A economia regencial estava atrelada ao desempenho dos produtos agrícolas no mercado externo.
Durante as regências, muitas das rebeliões acontecidas refletiam os péssimos índices experimentados pela economia desse mesmo período. As antigas oligarquias da região nordeste começaram a perder sua posição hegemônica. Com isso, não só os grandes proprietários, mas a população de uma forma geral passou a sentir os efeitos de um cenário visivelmente desolador.
O Brasil, desprovido de qualquer projeto de modernização de sua economia, mais exportava do que importava. Durante todo o período regencial, a necessidade de se contrair empréstimos com credores internacionais era corrente. Ao invés de promover alguma ação que pudesse romper com esta situação preocupante, os membros de nossa elite política preferiram adiar tal possibilidade.
O sustentáculo da nossa economia ainda se mantinha na exportação de gêneros agrícolas diversos. O açúcar tinha papel de destaque entre os produtos exportados. Contudo, por conta da forte concorrência do açúcar antilhano e do açúcar de beterraba europeu, o produto brasileiro era negociado a preços nada satisfatórios. A exportação de algodão também vivia uma situação semelhante. A concorrência imposta pelo algodão produzido na América do Norte explicava a decadência desta cultura na região nordeste.
Outros produtos, como o cacau, fumo, arroz e couro, não tinham grande expressão no desenvolvimento da economia ou também sofriam com a qualidade e o preço dos produtos estrangeiros. Por conta das ações políticas desastrosas tomadas ainda nos governos de D. João VI e D. Pedro I, o Estado brasileiro não tinha condições mínimas para esboçar alguma reação mais significativa.
A recuperação da economia brasileira somente aconteceu com o crescimento das lavouras de café. Inicialmente, o produto teve pouca expressão em nossa economia. Contudo, a popularização de seu consumo ao redor do mundo veio a transformá-lo no mais novo sustentáculo da economia agroexportadora. Enquanto isso, os produtos industrializados da Inglaterra exerciam o mais completo domínio do nosso mercado.
A falta de interesse em romper os obstáculos que impediam a importação do maquinário industrial e as pequenas taxas concedidas à Inglaterra explica as tímidas manifestações industriais neste cenário. No ano de 1840, último do período regencial, o Brasil gastava mais da metade dos seus recursos com a importação de tecidos ingleses. Dessa forma, podemos observar as limitações que preservaram o país enquanto polo agroexportador.
Por Rainer Sousa
Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/historiadobrasil/economia-no-periodo-regencial.htm