Coronéis da República Velha | ||
Barões do café, antepassados dos coronéis | ||
A Guarda Nacional, o cidadão em armas | ||
Um mocambo, símbolo da pobreza | ||
Aparício Saraiva, caudilho platino | ||
Coronéis de todos os tipos | ||
Delmiro Gouvea, uma raridade | ||
O feudo de um coronel | ||
Um potentado em férias em Poços de Caldas/MG | ||
a) A terra. Num país de dimensões agrárias tão vastas, a riqueza dos indivíduos era medida pela extensão da propriedade. Logo era fundamental para a afirmação e continuidade do poder do coronel ele possuir significativas extensões de terra.
b) A família, ou a parentela, como prefere Maria Isaura Pereira de Queiroz, permitia ao coronel por meio de casamentos arranjados ampliar o seu domínio, colocando gente do seu sangue e da sua confiança em todo os escalões do poder municipal e estadual.
c) Os agregados. A imensa quantidade de parentes distantes, compadres, afilhados e demais protegidos do coronel, que ajudavam a estender o poder dele para fora da família núcleo (a gente do seu próprio sangue), permitindo que sua autoridade se espalhasse para regiões bem mais distantes do que a do seu feudo.
O padre, o militar e o coronel, os três poderes do Brasil arcaico. | ||
Os coronéis, enfim, fizeram o processo eleitoral republicano funcionar a favor deles, colaborando para isso o fato do desaparecimento do poder unitário (representado pelo imperador), em detrimento dos poderes regionais e, em seguida, dos municipais. Para ampliar ainda mais o seu mando tornaram-se comuns práticas ilícitas de manipulação eleitoral, tais como o eleitor-peregrino (o sujeito que votava diversas vezes) ou o eleitor-fantasma (não davam baixa dos mortos das listas eleitorais, permitindo que alguém votasse em nome deles, fazendo deles "defuntos cívicos" que levantavam da tumba para irem até as juntas eleitorais), e mais toda uma série de trapaças outras que pertencem ao riquíssimo folclore político brasileiro.
Para chegar ao povo votante, o coronel ativava o cabo eleitoral, alguém prestativo do seu meio que, em troca de favores, assumia o papel de porta-voz das inclinações eleitorais do coronel. Em outros acasos, convocava algum líder local próximo para que também arrebanhasse os votos para o seu candidato. O resultado das eleições quase sempre passava pelo crivo de um seu representante no conselho eleitoral, alguém que, em seu nome, vigiava para que o resultado final satisfizesse os partidários do coronel. Observe-se que a não existência do voto secreto (adotado após a Revolução de 1930), facilitava o controle sobre o eleitor, aumentando-lhe o constrangimento. A fraude, portanto, imperava na época da República Velha, ela era, por assim dizer, a expressão acabada do mandonismo dos coronéis, demonstrativo da impotência e das limitações da democracia brasileira. Se nas cidades ainda funcionavam os empolgantes comícios, o universo político do coronel movia-se pelo cochicho, pelo conchavo e pelo cambalacho.
O rebenque, instrumento de "paz social" | ||
Souza e Mello, comerciante e dono de engenho | ||
Senador Pinheiro Machado, morto em 1915 | ||
Campos Salles (1898-1902) | ||
O centralismo de Vargas opôs-se ao coronelismo | ||
Osvaldo Aranha, lutou contra os coronéis gaúchos em 1923 | ||
O general Costa e Silva articulou-se com o coronelismo | ||
Antônio Carlos Magalhães | ||
Pelourinho, recuperado graças ao prestígio de ACM | ||
Bibliografia
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Silva, Hélio - 1930, a revolução traída (Civilização brasileira, RJ., 1966)
Silva, Lígia Osório - Terras devolutas e latifúndio: efeitos da Lei de 1850 (Unicamp, Campinas, 1996)