por: Lucyanne Mano
Um incêndio, que começou no 9º andar, destruiu o Edifício Andorinhas, antigo prédio comercial no Centro do Rio. Foram registrados cerca de 50 feridos e confirmadas 21 mortes.
Embora tenham chegado ao local poucos minutos após o início do fogo, os bombeiros enfrentaram grandes dificuldades para controlar as chamas.
Água escassa, escadas inadequadas para a altura do prédio, assim como falta de equipamentos prejudicaram a ação da corporação, que demorou cerca de cinco horas para controlar a situação.
As cenas mais dramáticas aconteceram nas janelas que davam para o pátio interno do Andorinhas. Para lá, voltaram-se olhares aflitos de curiosos que acompanhavam o desespero de duas vítimas. Apesar dos insistentes apelos para que não desistissem, ambos jogaram-se do alto do 12º andar. Um homem foi o primeiro a pular morrendo no choque contra o chão. Em seguida, uma mulher saltou e caiu sobre um dos carros de bombeiros. Algumas pessoas esconderam o rosto para não ver as quedas, mas não puderam evitar ouvir os gritos de desespero e o barulho dos corpos.
A tragédia poderia ter sido maior. As primeiras chamas foram registradas no horário do almoço, durante o intervalo do expediente, e muitas pessoas que trabalhavam lá estavam ausentes do edifício.
Bravura supera impotência
Uma multidão acompanhou a exibição da incapacidade da Corporação dos Bombeiros do Rio para combater grandes incêndios em edifícios. Mangueiras se rompiam, bombas d´água não funcionavam, jatos d´água não tinham força para atingir os andares em chamas, hidrantes estavam secos, não havia cama elástica nem megafones para prestar instruções às vítimas e curiosos. Enfim, o que de real havia eram apenas a garra e a vontade de cada soldado em apagar um incêndio e salvar vidas sem dispor das mínimas condições para isso.
Confira aqui o editorial da edição de 18 de fevereiro de 1986: "Padrão de Insegurança".
Fonte: http://www.jblog.com.br