16.3.12

Éça de Queirós




Éça de Queirós
Nasceu em Portugal, em 1845, e morreu em Paris, em 1900. Eça é considerado o melhor ficcionista do Realismo português e, também, enquadrado como naturalista pela ênfase às teses cientificistas da época.Sua ficção fecunda procurou fazer um verdadeiro estudo da sociedade portuguesa de seu tempo. Adotou o Realismo no que este tem de análise da sociedade. Sem sair dessa orientação, demonstrou desencanto com a civilização técnica que evoluía. Foi quando criou o personagem Fradique Mendes, um gozador da vida, completamente desligado de preocupações coletivas.
À medida que foi amadurecendo em sua arte literária, Eça se aperfeiçoou na
apresentação de tipos e grupos típicos, exatamente linha de Flaubert, realista, e Zola, naturalista.O denominador comum de toda a sua ficção foi a crítica dos princípios burgueses que dominavam seu país. A família e a Igreja, por exemplo, foram duramente atacadas por ele, não por si mesmas, mas pela mentalidade burguesa que as dominava.
Para isso, serviu-se dos fatos observados tanto no relacionamento diário dos
compatriotas, quanto nos acontecimentos nacionais e internacionais que ele soube
interpretar com lucidez. Além de descomplicar a sintaxe, tornou os diálogos bem
naturais, recorrendo a termos populares. Muitas vezes usou o discurso indireto livre, no qual o autor reproduz a fala dos personagens com fidelidade, sem a forma do diálogo direto. Para quebrar a monotonia do estilo documental, introduziu situações meio fantásticas, caricaturas de tipos, personagens com ar de aparições, cenas melodramáticas, mas sempre com moderação. Além de tudo isso, sua ficção se revela não propriamente como realidade, mas como humor, como subjetividade desmascarada. É o toque da ironia.

Principais romances: Os Maias – O crime do Padre Amaro – O Primo Basílio – A
Capital – A ilustre Casa de Ramires – A Cidade e as Serras – Correspondência de
Fradique Mendes.