O surgimento do capitalismo comercial, no início da Idade Moderna (entre os séculos XV e XVIII), está fundamentado tanto no progresso econômico dos séculos XVI - XIII quanto na crise dos séculos XIV - XV. O primeiro fator contribuiu para a formação da burguesia, o desenvolvimento da vida urbana, o incremento da produtividade agrícola e artesanal, a intensificação do comércio e o despontar de um sistema financeiro. O segundo fator desorganizou de tal maneira a sociedade européia, que tornou necessária a intervenção do Estado, recém-nascido, para superar as dificuldades.
No século XV, o comércio já era a principal atividade econômica da Europa. Os comerciantes, ou a classe burguesa, já tinham acumulado grandes capitais realizando o comércio com a África e a Ásia, através do mar Mediterrâneo. O capital tornou-se a principal fonte de riqueza, substituindo a terra, do período feudal. O capital podia ser acumulado ou obtido: por meio da ampliação cada vez maior do comércio; por meio da exploração do ouro e da prata.
A expansão do comércio gerou a necessidade de se aumentar a produção, principalmente a artesanal. Os artesãos mais ricos começaram a comprar as oficinas dos artesão mais pobres. Estes se transformaram, então, em trabalhadores assalariados, e o número de empregados nas oficinas foi aumentando.
A fase de acumulação do capital por meio do lucro obtido com o comércio e, ainda, por meio da exploração do trabalho do homem, seja o assalariado ou o escravo, recebeu o nome de Capitalismo Comercial ou Mercantilismo. Nesta fase do capitalismo, nos séculos XV e XVI, ocorreu a expansão marítimo-comercial. A expansão marítima européia fez ressurgir o colonialismo.
Foi o período das Grandes Navegações e descobrimentos, das conquistas territoriais, e também da escravização e genocídio de milhões de nativos da América e da África.
Grande acumulo de capitais se dava na esfera da circulação, ou seja, por meio do comercio, daí o temo capitalismo comercial para designar o período. A economia funcionava segundo a doutrina mercantilista, que, em sentido amplo, pregava a intervenção governamental na economia, a fim de promover a prosperidade nacional e aumentar o poder do Estado.
Nesse sentido, defendia a necessidade de acumulação de riquezas no interior dos Estados, e a riqueza e o poder de um país eram medidos pela quantidade de metais preciosos (ouro e prata) que possuíam.
Esse princípio ficou conhecido como metalismo. Após a descoberta de ouro e prata na América houve um enorme fluxo de metais preciosos para a Europa, sobretudo para a Espanha, Reino Unido e Portugal.
Outro meio de acumular riquezas era manter uma balança comercial sempre favorável, daí o esforço para exportar mais que importar, garantido saldos comerciais positivos. Assim, o Estado deveria ser forte para apoiar a expansão marítima e o colonialismo, que garantiram alta lucratividade, já que as colônias eram obrigadas a vender seus produtos às metrópoles a preços baixos e a comprar delas o que necessitavam a preços altos.
Bibliografia
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