24.7.11

4 de outubro de 1970 - O Blues perde sua áspera voz branca



Apenas 16 dias depois do mundo da música ser abalado com a perda do cantor, guitarrista e compositor Jimi Hendrix, o Blues-rock perdia mais uma de suas estrelas: a cantora e compositora Janis Joplin era encontrada morta em seu quarto de hotel, em Los Angeles, vítima de uma overdose de heroína. Janis Joplin tinha apenas 27 anos e despontava como uma das artistas de blues mais promissoras da sua geração.

Janis Lynn Joplin nasceu em 19 de janeiro de 1943, na cidade de Port Arthur, Texas. Cresceu sob a influência de músicos de blues como Bessie Smith e Big Mama Thornton, o que a levou a tomar parte no coro local. Aos 16 anos, enquanto suas amigas de infância frequentavam o ginásio, Joplin se aventurava em viagens de carona pelos Estados Unidos aproximando-se cada vez mais da cultura negra do blues. Durante a década de 60 passou a fazer parte da Big Brother & The Holding Company, gravando o álbum homônimo em 1967. Em 1968, lançca Cheap Trills, tido como um dos melhores de sua carreira e responsável por tornar a cantora famosa. Janis Joplin ainda faria parte de mais duas bandas - a Kozmic Blues Band e a Full Tilt Boogie Band - e gravaria mais dois álbuns, sendo o último, Pearl, lançado um ano após sua morte.

Sua voz era áspera, como áspera era sua forma de vida. "Não saberia fazer de outra forma. E isto é a pura verdade. A exaustão faz parte de mim, até mesmo nas viagens que realizo. As pessoas ficam espantadas porque, mesmo nos ensaios, eu canto desta forma. Mas é a única voz que possuo. E é como sei fazer", contou certa vez.

O corpo de Joplin foi cremado no cemitério Parque Memorial de Westwood Village, na Califórnia, e suas cinzas foram espalhadas no Oceano Pacífico.

Uma visita tumultuada
Janis Joplin esteve no Brasil no ano de sua morte. Sua visita foi tão tumultuada quanto sua personalidade: foi expulsa do Municipal, sofreu um acidente na Barra da Tijuca, não conseguiu realizar um show público na Praça General Osório e subiu à Rocinha para beber gim com alguns moradores do local. Sua relação com a imprensa do Brasil também não foi pacífica, tratando mal jornalistas e classificando algumas perguntas como "imbecis". Apesar de tudo, declarou ao Jornal do Brasil que gostou muito da Bahia e, apesar dos problemas em terras brasileiras, certamente sentiria falta de nosso país.
Fonte:Jblog