Anselmo Jr
OS GRUPOS BÁRBAROS:
* Tártaro-mongóis: hunos, turcos, búlgaros, húngaros(magiares).
* Eslavos: russos, poloneses, tchecos, sérvios.
* Germanos: visigodos, ostrogodos, hérulos, anglos, saxões, lombardos, vândalos, francos.
BÁRBAROS:
- para os romanos, bárbaros eram todos aqueles que não tinham a cultura romana, que estavam fora das fronteiras do Império.
ORGANIZACÃO SOCIAL DOS POVOS BÁRBAROS-GERMANOS:
- economia amonetária e natural.
- caça, pesca, saques, pastoreio, agricultura rudimentar.
- propriedade coletiva da terra.
- divididos em tribos.
- ágrafa.
- direito consuetudinário (baseado nos costumes e na oralidade).
- religião politeísta.
- o contato com o império romano fez aparecer a propriedade privada da terra e a desigualdade social.
AS INVASÕES BÁRBARAS:
* Tipos:
- como colonos.
- recrutados para integrar o exército romano.
- invasões (séc. IV e V): confrontos armados e guerras trouxeram destruição e morte, contudo, contribuíram para o surgimento da sociedade européia ocidental.
+ migrações (séc. III e IV)
+ os hunos pressionaram os germanos a penetrar no Império Romano.
+ fragmentação do Império Romano do Ocidente.
OS REINOS ROMANO-GERMÂNICOS:
- Frágeis e efêmeros.
• Reino dos Suevos.
• Reino dos Visigodos.
• Reino dos Borgúndios.
• Reino dos Ostrogodos.
• Reino dos Vândalos.
• Reino dos Francos.
O REINO FRANCO
LOCALIZAÇÃO:
- Gália.
UNIFICAÇÃO POLÍTICA:
* Clóvis:
- Converteu-se ao cristianismo, estabeleceu uma aliança com a Igreja e obteve o apoio dos católicos galo-romanos.
- Promoveu a unificação política das tribos francas, fortaleceu a autoridade do rei e estimulou a integração de francos e romanos.
- Iniciou a Dinastia Merovíngia.
- feudalizacão da Europa.
- ruralizacão da economia.
- fortalecimento do poder dos proprietários de terras.
- distribuição de terras como recompensa de serviços prestados.
- perda de autoridade da dinastia merovíngia.
* Reis Indolentes:
- não se interessavam em comandar a administração do reino.
- o poder efetivo passou a ser exercido pelo majordomus (alto funcionário da corte: prefeito do palácio, mordomo do paço ou primeiro-ministro).
+ Pepino de Heristal: poder efetivo.
+ Carlos Martel: deteve o avanço muçulmano na Europa (Batalha de Poitiers).
+ Pepino, o Breve: obteve uma aliança com a Igreja e afastou o último rei merovíngio (Childerico III), tornando-se rei dos francos e iniciando a dinastia carolíngia. Apoiou o papado na luta contra os lombardos e doou a Igreja territórios no centro da Itália, chamados de Patrimônio de São Pedro (Estados Pontifícios) reforçou o poder temporal da Igreja.
• Carlos Magno (centralização política):
- expandiu as fronteiras do reino franco.
- concessão de benefícios (terras) em troca de fidelidade processo de feudalizacão.
- apoio da Igreja, expansão do cristianismo e coroação como imperador (Império Carolíngio).
- divisão do império em condados, ducados e marcas.
- missi dominici: inspetores reais.
- Capitulares: leis imperiais primeiras leis escritas da Idade Média.
- Renascimento Carolíngio: desenvolvimento cultural (letras e artes): sábios, escolas (Escola Palatina), preservação da cultura greco-romana.
* Luís, o Piedoso
- disputas (batalhas) entre os filhos por causa da sucessão.
+ Tratado de Verdun (843):
- divisão do império carolíngio: Luís, o Germânico (parte oriental ou Germânia), Carlos, o Calvo (parte ocidental ou França) e Lotário (parte central ou da Itália até o mar do Norte = Lotaríngia).
- rompimento da unidade imperial e fragmentação territorial.
- enfraquecimento do poder real.
- fortalecimento da autonomia dos condes, duques e marqueses processo de feudalizacão.
- na parte oriental, em 936, Oto I tomou o trono e, com o apoio da Igreja, em 962 foi coroado imperador do Sacro Império Romano Germânico.
- na parte ocidental, em 987, Hugo Capeto, assumiu o poder e iniciou a dinastia capetíngia.
- a Lotaríngia foi conquistada por Oto I.
RURALIZAÇÃO DA ECONOMIA: Processo de Feudalizacão.
•Fatores:
- Crise do escravismo no Império Romano: Colonato.
- As invasões germânicas.
- as concessões de benefícios aos nobres em troca de fidelidade.
- o Tratado de Verdun.
- as invasões dos árabes.
- as invasões dos vikings, árabes e húngaros (magiares) nos séculos IX e X.
A IGREJA MEDIEVAL
ORIGEM DO CRISTIANISMO:
- surgiu na Palestina.
- originou-se do Judaísmo.
- na época do Alto Império Romano.
- difusão pelos territórios do Império Romano.
- no início os cristãos foram perseguidos.
- no século IV d.C., foi legalizado e oficializado.
TEOCENTRISMO CRISTÃO:
* Igreja
- maior instituição medieval (feudal).
- hegemonia ideológica e cultural.
- impôs valores teológicos: cultura teocêntrica.
- preservou a herança (patrimônio) cultural greco-romana.
- controle da educação.
- justificava a ordem feudal.
- pregava a tripartição funcional e clerical da sociedade medieval: clero (rezar), nobreza (combater) e servos (trabalhar).
- organização hierárquica.
- converteu os bárbaros e os integrou aos romanos.
- nos reinos romano-germânicos vai exercer várias funções (políticas, administrativas, culturais, espirituais).
- ética econômica: combatia o comércio, o lucro e a usura.
CLERO:
• Secular: papa, bispos, padres contato com o mundo, a vida, as pessoas.
• Regular: abades e monges surgiu em reação ao desregramento do clero secular.
MOVIMENTO MONÁSTICO:
* Ordem Beneditina - São Bento
- “Regra”: castidade, caridade, pobreza, oração e trabalho.
- Conversão dos camponeses.
- Preservação da cultura grego-romana: monges copistas.
- Aprimoramento das atividades agrícolas e artesanais.
TRIBUNAIS DA INQUISICÃO:
- para combater as heresias (idéias ou ações contrárias aos dogmas da Igreja).
- Descobrir e julgar os heréticos.
- Punições: confisco de bens, excomunhão, torturas ou morte nas fogueiras.
- Combater os movimentos contrários à ordem social dominante.
CISMA DO ORIENTE (1054):
- oposição entre o papa de Roma e os patriarcas do Oriente (Constantinopla).
- Resistência oriental a estrutura pontifícia: antagonismo.
- Criação da Igreja Ortodoxa no Oriente.
- Igreja Católica Apostólica Romana no Ocidente.
A QUERELA DAS INVESTIDURAS (1085-1122):
• conflito entre o poder temporal (imperador – Henrique IV) e o poder espiritual (papa – Gregório VII).
• Motivos: o cesaropapismo (supremacia do imperador sobre a Igreja), o nicolaísmo (desregramento do clero), a simonia (comércio dos bens da Igreja), o celibato e proibição das investiduras leigas.
• Gregório VII: movimento reformista Ordem de Cluny.
• Henrique IV: Sacro Império Romano-Germânico.
• O imperador depôs o papa.
• O papa excomunga o imperador.
• Concordata de Worms (1122): solucionou o conflito limitando o poder do imperador e afirmando a supremacia do papado poder espiritual saiu vitorioso sobre o secular.
O FEUDALISMO
CONCEITO:
- Modo de Produção que vigorou na Europa Ocidental durante a Idade Média e que se caracteriza pelas relações servis de produção.
ORIGENS:
• Romanas:
- Clientela: relação de dependência pessoal entre indivíduos.
- Colonato: fixação do colono a terra.
- Precarium: entrega de terras a um grande senhor em troca de proteção.
- Vilas: unidades econômicas (grandes propriedades agrárias).
• Germânicas:
- Economia agropastoril.
- Comitatus: relações de fidelidade entre o chefe e seus guerreiros.
- Beneficium: concessões de terras em troca de fidelidade.
- descentralização política.
ECONOMIA:
- agrária e rural.
- auto-suficiente.
- feudo: unidade de produção propriedade feudal ou senhorial.
- pouco uso de moeda.
- comércio reduzido localizado.
- baixo nível técnico.
- sistema trienal de rotação de culturas: preservação do solo.
SOCIEDADE:
• estamental, hierarquizada, estratificada e clerical.
* Clero: membros da Igreja -> rezar -> controlador da ideologia medieval.
* Nobreza: posse territorial -> combater -> cavalaria (honra, desprendimento e destreza, lealdade e heroísmo) -> controlava o poder feudal.
* Servos: camponeses -> presos (vinculados, ligados) a terra, explorados, obrigados a prestar serviços (trabalhar) e pagar impostos em troca do uso da terra e de proteção militar # vilões.
POLÍTICA:
* Descentralização política: fragmentação do poder em função do parcelamento das terras.
- particularismos feudais: senhores feudais -> poder.
- o rei exercia pouca influência.
- guerras contínuas: invasões e disputas pelo poder.
- direito de governar era um privilegio de todo possuidor de feudo, implicando este privilégio obrigações muito definidas, cuja violação podia acarretar a perda do feudo.
- direito consuetudinário.
-> Monarquias Feudais: poder particularizado, laços de dependência pessoal, caráter simbólico do poder real e fragmentação político-territorial.
A DIVISÃO DO FEUDO: Mansos ou reservas.
• Manso senhorial (domínio): uso exclusivo do senhor feudal.
• Manso servil: arrendada aos servos e dividida em tenências.
• Manso comunal: terras comuns (pastos, bosques, florestas).
OBRIGAÇÕES SERVIS: relações servis.
- relações de exploração e dependência -> senhores e servos.
• corvéia: dias de trabalho semanal gratuito dos servos no manso senhorial a produção era do senhor feudal.
• talha: divisão da produção servil no manso servil.
• banalidades: taxas pagas pelos servos pela utilização das instalações do feudo (celeiro, moinho, forno).
• capitação: imposto pago por cada servo individualmente.
• tostão de Pedro: imposto pago para manter a capela.
• mão-morta: imposto pago para transferir o lote de um servo falecido para seus herdeiros.
• formariage: taxa paga para se casar.
• albergagem: alojamento e produtos para os senhores em viagem.
RELAÇÕES FEUDO-VASSÁLICAS: relações vassálicas.
- relações de dependência pessoal e de obrigações recíprocas.
- suserania e vassalagem: nobre e nobre.
- suserano: doava a terra (beneficium) -> proteção.
- vassalo: recebe a terra -> fidelidade, auxílio nas guerras, pagamento de resgate.
- homenagem (cerimônia): juramento de fidelidade.
- ajuda (auxilium) e consulta (consilium) mútuas.
A IGREJA:
• Teocentrismo Cristão.
- maior instituição medieval.
- poder e riqueza.
- organização hierárquica.
- herança cultural greco-romana.
- hegemonia ideológica.
- cultura teocêntrica.
- justificava a ordem feudal.
BAIXA IDADE MÉDIA
CARACTERÍSTICAS:
• transformações na sociedade feudal: início da crise do feudalismo.
+ início da superação das estruturas feudais.
+ progressiva estruturação de um novo modo de produção, o capitalismo.
+ surgimento de uma economia comercial: dinamismo comercial.
+ surgimento de um novo grupo social, a burguesia.
+ centralização do poder real.
+ declínio do modo de produção servil.
+ desenvolvimento do trabalho livre (relações assalariadas).
+ economia monetária.
+ estruturação das monarquias nacionais feudais.
+ produção de excedentes para serem comercializados.
+ iniciaram-se as mudanças na Europa Ocidental que, a seguir, desencadearam o processo de montagem do sistema capitalista.
+ a articulação entre as três “esferas” de poder (universal, da Igreja; local, dos senhores feudais; e, nacional, dos reis) é um dos traços políticos distintivos da Baixa Idade Média. Em seu período final, esta articulação se dará em prejuízo dos poderes locais e do poder universal do papa e em benefício do poder do Estado-Nação (rei).
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO:
• Motivos: o fim das invasões e a diminuição das epidemias.
• produção limitada: tributação e técnicas rudimentares não atendia ao consumo.
• marginalização social: expulsão do excedente populacional do feudo.
- ocupação das aldeias e cidades.
- saques.
- batalhas feudais: belicosidade.
- Paz de Deus: proteção aos lavradores, viajantes e mulheres.
- Trégua de Deus: limitava os dias de combate no ano e proibia os combates de sexta a segunda-feira e em dias de festa.
• aperfeiçoamento das técnicas agrícolas: arado de ferro, atrelamento peitoral , ferraduras, moinho hidráulico, charrua.
• expansão dos limites do espaço agrícola: pastos e bosques expansão agrícola.
• expansão territorial: expansão germânica para o leste, Guerra de Reconquista e Cruzadas.
AS CRUZADAS
CONCEITO:
- expedições militares organizadas pelos cristãos da Europa Ocidental para combater (guerra santa) os muçulmanos.
OBJETIVOS:
- romper o cerco muçulmano na Europa.
- libertar os lugares santos do domínio muçulmano.
SIGNIFICADO:
- expansão da cristandade ocidental.
MOTIVOS:
- o crescimento populacional e a conseqüente marginalização feudal inadequação da estrutura feudal para absorver o crescimento demográfico.
- a solicitação de auxilio dos imperadores bizantinos diante da pressão dos turcos seldjúcidas.
- o desejo da Igreja Católica de reunificação do cristianismo: Igreja Ortodoxa.
- a força da fé.
- os interesses das cidades comerciais italianas.
- convergência de interesses entre os mais variados setores da sociedade européia.
CONCÍLIO DE CLERMONT (1095):
- O papa Urbano II conclamou aos cristãos que formassem expedições para combater os muçulmanos.
AS CRUZADAS (1096-1270):
• 8 oficiais e 2 extra-oficiais.
+ Cruzada dos Mendigos (1096): foi massacrada pelos turcos.
+ 1ª Cruzada (1096-1099): Cruzada dos Nobres reconquistou Jerusalém e criação de ordens monásticas.
+ 2ª Cruzada (1147-1149).
+ 3ª Cruzada (1189-1192): Cruzada dos Reis conseguiu a permissão para a peregrinação cristã a Jerusalém.
+ 4ª Cruzada (1202-1204): Cruzada Comercial saque de Constantinopla, formação do Reino Latino de Constantinopla e Veneza assumiu o domínio do Mediterrâneo (comércio entre Ocidente e Oriente).
+ Cruzada das Crianças (1212): as crianças foram vendidas como escravas no Norte da África.
+ 5ª Cruzada (1218-1221).
+ 6ª Cruzada (1228-1229).
+ 7ª Cruzada (1248-1250).
+ 8ª Cruzada (1270).
CONSEQÜÊNCIAS:
- dinamização das relações comerciais entre Ocidente e Oriente.
- reabertura do Mediterrâneo aos europeus.
- renascimento comercial e urbano na Europa.
- crescimento da economia monetária.
- expansão do mercado.
- surgimento de novas práticas comerciais: letra de câmbio, cheque e contabilidade.
- difusão do espírito de lucro e o racionalismo econômico.
- o enriquecimento cultural das sociedades mediterrânicas.
- empobrecimento dos senhores feudais.
- fortalecimento do poder real.
FRACASSO:
+ Motivos:
- caráter superficial das conquistas, que não geraram laços de união coma população local.
- anarquia feudal: rivalidade nacional entre as potências ocidentais.
->nos aspectos político, militar e religioso as cruzadas fracassaram.
->no aspecto econômico, os resultados foram amplamente significativos.
O RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO
DEFINIÇÃO:
- intensificação do comércio, desenvolvimento do artesanato urbano e florescimento das cidades medievais, além do surgimento e fortalecimento da burguesia.
RENASCIMENTO COMERCIAL
ROTAS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL:
• rota do Mediterrâneo: Constantinopla ― Itália.
• rota de Champagne: Itália ― Champagne.
- depois, diante das dificuldades encontradas nessa rota, os italianos passaram a atravessar (através do Mediterrâneo) o estreito de Gibraltar e dali navegavam pelo Atlântico em direção ao Norte (rota alternativa), tendo Portugal como ponto de escala.
->desenvolvimento do comércio e da burguesia.
• rota do Mar do Norte: norte da Europa ― Champagne.
->além dessas rotas existiam outras rotas terrestres, fluviais e marítimas.
FEIRAS MEDIEVAIS:
- pontos de comércio sazonais e inter-regionais.
- locais de comércio de amplitude continental que dinamizaram a economia da Baixa Idade Média.
* Champagne e Flandres: principais.
- valorização dos bens móveis.
- transações financeiras.
- uso acentuado de moeda.
- atividade creditícia.
- circulação de letras de câmbio.
- atividades bancárias.
- atuação de um novo grupo social, os mercadores.
GUILDAS:
- associações de comerciantes de uma mesma cidade.
- garantir o monopólio do comércio local.
- controle dos preços das mercadorias.
HANSAS:
- associações de comerciantes de várias cidades: comércio em grande escala.
- defender os interesses comerciais da burguesia urbana.
• Merchants of the Staple: controlava a exportação de lã da Inglaterra e a importação de produtos de várias cidades flamengas.
• Hansa Teutônica ou Liga Hanseática:
- controlava o comércio no norte da Europa.
- cidades setentrionais alemãs: Lübeck, Dantzig, Hamburgo.
- dinamizaram as cidades e os mercados.
- concepções de lucro e capitalização.
RENASCIMENTO URBANO
CIDADES:
• Gênova e Veneza.
- estilo de vida urbano.
- sociedade estruturada em classes.
- pólo de atração da população rural.
- atividades comerciais, artesanais e bancárias.
- burgos (fortificações): burguesia
- submissão à autoridade dos senhores feudais: impostos.
MOVIMENTO COMUNAL:
- as cidades passaram a lutar pela independência: autonomia urbana (emancipação da tutela feudal).
• Cidades Francas: cidades que conseguiram sua autonomia por meios pacíficos através de acordos (Carta de Franquia) com os senhores feudais (indenizações).
• Cidades Comunas: cidades que conseguiram sua autonomia através da luta armada, buscando o apoio real diante da resistência dos senhores feudais.
+ a burguesia assume o controle administrativo das cidades: os serviços urbanos eram proporcionados pelos grandes comerciantes.
CORPORAÇÕES DE OFÍCIO:
- associações de artesãos de um mesmo ofício (ramo de atividade).
- objetivos: impedir a concorrência, garantir a qualidade dos produtos e organizar os horários de trabalho.
- código de ética: “justo preço” -> o valor de um produto era representado pela adição do custo da matéria-prima ao custo do trabalho.
- oficina: organização hierárquica -> mestre, oficial, aprendiz e o jornaleiro não existia completa separação entre capital e trabalho nem especialização com divisão do trabalho.
FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS
DEFINIÇÃO:
- Processo de centralização do poder e de unificação política ocorrido na Baixa Idade Média e que vai promover o fortalecimento do poder real e o surgimento das modernas nações, dos governos e das instituições nacionais.
SIGNIFICADO:
• A centralização monárquica criou as condições institucionais necessárias ao desenvolvimento econômico e cultural na Baixa Idade Média (de meados do século XI até o início do século XIV):
- vigoroso processo de crescimento: da população, da produção, do comércio, das corporações de ofício, das cidades.
- expansão militar e territorial: cruzadas, Reconquista, colonização do Leste.
- desenvolvimento cultural e artístico: universidades, catedrais.
FATORES:
- a crise do sistema feudal: dissolução da ordem feudal clássica.
- o renascimento comercial e urbano.
- o fortalecimento da burguesia.
- a aliança do rei com a burguesia.
- o enfraquecimento da nobreza.
- a evolução da economia capitalista-burguesa.
- o desenvolvimento da concorrência internacional comercial.
- a luta entre as classes sociais (burguesia X nobreza).
MECANISMOS DE CENTRALIZAÇÃO:
- Eliminação do particularismo feudal (submetendo a nobreza) e do universalismo da Igreja (limitando sua atuação).
- centralização do poder: fortalecimento do poder real.
- unificação política, monetária, tributária e de pesos e medidas.
- justiça real: juizes.
- exército nacional.
- burocracia.
A FORMAÇÃO DA MONARQUIA FRANCESA:
• Dinastia Capetíngia:
- Hugo Capeto, conde de Paris, assumiu, em 987,o trono francês.
- início do processo de centralização: poder real forte e de caráter nacional superação da autonomia da autonomia dos senhores feudais.
* Filipe Augusto:
- apoio da burguesia: expansão do comércio.
- formação de um exército nacional.
- expansão das fronteiras do reino: Normandia.
- funcionários reais (bailios e senescais) recolhiam os impostos nacionais e impunham as leis e a justiça real.
* Luís IX:
- combateu o particularismo feudal.
- ampliação dos poderes dos tribunais reais.
- instituição de uma moeda de circulação nacional.
* Filipe IV, o Belo:
- entrou em choque com a Igreja devido a sua política de fortalecimento da monarquia.
- para contornar a crise econômica que seu reinado atravessava, decidiu cobrar impostos ao clero e enfrentou, por isso, forte oposição do papa Bonifácio VIII, que ameaçou excomungá-lo.
- buscou apoio da sociedade e constituiu a Assembléia dos Estados Gerais (clero, nobreza e comerciantes): autorizou a cobrança dos impostos clericais.
• Cisma do Ocidente:
+ Cativeiro de Avignon ou Cativeiro da Babilônia (1307-1377): Filipe IV, depois da morte de Bonifácio VIII, interferiu na escolha do sucessor, Clemente V, que, pressionado pelo rei, transferiu a sede do papado de Roma para a cidade francesa de Avignon submissão de vários papas à tutela dos reis franceses supremacia do poder real o poder secular saiu vitorioso sobre o poder espiritual.
- nesse período, a Igreja chegou a ter três papas: um em Avignon, outro em Roma e outro em Pisa.
- conseqüências: oposição teológica e colapso do poder universal da Igreja.
- em 1417 foi eleito um único papa (Martinho V) e Roma voltou a ser a única sede do papado.
A FORMAÇÃO DA MONARQUIA INGLESA:
• no século V, os anglos e os saxões formaram sete reinos bárbaros: heptarquia saxônica.
- nos séculos VI e VII, observamos a composição de três reinos.
- no século IX, formaram o Estado anglo-saxônico: feudalizacão.
• no século XI, o reino anglo-saxônico é conquistado pelos vikings (dinamarqueses): Guilherme I, o Conquistador, duque da Normandia: início da dinastia normanda.
- subordinação da nobreza.
- poder centralizado.
- divisão da Inglaterra em condados (shires), supervisionados por funcionários do rei (sheriffs).
• dinastia plantageneta ou angevina:
+ Henrique II (conde Anjou):
- ampliação dos poderes reais.
- fortalecimento da justiça real: common law lei imposta a toda a Inglaterra e aplicadas por juizes.
+ Ricardo I, Coração de Leão:
- sua ausência no governo (batalhas) e o aumento dos impostos provocaram insatisfação geral e, consequentemente, debilitou o poder real e fortaleceu o dos senhores feudais.
+ João Sem Terra:
- abuso na taxação de impostos e sucessivas derrotas militares contra a França : revolta dos senhores feudais, apoiados pelos burgueses.
->Magna Carta (1215): imposta pelos nobres, com o apoio da burguesia, ao rei.
- estipulava que o rei só poderia aumentar impostos ou alterar as leis com o consentimento do Grande
Conselho (clero e nobreza).
- representa a base das liberdades inglesas e a imposição da autoridade dos nobres sobre o poder real.
+ Henrique III:
- Provisões ou Estatutos de Oxford (1265): incluía a burguesia no Grande Conselho.
- em 1295, o Grande Conselho transformou-se no Parlamento inglês.
A FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS IBÉRICAS:
- a Península Ibérica, depois da queda do Império Romano, foi invadida pelos visigodos e, em 711, pelos árabes que, destruindo o reino visigótico cristão, deslocou os cristãos para o Norte (Reino das Astúrias).
- A unificação política espanhola e portuguesa não está relacionada a evolução da economia capitalista-burguesa nem a aliança do rei com a burguesia.
- a formação das monarquias ibéricas relaciona-se com a necessidade que tiveram os nobres de se unir na luta contra os mouros no decorrer da Guerra de Reconquista (luta para expulsar os sarracenos da Península Ibérica).
• Espanha:
- na luta contra os mouros, formaram-se, ao longo dos séculos XI e XII, os reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão Castela e Aragão anexaram Leão e Navarra.
- em 1469, Castela e Aragão unificaram-se através do casamento de Fernando de Aragão e Isabel de Castela.
- em 1492, com a conquista de Granada, último reduto árabe na península Ibérica, completou-se o processo de formação da monarquia nacional espanhola.
• Portugal:
- Henrique de Borgonha, nobre francês, recebeu do rei Afonso VI, de Leão, o Condado Portucalense, como recompensa pelos seus esforços na luta contra os muçulmanos na península Ibérica.
- em 1139, Afonso Henriques, proclamou a independência do Condado Portucalense, promovendo, assim, o surgimento do reino de Portugal e o início da dinastia de Borgonha.
+ Dinastia de Borgonha:
- fortalecimento do poder real.
- surgimento e fortalecimento da burguesia lusitana: desenvolvimento da atividade pesqueira, incremento da produção agrícola e a inauguração da nova rota comercial italiana.
* Revolução de Avis (1383-1385):
+ Motivos:
- a sucessão do trono português depois da morte do último rei da dinastia de Borgonha, D. Fernando.
- o interesse da nobreza de entregar a coroa portuguesa ao rei de Castela.
- os conflitos entre a nobreza e a burguesia, que não aceitava a intenção da nobreza.
+ O conflito:
- burguesia e o povo (“arraia miúda”) X nobreza e castelhanos
->apoiavam D. João, o Mestre de Avis.
- em 1385, os castelhanos são derrotados na Batalha de Aljubarrota.
- Início da Dinastia de Avis, com D, João sendo coroado rei.
+ Dinastia de Avis:
- aliança do rei com a burguesia.
- fortalecimento do poder real.
- desenvolvimento do comércio.
- expansão ultramarina portuguesa.
ITÁLIA E ALEMANHA:
- Estas regiões não promoveram a unificação/centralização nesse período devido a força dos poderes particularistas feudais e da influência do poder universal da Igreja.
A CRISE FINAL DO FEUDALISMO (SÉC. XIV E XV)
DEFINIÇÃO:
- Processo de desagregação das estruturas feudais provocado pelo desenvolvimento comercial e urbano e pela sua incapacidade de atender as novas necessidades surgidas no final da Idade Média, com isso, inicia-se um processo de transição para um novo modo de produção, o capitalismo.
FATORES:
+ Grande Fome (1315-1317): devido à forma de exploração utilizada durante toda a Idade Média houve esgotamento do solo e, conseqüentemente, a produção agrícola diminuiu subida dos preços fechamento dos mercados nas cidades fome no campo e nas cidades diminuição da população.
+ Peste Negra (1347-1350): assolou a Europa causando milhões de mortes diminuição da população.
+ Guerra dos Cem Anos (1337-1453):
- Inglaterra X França.
- Motivos: a sucessão do trono francês e a disputa pela região de Flandres.
->disputavam o trono: Filipe de Valois ( nobre francês) e Eduardo III (rei inglês).
Lei Sálica
- Joana D’Arc: levantou o ânimo nacional francês, abatido pelas sucessivas derrotas diante da Inglaterra.
- vitória francesa.
- conseqüências: enfraquecimento da nobreza feudal e fortalecimento do poder real.
+ Revoltas Camponesas (1358): motivadas pelas derrotas francesas em Crécy e Poitiers, a crise geral do feudalismo e a superexploração feudal também ocorreram revoltas urbanas.
+ falta de mão-de-obra.
+ escassez de metais preciosos.
+ retração do comércio.
->as crises dos séculos XIV e XV, embora tivessem um efeito generalizado por toda a Europa, não afetaram com a mesma intensidade todas as regiões que a sofreram.
->a partir dessa crise, as próprias soluções encontradas pelos europeus para superá-la, acabam por provocar a desintegração do Feudalismo essa desintegração não ocorre repentinamente, antes, é um longo processo que se completará em momentos distintos em cada região da Europa.
->início da transição do feudalismo para o capitalismo.
A TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO
DEFINIÇÃO:
- processo conhecido tradicionalmente como “Época Moderna”, estende-se tradicionalmente do século XV ao XVIII e é assinalado, na Europa Ocidental, por uma série de transformações que, vistas em conjunto, constituem o momento da transição, isto é, da passagem do Feudalismo para o Capitalismo.
AS TRANSFORMAÇÕES DA TRANSIÇÃO:
+ os mecanismos através dos quais a sociedade européia procurou superar a crise dos séculos XIV/XV.
+ sob a aparência de grandes mudanças ainda persistia uma estrutura essencialmente feudal: verifica-se a convivência de uma velha estrutura e de elementos novos, tipicamente capitalistas, que começam a aflorar.
- Crise dos séculos XIV e XV.
- Expansionismo Marítimo.
- Renascimento.
- Reforma.
- Absolutismo.
- Estado Nacional.
- Mercantilismo.
- Sistema Colonial.
- Acumulação Primitiva de Capital.
O ANTIGO REGIME EUROPEU:
+ capitalismo comercial (mercantilismo): valorização dos bens móveis, do comércio e da capitalização coexistência de relações feudais e relações capitalistas.
+ absolutismo: Estado interventor.
+ sociedade estamental: sociedade de ordens.
+ intolerância religiosa e filosófica.
ACUMULAÇÃO PRIMITIVA:
- a expropriação das terras dos camponeses: cercamentos (enclosure) -> constituição do proletariado.
- as leis (sanguinárias) proibindo a mendicância e a vadiagem -> disciplinar a nova mão-de-obra.
- comércio: saques, pirataria, práticas mercantilistas, o tráfico de escravos.
- a exploração colonial.
- as manufaturas.
- violência.