Com a criação da linha de montagem, Henry Ford diminuiu o tempo de produção do carro e aumentou as vendas.
"O cliente pode escolher a cor que desejar, desde que seja preta." A célebre frase, dita por Henry Ford em referência ao carro Ford modelo T, tem lógica: a tinta preta era a única com secagem rápida no mercado de 1913. E Ford precisava de tintas desse tipo para finalizar sua criação, a primeira linha de montagem automobilística do mundo.
Produto da segunda revolução industrial, o "fordismo" mudou a forma de confeccionar carros. Se em 1908, ano de criação do Ford T, um automóvel era feito de forma artesanal e demorava aproximadamente 12 horas para ser montado, seis anos depois ele era produzido, em massa, em apenas 93 minutos. Além de produzir muito - foram mais de 15,4 milhões de veículos até 1927 -, a linha de montagem também permitiu baratear o produto. O carro custava US$ 850 (ou R$ 42,7 mil em valores atuais) quando apareceu pela primeira vez e chegou a ser vendido a US$ 280 (R$ 7,1 mil) poucos anos depois.
Peças por todos os lados
As peças do carro eram produzidas na mesma fábrica, em pequenas linhas de montagem, que se posicionavam nos andares acima da linha principal e convergiam a ela por elevadores.
Puxado no braço
Em 1913, Ford instalou a primeira linha de montagem do T, na fábrica de Highland Park, no estado de Michigan, EUA. Os operários ficavam em seu posto, esperando o chassi chegar para executar o trabalho. No primeiro modelo da linha, o chassi era puxado pelo chão da fábrica por meio de uma corda e um sarilho. No ano seguinte, a linha foi posicionada na altura da cintura, facilitando o trabalho. As cordas foram trocadas por trilhos.
Motor
O motor do Ford T, de 4 cilindros com válvulas laterais, era fixado ao chassi na 10ª etapa da linha de produção. Depois, eram instalados os tanques de combustível, que ficavam sob o banco do passageiro. Primeiro colocavam o tanque de álcool e depois o de gasolina - sim, o Ford T era flex e funcionava com um dos dois combustíveis ou os dois juntos.
Pretinho básico
A carroceria era a última etapa da produção do Ford T. Assim que os operários colocavam a cobertura preta, ele saía da fábrica pronto para o uso. A partir de 1913, a cor da carroceria foi padronizada como preta por ter secagem mais rápida. Anos depois, com o aperfeiçoamento nas tintas, o modelo T tornou-se disponível em outras cores.
Rodas de madeira
Nos primeiros anos de produção do modelo T, as rodas eram feitas de madeira, depois passaram a ser de ferro. Os pneus eram pretos, mas o consumidor poderia escolher a opção com a roda de faixa branca.
Montando o carro
Cada funcionário era responsável por uma fase da produção, em 84 etapas distintas. Os primeiros operários da linha fixavam os suportes dos para-lamas à estrutura do chassi. Para reduzir a dependência de mão de obra qualificada, as peças eram intercambiáveis e podiam ser facilmente montadas por operários não qualificados.
Ford Bigode
O modelo T, conhecido como Ford Bigode no Brasil, não foi o primeiro automóvel do mundo. Esse mérito é do alemão Patent-Motorwagen, de 1886. O carro da Ford foi o primeiro produzido em massa. Tinha estrutura de madeira revestida de metal e possuía duas marchas, além da ré. Era cheio de opcionais, como o volante rebatível, que facilitava o acesso do motorista. Sem chaves, a partida era dada por uma alavanca do lado de fora.
Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/entenda-como-era-linha-montagem-ford-t-748425.shtml