Forças Armadas no Brasil-Colônia
(Origens)
No Brasil Colonial as forças armadas eram precárias e sem nenhuma eficiência quanto as estratégias e comportamento disciplinar. Essas forças eram compostos de caçadores, sertanejos, fuzileiros e um aglomerado de gente sem treinamentos e sem responsabilidade nenhuma com a segurança do país. Não havia direitos e nem deveres e nem juramentos que os ligassem a quaisquer planejamento constituído.Eram submetidos a ordens de chefes também despreparados e que os mantinham agregados na defesa da Colônia. Em são Paulo no século XVII surgiram os "Quadrilheiros" e a "Legião Paulista" cujas bases foram o embrião da Corporação.Eram mercenários mas que tinham alguma importância na atuação contra invasões estrangeiras. Após a abdicação de Dom Pedro I e o poder passando para as mãos seu filho Dom Pedro de Alcântara, começou a haver nessa Regência Provisória, um princípio de reorganização das Forças Armadas, agora já livres da tutela lusitana. Conforme a lei de 18 de agosto de 1831, que foi sancionada a 20 que estabelecia a criação das "Guardas Nacionais e Ordenanças".A estas incumbia-se prestar serviços aos municípios e fora destes e auxiliar o Exército de Linha quando fossem necessários. A lei de 10 de outubro de 1831, criou o primeiro núcleo de incorporação militar que tinha como princípio cuidar da manutenção da ordem interna e as necessidades do policiamento das Províncias do Império. Foram o Ato do presidente da Província de São Paulo e a Guarda Municipal Permanente, que deram origem À Força Pública de São Paulo, corporação esta a qual desde então, confia ao Estado a guarda da lei e a manutenção da ordem. O reduzido efetivo permitiu-se a criação da Guarda Policial, que foi constituída por indivíduos, que sem renda própria, não podiam fazer parte da Guarda Nacional.
Em 16 de abril de 1842 com o regulamento baixado pelo barão de Monte Alegre, presidente da Província, a Guarda Nacional ficaria sujeita em cada termo, ao respectivo Delegado de Polícia, que fazia nomeações internas de comandantes, enquanto os subdelegados, em seus distritos, comandavam as Companhia, cabendo às Câmaras Municipais, a missão de alistar e distribuir os soldados da Guarda Policial em companhias, secções e esquadras. Em 26 de março de 1866, foi criada a Guarda Municipal da Província, cuja missão era fornecer destacamento para o interior da Província e policiamento na Capital. Em 1873, São Paulo exigia, pelo seu desenvolvimento rápido, um serviço de segurança maior. Assim a 04 de março de 1875, a lei de força nº 3, autorizava a organização da Guarda Urbana, cuja tarefa além do serviço de presidente do Estado o Dr. Américo Brasiliense de Almeida Mello, por lei, fixou o efetivo da Força Pública de São Paulo, extinguiu as corporações, criando em substituição cinco Corpos Militares de Polícia e uma Companhia de Cavalaria. A lei nº97-B de 21 de setembro de 1892, promulgada pelo Dr. Bernardino de Campos, estabelecia 3.933 homens distribuídos em cinco Batalhões de Infantaria e um Corpo de Bombeiros.
Movimentos Revolucionários de 1924
A Revolta Paulista de 1924, também chamada de 'Revolução Esquecida', de "Revolução de 1924" e de "Segundo 5 de julho" , foi a segunda revolta tenentista Foi o maior conflito bélico já ocorrido na Cidade de São Paulo/ Comandada pelo general reformado Isidoro Dias Lopes, a revolta teve a participação de numerosos tenentes, entre os quais (que faleceu na revolta), Juarez Távora, Miguel Costa, Eduardo Gomes, Índio do Brasil e João Cabanas.
Deflagrada na capital paulista em 5 de julho de 1924 ( 2º aniversário da revolta dos 18 do Forte de Copacabana primeira revolta tenentista), a revolta ocupou a cidade de São Paulo por vinte e três dias, forçando o presidente do estado, Carlos de Campos a se retirar para o interior do estado, depois de ter sido bombardeado o Palácio dos Campos Elíseos sede do governo paulista na época.
Aconteceram rebeliões em várias cidades do interior de São Paulo com tomada de prefeituras Ainda sob a influência da Revolta Paulista de 1924, surgiram motins em outros estados, como o Rio Grande do Sul e o Amazonas também exigindo a renúncia do presidente Artur Bernardes
Os revoltosos entraram em contacto com o vice-presidente do estado Coronel Fernando Prestes de Albuquerque em Itapetininga convidando-o para assumir o governo revolucionário em São Paulo. O Coronel Prestes que já organizara um Batalhão em defesa da legalidade, na região da Estrada de Ferro Sorocabana, respondeu aos revoltosos:
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| Só aceitaria o governo das mãos do Dr. Carlos de Campos, livre, espontaneamente, legalmente! — Coronel Fernando Prestes |
A Cidade de São Paulo foi bombardeada por aviões do Governo Federal. O exército legalista (leal ao presidente Artur Bernardes) utilizou-se do chamado "bombardeio terrificante", atingindo vários pontos da cidade, em especial bairros operários como a Mooca e o Brás e de classe média, como Perdizes, onde, até hoje, se comemora a revolução de 1924.
Sem poderio militar equivalente (artilharia nem aviação) para enfrentar as tropas legalistas, os rebeldes retiraram-se para Bauru onde Isidoro Dias Lopes ouviu notícia de que o exército legalista se concentrava na cidade de Três Lagoas no atual Mato Grosso do Sul, Isidoro Dias Lopes e Juarez Távora planejaram, então, um ataque àquela cidade. A derrota em Três Lagoas, no entanto, foi a maior de toda esta revolta. Um terço das tropas revoltosas morreram, feriram-se gravemente ou foram capturadas.Vencidos, os revoltosos marcharam, então, rumo ao sul do Brasil, onde, na cidade de Foz do Iguaçu no Paraná, uniram-se aos oficiais gaúchos comandados por Luis Carlos Prestes, no que veio a ser o maior feito guerrilheiro no Brasil até então: a Coluna Prestes. Os revoltosos foram finalmente derrotados nos primeiros dias de agosto de 1924, retornando o Presidente Carlos de Campos à capital paulista.
Um inquérito feito pelo Governo do Estado de São Paulo, logo após o fracasso do movimento subversivo de julho de 1924, detectou inúmeros casos de vandalismo e estupros no interior do estado de São Paulo, especialmente sob os olhos do Tenente João Cabanas, que comandava um grupo de revoltosos, que foi denominado como A Coluna da Morte. O inquérito também apurou que muitos coronéis do interior que faziam oposição ao Dr. Carlos de Campos apoiaram o movimento subversivo de julho.O general da Divisão Abílio Noronha, comandante da 2ª Região Militar que abrangia São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, acusou políticos de estarem por trás da revolta, incitando os militares à aderirem à revolução.
O General Noronha criticou também a retirada precipitada da capital paulista, do presidente do estado e das tropas leais a ele, alegando que havia como ter resistido e vencido os revoltosos, logo no início da revolta, e dentro da cidade de São Paulo.Os tenentes e demais militares que participaram desta revolta e das demais revoltas da década de 20,receberam anistia dada por Getúlio Vargas logo após a vitória da Revolução de 1930
No bairro de Perdizes, em São Paulo, a revolução de 1924 ainda é comemorada anualmente até hoje em dia.