Por Felipe Araújo
No final do século XIX, com o desenvolvimento do nacionalismo, o valor de uma nação torna-se a sua capacidade de influenciar outros países no campo político. Isso teve um grande reflexo no século XX, quando, em alguns territórios, ocorreram crises devido à instabilidade do capitalismo, exemplificadas pela crise de 1929 nos Estados Unidos.
Em contraponto, via-se uma Rússia revolucionária como bandeira para aspirações comunistas ao redor do mundo. Dentro deste panorama de receio ao liberalismo e ao comunismo, surgem alguns líderes políticos levantando bandeiras nacionalistas como solução para as crises sociais.
Estes líderes eram agentes manipuladores dos credos da população. Em um período de migração, conflitos sociais e mudanças drásticas ocasionadas pela industrialização, os nacionalistas propunham ideias como identidade nacional, luta pela terra, honra e tradições históricas.
Surgem teorias racistas, tentando explicar através da ciência as desigualdades entre as etnias. Um dos nomes que ajudou a endossar essa filosofia foi Joseph Arthur de Gobineau, escritor, diplomata e filósofo francês. Em sua obra, “Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas”, de 1855, afirma que a mistura de raças levaria a humanidade à degeneração intelectual e física.
Essas ideias acabam sendo levadas para o campo político, onde começa a ser proposto um melhoramento da raça pela genética (eugenia). Movimentos que acreditavam nesses valores espalham-se pela Europa e tornam-se mais influentes em países onde o liberalismo ainda não tinha fincado raízes. Desta forma, os países abalados pela Primeira Guerra Mundial tornaram-se alvos fáceis para a disseminação deste tipo de política.
A Itália foi a primeira nação em que o nacionalismo autoritário chegou ao poder, mas é importante frisar que, em um primeiro momento, não tinha características racistas. O antissemitismo começou a fazer parte do regime fascista apenas em 1938, quando a Itália aproximou-se da Alemanha.
No ano de 1919, a Fasci Italiani di Combattimento, criada por Benito Mussolini, consegue unir grupos anticomunistas em um país com grande instabilidade gerada pelo primeiro conflito mundial e governo desorganizado.
Desta forma, no ano de 1922 os fascistas realizam a Marcha sobre Roma, pressionando Vitor Emanuel III, rei de Itália entre 1900 e 1946, a dar o cargo de chefe de governo a Benito Mussolini. Em 1926, o governo liderado por Mussolini já se configura em uma ditadura, tornando ilegais todos os movimentos contrários.
Entre as concepções do fascismo italiano, pregava-se a aceitação da classe social em caráter hierárquico como forma de construção de uma nação poderosa. Entre outras características, estão a idolatria ao chefe, polícia militarizada, forte censura, clamor aos símbolos nacionais e propaganda política intensificada.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_de_Gobineauhttp://www.slideshare.net/proelaine/a-ascenso-do-fascismo-na-europa-cap-6http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_19211/artigo_sobre_mussolini_e_a_ascensao_do_fascismo