por Tiago Cordeiro
O Tiger II, mais importante tanque da artilharia alemã, era maior que os outros e tinha blindagem e poder de fogo imbatíveis. Os tanques surgiram na Inglaterra, em 1916, mas não passavam de tratores com chapas acopladas. Foi só na 2ª Guerra que eles se tornaram cada vez maiores e mais mortais. No começo do conflito, os modelos alemães, Panzer I e Panzer II, eram inferiores aos dos adversários, mas as estratégias de penetração nos territórios inimigos eram tão eficientes que ambos se tornaram peças cruciais do jogo de guerra. Os aliados reagiram com tanques mais fortes, como o soviético T-34, e os alemães responderam criando o Tiger II. Mais forte e bem equipado que seus adversários, ele estreou na Batalha da Normandia e foi fundamental para barrar o avanço inimigo, em especial na Batalha de Debrecen e na resistência à Operação Market Garden, entre outros confrontos. Não impediu que os alemães caíssem perante os aliados, mas foi um grande avanço militar para a época.
Monstro Blindado
De 492 unidades fabricadas, cerca de dez ainda restam e uma ainda funciona
Mira Certeira
O canhão tinha capacidade para operar com seis tipos de munição, com alcances e tipos de estragos diferentes, capazes de penetrar a até 18,5 cm. Conseguia destruir qualquer veículo terrestre inimigo, pois atravessava placas de metal de 15 cm a até 2,2 km de distância. Na batalha frente a frente com qualquer outra máquina, o Tiger II não podia ser derrotado
Casca-grossa
A chapa de metal na área dianteira tinha 18 cm e era praticamente impenetrável: aguentava todas as armas e minas antiataque da época. Para ter uma ideia, o M4 Sherman, de producão americana, tinha proteção frontal de apenas 9,1cm. Na parte traseira, sempre mais vulnerável em tanques, a proteção do Tiger II era razoável: uma chapa de 5 cm logo abaixo dos dois escapamentos
Linha direta
Enquanto muitos veículos dos aliados, em especial os soviéticos, sequer tinham rádio, os alemães tinha um sistema de comunicação eficiente. O Tiger II contava com um operados especializado, cuja tarefa exclusiva era receber e enviar as informações que sustentavam as operações sincronizadas entre centenas de veículos
Enlatados
Em muitos dos tanques da 2ª Guerra, não havia espaço para mais do que três tripulantes, e o motorista precisava exercer outras funções simultaneamente. No Tiger II, havia espaço de sobra: cabiam o piloto, um operador de rádio, um artilheiro, um carregador de munição e um comandante, que avaliava as mudanças de situação no meio da batalha
Muita areia pro caminhãozinho
O motor modelo Maybach HL 230 V-12 era movido a gasolina e eficiente quando usado em outros modelos alemães como o Panther e o Tiger I. No Tiger II, não dava conta do peso do veículo, consumuia muito combustível e falhava com alguma frequeência - era o ponto fraco desta máquina que, muitas vezes, ficava atolada na lama dos campos europeus.
Pés de Metal
Para movimentar um carro de 56,9 toneladas , as esteiras eram formadas por centenas de elos e movidas por 11 rodas de metal de cada lado, cada uma com 80 cm de diâmetro. Produzidas para veículos menores e adaptadas às pressas, elas não eram reforçadas o suficiente para o tamanho do veículo e, às vezes, paravam de funcionar
Ficha técnica
Peso - 56,9 toneladas
Altura - 2,88 m
Comprimento - 7,38 m (10,28 m com o canhão)
Largura - 3,75 m
Tripulação - 5 pessoas
Velocidade Máxima - 38 km/h
Autonomia - 170 km
Curiosidades
Para dirigir, o tanque tinha dois manches, um para cada mão. A alavanca era puxada para o lado que se desejava ir. O veículo era lento como um barco
As duas metralhadoras tinham capacidade de disparar 5.850 tiros. Eram eficientes para atingir outros tanques ou mesmo aviões
Fontes - How It Works - Book of Incredible History (vários autores) e German Tanks of World War II de S.Hart e R.Hart Consultoria Mark Stoler, professor de história da Universidade de Vermont