10.6.10

Estados Nacionais

Por Emerson Santiago
A formação dos Estados Nacionais aconteceu no período da história europeia compreendido na Baixa Idade Média(Séculos XI a XIV), onde após a fracassada pretensão da Igreja de Roma de unificar o continente sob sua batuta, os diferentes povos europeus começaram a unir-se em torno de um grande líder, que fosse mais forte que os líderes regionais para unificar as diferentes e fragmentadas regiões que formavam a “colcha de retalhos” que era o mapa europeu da época.

Luís XIV da França, o "Rei Sol"

Com essa nova configuração sócio-política, os reis passaram a assumir um perfil próximo ao do absolutismo, que teve seu auge com Luís XIV (o autor da famosa frase “o Estado sou eu“), e através desta força do monarca, subjugando os líderes locais é que o Estado Nacional moderno como conhecemos hoje pôde surgir.

Com exceção do Sacro-Império Romano Germânico e dos Estados Italianos, que continuaram mantendo uma estrutura medieval, ou seja, de fragmentação em mini-estados dentro de uma pseudo-coletividade até cerca do século XIX, toda a Europa seguiu gradualmente em direção à construção dos Estados modernos que conhecemos ainda hoje, sendo o primeiro deles Portugal, em 1140, resultado da reconquista cristã da Península Ibérica.

Importante notar que a burguesia da época deu o apoio decisivo para que os estados nacionais se formassem.

A força de líderes locais era um obstáculo deveras negativo para o desenvolvimento do comércio trans-europeu e das atividades financeiras, já que cada senhor local estabelecia suas próprias taxas, leis e regulamentações.

O poder centralizado obviamente interessava ao monarca, particularmente, pois a nova ordem trazia o seu fortalecimento político, uma maior atuação administrativa e uma maior independência do poder da igreja.

Assim, o rei podia livremente exercer dentro de seu reino suas convicções, ideias e valores, algo que antes da origem do Estado Nacional era tolhido pela ação dos líderes regionais. Assim, é natural que tenha ocorrido uma aliança entre reis e burguesia, pois a liberdade de ação que a nova situação proporcionava a ambos era extremamente vantajosa.

Para a consolidação de tal realidade fazia-se necessário a formação de uma burocracia política e administrativa, bem como a de um exército nacional, obra a ser financiada pelos impostos cobrados à população, além do financiamento proporcionado por ricos banqueiros e comerciantes. Com esses importantes financiamentos, esses capitalistas pioneiros tornam-se patronos do Estado, recebendo vantagens comerciais e alfandegárias, desse modo, uma classe apoiava-se na outra, garantindo a realidade que permitia a uma classe a existência da outra.

Do outro lado, os antigos senhores feudais locais começam a formar a classe da aristocracia, que, para manter o status quo, era virtualmente “sustentada” pelo monarca e pela burguesia, mantendo assim, o reino em paz, livre de conflitos internos. Tal situação transformava esses nobres numa classe parasitária, que de fato, em nada contribuía para o progresso social ou econômico do reino, vivendo às custas deste.

Tal contradição no sistema social do Estado Nacional iria entrar em crise por volta do século XVIII, época daRevolução Francesa e da independência norte-americana, onde a situação de parasitismo da nobreza causou uma situação insustentável, que drenava as riquezas do estado, mantendo a população em um estado de pobreza inaceitável, causando, enfim, a extinção do estado absolutista, com um monarca forte.

Bibliografia:
http://ceejohistoria.blogspot.com/2008/12/formao-dos-estados-nacionais.html
http://www.piracaia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=198:formacao-dos-estados-nacionais&catid=53:kin&Itemid=120

Fonte: Info Escola