Abastecimento: uma questão delicada entre Portugal e os colonos maranhenses
A região do Maranhão, até meados do século XVII, foi considerada um dos mais importantes centros econômicos da sociedade colonial. Ao mesmo tempo em que oferecia uma excelente localização geográfica, a região também despontou como um dos maiores centro de produção de açúcar e algodão da colônia.
Apesar de ter sido uma importante fonte de divisas para o império português, as contradições das relações coloniais impulsionaram um episódio conflituoso entre a metrópole e os colonos daquela região. O fato é que a administração portuguesa não tinha meios suficientes para que a economia da região se sustentasse.
Tal deficiência acabou fazendo com que a falta de produtos manufaturados e peças de escravos fossem problemas comuns entre os colonos maranhenses. A carestia de recursos motivou a população local a escravizar índios e expulsar os padres jesuítas que ali se encontravam. Pressionados por esse primeiro levante, os portugueses prometeram dar melhores condições de vida aos revoltosos.
Em 1682, a metrópole criou a Companhia de Comércio do Maranhão, que se comprometeu a fornecer regularmente mercadorias da Europa, destinar anualmente cerca de 500 escravos à região e comprar os produtos agrícolas a preço justo. Com o passar do tempo, Portugal não cumpriu os acordos e os colonos mais uma vez se mobilizaram.
Nesse segundo conflito, liderado pelos irmãos Manuel e Tomas Beckman, voltaram a expulsar os jesuítas da região e dissolveram a Companhia de Comércio do Maranhão. Mesmo apenas reivindicando melhorias na administração colonial, o governo português reprimiu violentamente o movimento. Contando com um número restrito de participantes, a Revolta dos Beckman foi rapidamente suprimida e seus líderes condenados à morte.
Por Rainer Gonçalves Sousa
5.2.13
A Revolta de Beckman
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