por: Lucyanne Mano
"Era um domingo bonito demais para se morrer. Mas acordou com a dor e o luto de todo o mundo. A dor e o luto de também perder Marilyn Monroe. Marilyn morreu com a madrugada, e levará para o túmulo a beleza do corpo e a tristeza da alma. Hoje o mundo chora a morte da mulher bonita e a impossibilidade de a mulher triste sobreviver ao martírio de sua tristeza". Jornal do Brasil
Marilyn Monroe morreu à sombra de uma infância de misérias. Nascida Norma Jean Baker, ainda menina viveu um drama familiar que a fez habitar casas de família e orfanatos, num percurso errante. Foi no desamparo da sua meninice que se convenceu de que só a fama poderia aplacar as suas frustrações. Trilhou o caminho do sucesso com a obstinação de quem sabia o que queria. Mostrando todas as virtudes de um corpo privilegiado, logo provocou a atenção do mundo, que caiu sobre ela com a voracidade de lobo faminto. Mas a mulher sozinha no anonimato transformou-se na mulher sozinha nos palcos do sucesso. O estrelato cobrou-lhe sempre um alto preço em noites de insônia e pesadelo. O mito que enfeitiçou o mundo, enveredando uma projeção jamais alcançada pelas divas de Hollywood, teve incondicionalmente a companhia de uma solidão com insistência renovada.
Seus últimos meses de vida não foram diferentes. Refém de seu próprio triunfo, solitária, Marilyn refugiou-se cercada por seus medos. Entre eles, o medo da morte, a quem evitou como se a procurasse. E a encontrou dormindo em sua mansão em Brentwood, Califórnia, numa longa madrugada igual a outras tantas, talvez à procura do que não conseguiu em três casamentos, nas luzes de neon que refletiam sua fama e na legião de empresários que a esgotavam na exploração de seu talento.
A conturbada vida de romances
Loira e sedutora, Marilyn Monroe misturou erotismo com humor numa criação de símbolo sexual sem precedentes. O sucesso, contudo, foi incapaz de trazer-lhe a felicidade. Dona de uma conturbada vida sentimental, colecionou inúmeros romances, inclusive com o presidente americano John Kennedy (1961-1963), o que levou a opinião pública a conjecturar sobre as circunstâncias de sua morte.
O laudo oficial diagnosticando overdose de barbitúricos é até hoje confrontado com a versão de que Marilyn foi vítima de uma conspiração orquestrada dentro da Casa Branca.
Fonte: Jblog