28.4.10

Nosso primeiro serial killer

por Rodrigo Gallo

Na década de 1920, o Brasil conhecia os primeiros assassinatos em série de sua história. Três jovens foram estrangulados e estuprados em São Paulo. A polícia logo apontou o culpado: José Augusto do Amaral, mineiro, 55 anos, ex-soldado da Força Pública, confessou os homicídios – mas morreu antes de ser julgado.

As supostas vítimas de Preto Amaral, como era conhecido, foram atacadas em menos de um mês. Em 5 de dezembro de 1926, Antônio Sanchez, 27 anos, foi achado morto no Campo de Marte, zona norte, após aceitar um convite para almoçar. “Com a certeza de que o rapaz não dava sinais de vida, sodomizou-o e fugiu em seguida. Para ele, não fazia diferença o fato de fazer sexo com Antônio já morto”, escreveu Ilana Casoy no livro Serial Killers Made in Brasil. José Felippe de Carvalho, 12 anos, abordado na véspera do Natal, quando ia para a missa, foi também levado para o Campo de Marte, estrangulado e estuprado. A última vítima foi Antônio Lemes, 15 anos, morto em 1º de janeiro de 1927, depois de ganhar um almoço.

As investigações levaram a polícia até Preto Amaral, que confessou os crimes, sem demonstrar emoção. Embora tenha sido reconhecido por testemunhas, a dúvida da autoria dos homicídios permanece. Amaral morreu de tuberculose em 12 de julho de 1927, na Cadeia Pública, antes de ir ao tribunal. “Ele foi julgado pela sociedade sem nunca ter ocorrido um julgamento nos tribunais”, afirma o pesquisador Paulo Fernando de Souza Campos, que defendeu uma tese sobre o criminoso na Unesp.

É do Brasil

Conheça outros assassinos seriais que ficaram famosos

Chico Picadinho

Francisco Costa Rocha ficou conhecido como Chico Picadinho por conta dos dois homicídios que cometeu: além de matar, ele retalhou os corpos das vítimas, depois de manter relações sexuais. Suas vítimas foram a bailarina austríaca Margareth Suída, em 1966, e a prostituta Ângela de Souza da Silva, em 1976.

Vampiro de niterói

Marcelo Costa de Andrade matou e sodomizou 13 crianças em 1991, no Rio de Janeiro. Após os crimes, ele bebia o sangue das vítimas, para ficar “tão puro e bonito como elas”. E deu uma justificativa estranha para seus atos: segundo ele, crianças menores de 13 anos mortas de forma violenta alcançariam o reino dos céus.

Monstro de Guaianazes

Entre estupros e tentativas de violência sexual, BeneditoMoreira de Carvalho cometeu 29 crimes na Grande São Paulo na década de 50. Dez de suas vítimas acabaram mortas. O “Monstro de Guaianazes” pedia a elas que fizessem sexo com ele. Ao ouvir a recusa, arrastava-as para locais ermos e cometia os crimes.

Maníaco do Parque

O ex-motoboy Francisco de Assis Pereira ganhou fama nacional após estuprar e matar pelo menos dez mulheres em São Paulo, em 1998. Ele dizia ser fotógrafo e convencia as vítimas a acompanhá-lo até o Parque do Estado, zona sul da cidade. A polícia acredita que outras onze pessoas foram violentadas pelo bandido.

Fonte:Aventuras na História