Por Emerson Santiago
O termo “império mexicano” pode ser aplicado a dois momentos distintos da história do México. Há o Primeiro Império Mexicano, que foi o regime onde Agustín de Iturbide foi declarado monarca, governando entre 1821 e 1823, e há também o Segundo Império Mexicano, regime comandado pelo arquiduque Maximiliano da Áustria entre 1864 e 1867. Desse modo, o México foi, brevemente, por duas vezes, o único país do continente americano ao lado do Brasil a adotar o regime monárquico e a organização de império.
O primeiro império surge onze anos após a guerra de independência mexicana. Na época, grupos de diferentes posições políticas disputavam, muitas vezes por meio das armas, a liderança do movimento separatista, que formaria o governo do México livre. Ironicamente, foram os monarquistas, compostos de mexicanos de ascendência espanhola e outros conservadores, que finalmente se destacaram. Era a solução mais cômoda para a classe conservadora, que assim podia assegurar seus privilégios posição na sociedade.
No começo de 1821, o líder das forças monárquicas, Agustín de Iturbide, negociou o chamado Plano de Iguala, no qual o México seria uma monarquia constitucional independente, a posição privilegiada da Igreja Católica seria mantida e os mexicanos de ascendência espanhola seriam tratados como iguais aos espanhóis puros. Aos mexicanos indígenas ou caboclos os direitos eram limitados.
A 24 de agosto de 1821 o vice-rei espanhol, Juan de O’Donojú assina o Tratado de Córdoba, que aprova um plano para transformar o México em uma monarquia constitucional independente. Como não havia um monarca da dinastia Bourbon disponível para governar o México, Iturbide foi proclamado imperador. Todavia, seu império teve pouca duração, pois em 1823, os líderes republicanos Santa Anna e Guadalupe Victoria depuseram Iturbide, fundando uma república, com Guadalupe Victoria como primeiro presidente.
Nos próximos quarenta anos, o México terá 36 presidentes. O último destes é Benito Juárez, que encontra as finanças num completo caos. De linha radical, Juárez congela os pagamentos às potências europeias, que em resposta, rompem relações diplomáticas.
Inspirado por ideias da ala conservadora mexicana, surge na França o projeto de criação de uma grande monarquia católica no México, tão poderosa quanto a república protestante dos Estados Unidos. Napoleão III, monarca francês, propõe à Áustria que o arquiduque Maximiliano, irmão do imperador do país, fosse levado ao trono no México. O que se seguiu foi a ocupação pela França e a restauração do império mexicano.
Maximiliano procurou governar baseado em apoio popular e preceitos europeus, mas, ao negar vantagens aos que o colocaram no poder, acabou por ficar isolado. Ao mesmo tempo, o exército francês ia perdendo força ante a guerrilha liderada pelo ex-presidente Juárez.
Desprezando os conselhos de Napoleão III, Maximiliano recusou-se a abdicar. Acabou preso e executado no dia 19 de junho de 1867, ato que pôs fim ao segundo e último período do Império Mexicano.
Bibliografia:
Hoje na História: 1821 – México torna-se uma monarquia constitucional independente. Disponível em: < http://operamundi.uol.com.br/conteudo/historia/23884/hoje+na+historia+1821+-+mexico+torna-se+uma+monarquia+constitucional+independente+.shtml >.
FIUZA, Bruno. Maximiliano do México – Um fantoche francês. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/maximiliano_do_mexico_-_um_fantoche_frances.html >.
Fonte:http://www.infoescola.com/historia/imperio-mexicano/