8.9.21

A Morte do Expedicionário Filho do Marechal.

Como foi a morte do Filho do Marechal Mascarenhas de Morais em19 de Março de 1951. Era um Expedicionário e foi assassinado pela esposa. Fonte: Diário da Manha de 20 de Março de 1951.


Avistando o esposo em companhia de outra mulher, a senhora, depois de rápida troca de palavras, matou-o a tiros — Depois, tentou o suicídio — Filho do marechal Mascarenhas de Morais e ex-integrante da FEB, a vítima — Acusações ao morto, no depoimento da homicida.


Por volta das 11 horas de ontem, verificou-se impressionante tragédia na rua Conde de Bonfim, em frente a uma farmácia existente no prédio n.100. Um casal, ao saltar de um ônibus, foi abordado por uma senhora bem trajada, que, depois de trocar rápidas palavras com o homem, tirou da bolsa uma pistola automática e o alvejou por várias vezes, até vê-lo prostrado, no solo, sem vida.

Praticado o delito, a criminosa refugiou-se no automóvel de chapa 45-79, de propriedade de Antônio Veras Filho, no interior do qual virou a arma contra a própria cabeça. Desarmada pelo motorista, foi entregue a um Vigilante municipal, que a conduziu ao 17.o distrito policial.

OS PERSONAGENS

Cientes da ocorrência, rumamos para a referida delegacia, onde apuramos que a vitima era o capitão do Exército Roberto Brandão Mascarenhas de Morais, de 36 anos, morador na rua das Laranjeiras, 210, aparta mento 1.011. A criminosa era a sua esposa, Sra. Helba da Silva Mascarenhas de Morais, de 33 anos. Depois de devidamente autuada, Sra. Helba foi mandada a cartório, onde prestou o seguinte.

DEPOIMENTO

«Conheci o capitão Roberto Brandão quando ele ainda era estudante do Colégio Militar. Nessa época, tinha eu 14 anos. Depois de longo noivado, casamo-nos. Roberto já atingia o oficialato. Os primeiros anos de vida conjugal foram para mim multo felizes, principalmente, quando nasceu o nosso Robertinho, que agora conta 10 anos. Isto durou até quando, inexplicavelmente, nossa vida mudou, de uma hora para outra. Roberto Jà não era o mesmo. Sala de casa, diariamente, para voltar altas horas da noite. Certa vez, perguntando-lhe eu qual a razão do seu procedimento disse-me ele que possuía uma companheira e que já não me aturava mais. As coisas foram correndo, assim até que, em dado dia, recebi o primeiro telefonema anônimo, dizendo que Roberto era visto diariamente na rua Conde de Bonfim, em colóquio amoroso com uma mulher. Sem perder a calma solicitei-lhe que se integrasse ao lar. Tínhamos um filho para criar. Exasperado com as minhas suplicas, Roberto esbofeteou-me, acentuando que, se eu me intrometesse na sua vida, pagaria um homem para surrar-me. Depois disso, no princípio de 1950, abandonou-me»

A TRAGÉDIA

«Ontem, o nosso encontro foi casual. Não tinha a intenção de matá-lo Dirigi-me a. mulher, que soube tratar-se de Miraida de Araújo,residente numa vila da rua José Góssio, casa VIII, dizendo-lhe que tivesse um. pouco de compaixão, pois iria destruir um lar.

Foi então que Roberto, furioso, me deu duas bofetadas e, abrindo o paletó, declarou: — Tenho duas balas para meter na tua cabeça. Ato continuo, tirei da minha bolsa a arma automática, com a qual o matei.

PREMEDITARA O CRIME

Indagada pelo repórter por que andava armada, declarou Sra. Helba que, há tempos, o capitão Roberto ameaçara matá-la. Para acautelar-se, disse ela, adquiriu de um garrafeiro a arma com que consumou a tragédia.

EXPOSTO NA CAPELA REAL GRANDEZA

Após as formalidades de praxe, o corpo do militar foi removido para o necrotério do Instituto Médico Legal, de onde, algumas horas depois, foi transportado para a Capela Real Grandeza.

TRAÇOS BÍOGRAFICOS DO MORTO

O capitão Roberto Mascarenhas de Morais nasceu a 25 de junho de 1916. Ingressou no Exército em 6 de março
de 1934 teria sido declarado aspirante a oficial em 11 de janeiro de 1937. A.15 de novembro do mesmo ano foi promovido a segundo tenente, a primeiro tenente em 7 de setembro de 1939. e, finalmente, a capitão em 24 de junho.

Atualmente, servia no Estado Maior do Exército, com procedência do Antigo Primeiro Grupo de Obuses. Fez toda a campanha da F.E.B., na Itália, participando do Estado Maior de seu pai. o marechal Mascarenhas rie Morais, comandante daquela Força.

Se junte a nós, Grupo destinado a Força Expedicionária no Facebook
A Força Expedicionária Brasileira conta agora com mais um grupo no Facebook. É um grupo com postagens exclusivamente sobre a História da FEB. Link: www.facebook.com/groups/forcaexpedicionaria