outros elementos para analisar? Em todos os casos o historiador trabalha a partir de uma ideologia e de forma indireta, trabalha a partir das interpretações que produzem o documento. Por isso repetimos: A história é, sempre, uma versão do passado inacessível. É a versão possível.
O tempo e a história
As reflexões acima são necessárias, mas devem ser complementadas com as que se seguem. E por um motivo simples: um dos elementos imprescindíveis para a história é o tempo. Sendo um elemento essencial para a história, precisamos entendê-lo a partir dos princípios da história. E o primeiro ponto a ser esclarecido é a afirmação de que o tempo histórico, não tem o mesmo significado do nosso tempo sucessivo e diário. Nós, em geral, vivemos em função de três categorias do tempo: o ontem o hoje e o amanhã. E se observarmos bem perceberemos muitas pessoas passam a vida lamentando algo que lhes escapou e se perdeu no ontem e por causa disso raramente essas pessoas se preparam para o amanhã.
O que chamamos de ontem, hoje e amanhã, ou passado, presente e futuro são categorias temporais para as quais podemos apresentar mais alguns comentários. Brevíssimos comentários. O que é o passado? O presente? O futuro?
O passado pode ter existido, mas não existe mais. O que nos resta do passado são lembranças. Aquilo que a memória humana selecionou para preservar. Entretanto o que permanece na memória não é o passado, mas pequenos fiapos de algo perdido. A memória preserva apenas aspectos de algo que teve algum significado, mas não a coisa em si. Isso impõe a pergunta: para onde vai o que a memória não considerou relevante e, portanto, não registrou? O passado é uma categoria que usamos para falar de algo inexistente, algo que não podemos manipular. O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao futuro. Também inacessível, não por ter se perdido, mas por ser indefinido. O futuro são possibilidades, mas que ultrapassam nossa capacidade de acesso. Por mais que planejemos algo, sua realização será diferente do planejado, demonstrando a inacessibilidade do futuro. Entretanto, por paradoxal que pareça, passado e futuro se encontram no presente. Mas o que é o presente? Um instante tão fluído e vertiginosamente rápido que se torna imperceptível. Notemos que quando pretendemos observar o presente, esse instante se torna passado. Podemos dizer, a partir disso, que o presente é uma espécie de funil por onde o futuro atravessa para o passado.
O que isso significa para a história. Demonstra a inacessibilidade do passado. Demonstra a dificuldade de se trabalhar com o passado. Assim, se aquilo que resta do passado é o registro da memória ou do documento, o estudo do passado – a história – só pode ser feita como processo de interpretação. Como uma versão possível, mas que também admite a possibilidade de outras interpretações e versões.
E o tempo histórico? Como dissemos, para a história o tempo que ocupa a maior atenção é o ontem. Não o ontem das últimas 24 horas, mas um longo ciclo que se inicia no instante imediatamente passado e se prolonga por milhares de anos. A história quer saber, portanto, como se deu a evolução das realizações humanas para produzir o mundo em que nós nos encontramos hoje; ela quer saber como esse passado está interferindo em nosso presente e suas conseqüências para o futuro. E aqui outro ponto da sintonia do passado e futuro: o passado pode interferir no futuro, mas não o determina. E, novamente, nos deparamos com o eterno problema do historiador: o seu objeto de estudo, o passado, o ontem, é inatingível. Por isso dizemos que a história se dedica a estudar hoje algo que não está no presente, mas está representado e tematizado no documento.
A história quer saber onde estão as raízes dos atos e comportamentos que hoje manifestamos. Como e em que circunstâncias eles foram produzidos? Como e em que circunstâncias nos tornamos o que somos?
Periodização
Um dos sérios problemas para se estudar história são as datas. Muita gente, ainda pensa que as datas são o centro da história. Mas não. As datas são apenas instrumentos para a localização dos fatos; são convenções criadas para determinar o indeterminado, o tempo. O que importa para a história é o fato. O mais especificamente a interpretação que se pode fazer do fato.
Dessa forma, para não nos prendermos às datas e nem nos perdermos no tempo, nós as utilizamos como delimitadoras de espaços de tempo. Nós convencionamos a divisão de espaços temporais que denominamos de datas. Para estudar a história escolhemos fatos circunscritos a espaços de tempo convencionados e lhes conferimos algum significado. Do ponto de vista da história, procuramos adequar fatos e datas, procurando seu significado e sua localização no tempo convencionado. Dessa forma, quando pretendemos localizar um fato podemos procurá-lo utilizando uma Linha do Tempo que é uma forma, também convencionada, para a visualização de uma sucessão de eventos.
Para fazer isso colocamos numa linha traçada uma sucessão de datas relacionadas aos fatos em questão. Esse procedimento ajuda a visualizar algo intangível como tempo. Da mesma forma que em relação às datas e aos fatos históricos, aqui também não podemos nos esquecer que estamos utilizando um recurso didático. Um recurso que pode ajudar no entendimento dos conceitos de passado e presente, além da distância que nos separa dos fatos estudados.
Em termos de História Local, a ser estudada com crianças e adolescentes, este é um bom recurso a ser utilizado para melhorar a compreensão de conceitos de tempo, de passado e presente. No ensino fundamental pode-se construir com os estudantes uma linha do tempo representando suas vidas. E com isso mostrar que sua vida é a sua história. Pode-se mostrar, também, que sua vida e sua história estão relacionadas às vidas e histórias de outras pessoas e a outros fatos da localidade em que vivem, a qual por sua vez, está relacionada com a história da região, do país e do mundo. Ou seja, pode-se demonstrar que todas as histórias pessoais estão inter-relacionadas.
A linha do tempo é uma forma de fazer a periodização de alguns fatos. E isso ajuda a perceber o que aconteceu, em que época e o porquê desse acontecimento. Não esquecendo que se trata apenas de mais uma convenção e que o tempo e a história são muito mais do que isso...
Antes do Livro
Aqui a nossa preocupação é a História Local. Mesmo assim podemos nos indagar sobre como são as aulas em nossas escolas? Infelizmente e de modo geral, é isto que ocorre: o professor se reporta a materiais que já conhece; copia em seu caderno de anotações ou plano de aula as informações que considera relevantes e depois as transcreve para o quadro a fim de que o aluno copie no caderno. Os mais modernos copiam uma porção de folhas de algum material a que tem acesso e mandam os alunos para a “xerocadora”. Esse processo demonstra que o professor não tem conhecimento daquilo que está fazendo. Em nosso caso, como o professor desconhece a história, se estriba no livro, que já foi copiado de outro livro, copiando-o e reproduzindo-o. E, como não sabe, reproduz esse não saber no aluno que conclui as seqüências escolares sem aprender. Como nem o professor nem o aluno sabem muita coisa da História Local, ambos se mantêm no desconhecimento. Pois desconhecem a região.
Duas coisas são necessárias ao professor: primeiro desconfiar dos livros produzidos por curiosos; depois saber para onde voltar seus olhos. De qual região se está querendo estudar a história? Quando falamos do ensino fundamental a região não pode ser muito ampla, pois a noção do universal ainda está em se desenvolvendo no estudante. Olhando assim a História Local pode ser um auxilio na contextualização. Por isso é bom iniciar no mundo circunvizinho e gradativamente ampliar os horizontes. E em ralação aos livros disponíveis, verificar se o autor possui alguma formação histórica ou apenas reproduz por que viveu o fato ou ouviu falar... ou, pior ainda, apenas reconta o que está contado em outros livros.
Uma forma que pode ser eficiente é começar pelo espaço e tempo em que o estudante está situado e, lentamente, ampliar os horizontes: Rua, bairro (ou o sítio, a linha), município, estado e só depois introduzir as informações sobre Brasil e mundo. Isso implica dizer que se olha o mundo a partir do universo local.
Isso implica dizer que o ideal é começar não exatamente e somente com a história, mas com uma noção física de geografia. Uma forma de fazer isso é mostrar simultaneamente os mapas do município ao lado do mapa do estado, do Brasil e do mundo. Trata-se de ajudar na contextualização geográfica do universo da criança. Assim ela se perceberá em relação com o mundo e com as demais pessoas do mundo em que vive.
Além disso, outro ponto importante é o professor ter conhecimento e consciência de que a História Local é um universo que não está nem no livro e menos ainda nas apostilas compiladas a partir de livros limitados, copiados e que não nasceram de pesquisas. A História Local é a própria vida da população que formou e mantém a localidade.
O mundo da criança
O mundo da criança, mesmo em tempos de globalização, é o local (município) em que vive. Ela pode, e com certeza, sabe da existência do mundo, que ultrapassa seu espaço vital. Pode até se relacionar com ele de diversas formas. Mas o seu mundo é onde vive e não aquele da TV ou dos livros, revistas. Ela pode até fantasiar o mundo, mas suas experiências são do seu espaço de relações imediatas.
Tendo isso presente é bom fazer uma caracterização de alguns mundos. O primeiro é o seu. A criança se relaciona com o mundo, mas precisa tomar consciência dele. Um meio de fazer isso é um exercício de enumeração das características, valores, deficiências do espaço em que se encontra. O que tem de bom? O que falta? O que deve ser acrescentado? O que precisa ser tirado?
Feita a caracterização do espaço em que vive o passo seguinte é caracterizar o município e a distinção entre o mundo rural comparado com a vida urbana. Quem vive na cidade pode começar fazendo um levantamento a respeito de como os alunos se referem ao mundo rural: campo, sítio, roça, linha, colônia? Isso já é um indicativo de origem! Quando se referem à vida urbana, conseguem diferenciá-la da vida rural ou só falam da cidade por que vivem nela? A vida rural, para a criança urbana, é outro espaço ou uma espécie de continuidade do urbano? Como caracterizam sua cidade? Conseguem identificar, numa mesma região, chamada município, o urbano e o rural? Partindo de tudo isso cabe ao professor mostrar a interdependência entre esses dois mundos.
Depois disso não é demais mostrar a interdependência das cidades e das pessoas. Mostrar que as pessoas não vivem isoladas. Possibilitar que o estudante perceba a interdependência das pessoas. E juntas, as pessoas criam cultura e fazem história. Ou seja, é a interdependência entre as pessoas que propicia o nascimento da história enquanto interpretação dos fatos da memória.
Cultura e História Local
A cultura pode ser um excelente ponto de partida para o estudo da História Local. Deve-se evitar, entretanto, o equívoco de identificar cultura com as produções artísticas. Arte é cultura, mas cultura é mais que arte. Tanto para a antropologia como para a filosofia e a história a cultura pode ser vista como o resultado de um processo produtivo: a produção material da sobrevivência humana. Pelo trabalho – produção material da sobrevivência – os humanos interferem na natureza produzindo e reproduzindo as relações sociais ao mesmo tempo em que constroem as diferentes edificações, expressões artísticas, indumentárias, elementos do folclore e dos comportamentos. Todas essas e outras produções humanas são manifestações culturais.
A cultura interessa à história na medida em que manifesta a própria existência humana. Desde a pré-história até nossos dias uma das principais formas de compreender o processo evolutivo humano é pela análise das manifestações culturais.
Em se tratando de História Local, particularmente nos municípios de Rondônia, analisar as manifestações culturais em diferentes épocas pode ser um caminho para compreender o processo da colonização dessa localidade. Aqui, novamente, podemos comparar elementos da vida urbana e rural. É possível colher depoimentos de antigos moradores comparando suas informações com aquilo que se manifesta no dia-a-dia da localidade. Outro ângulo interessante é a analise das manifestações folclóricas e festas tradicionais. Em todos esses elementos pode-se comparar como era e como é atualmente, além de ver como era na localidade de origem. Também podemos colher fotos e outros documentos para analisar os diferentes aspectos do ontem e de hoje. Em todos esses elementos manifestam-se as transformações ocorridas, evidenciando a cultura que marca a História Local.
Vale destacar que muitos destes elementos podem ser desenvolvidos com o auxilio dos estudantes. Ou seja, em se tratando do estudo da História Local não só o professor pode ser pesquisador, como pode provocar em seus alunos gosto pela pesquisa histórica. É verdade que num trabalho coletivo, desenvolvido com estudantes do ensino fundamental, pode se perder em profundidade e minúcias, mas a amplidão do universo pesquisado e a coleta de dados acabam sendo maiores e com isso também ocorre maior ganho pedagógico, pois o estudante se envolve no processo da produção do conhecimento. Neste caso não só o professor se envolve na pesquisa, mas também os alunos que deixam de ser ouvintes para se tornarem agentes não só da pesquisa como da construção do saber.
Referências
BLOCH, Marc, Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar. 2001.
CARNEIRO, Neri de Paula. Problema da história. In www.webartigos.com publicado em 17/01/2010. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/31229/1/Problema-da-historia/pagina1.html, acesso em 04/06/2010
MONTEIRO, Ana M.; GASPARELLO, Arlete M; MAGALHÃES, Marcelo de S. (orgs) Ensino de História: sujeitos, saberes e práticas. 2 ed. Rio de Janeiro: Maud X, 2009.
VEYNE Paul. Como se escreve a História e Foucult revoluciona a história. 4 ed. Brasília: Ed. Univ. Brasília. 2008.
A construção da História e História Local: Desafios ao Professor publicado 4/06/2010 por NERI P. CARNEIRO em http://www.webartigos.com