10.1.12

Pandora

Prometeu criou o homem, dando-lhe forma e inteligência.

A única coisa que diferenciava o homem dos deuses era que eles não possuiam o fogo e por isso Zeus o escondeu.

Mas Prometeu quebra um pequeno galho seco de uma árvore, voa rapidamente até o céu e o acende no calor o Carro do Sol.

Agora que os homens conhecem o segredo do precioso elemento, pouco os difere dos deuses. Os deuses estão em pânico.

Discutem como tornar os homens novamente submissos e humildes.

Zeus inventa a forma mais rápida de destruir o paraíso dos homens: a mulher.

Chama Hefestos, o habilidoso deus artesão, e pede-lhe que confeccione uma imagem feminina em bronze.

Ela devia assemelhar-se ao homem, mas em alguma coisa diferir dele, de tal forma que o encantasse e comovesse, atrasando-lhe o trabalho e transtornando-lhe a alma.

E cada deus oferece alguma coisa àquela criatura, que já nasce para colocar em desconserto a vida dos mortais.

Atena entrega à mulher um lindo vestido bordado, que lhe cobre as harmoniosas formas. Depois coloca-lhe um véu sobre o rosto sereno e enfeita-lhe a delicada cabeça com uma guirlanda de flores coloridas.

Quando a virgem está inteiramente vestida, Afrodite oferece-lhe a beleza infinita e os encantos que seriam fatais aos indefesos homens. Hermes presenteia-lhe com a língua.

Apolo confere-lhe suavíssima voz. Enfim a bela Pandora está pronta para cumprir sua missão. Mas antes de enviá-la em sua caminhada, Zeus entrega-lhe uma caixa coberta com uma tampa.

Nela estão contidas as misérias destinadas a assolar os mortais: reumatismo, gota, dores para enfraquecer o corpo humano. Quando Pandora chega ao mundo, encontra Epimeteu, irmão de Prometeu.

Tão logo a vê, ele se encanta, e comovido recebe de suas finas mãos a precisosa caixa que ela lhe oferta. É um presente de Zeus, declara Pandora.

E nem por um instante Epimeteu suspeita de que todo o sofrimento humano dali emergiria.

Ainda desorientado pelo deslumbramento que lhe causa a bela figura, esquece o juramento feito a seu irmão Prometeu de nunca aceitar um presente de Zeus.

Agradecido abre a tampa da caixa fatal. Imediatamente, saltam de dentro dela todas as desgraças do mundo. Entretanto no fundo do recipiente maldito permanesse um tesouro.

Um sentimento precioso, que poderia estragar toda a vingança dos deuses e destruir-lhes definitivamente qualquer praga: a esperança.

Zeus não quer que os homens esperem mais nada.

A um só gesto do deus, Pandora fecha a caixa, deixando a esperança calada no fundo, escondida para sempre.

E o homem perde seu paraíso.


Fonte:
http://greek.hp.vilabol.uol.com.br/pandora.htm