Por Felipe Araújo
Consideradas por estudiosos e profissionais da Biblioteconomia como cinco leis fundamentais da ciência, as cinco Leis de Raganathan foram criadas pelo matemático, bibliotecário e introdutor da biblioteconomia na Índia, Shiyali Ramamrita Ranganathan. Tamanha foi a importância de sua invenção, que estas leis são aplicadas hoje em dia em bibliotecas e centros documentais do mundo todo. Os estudos do indiano podem ser conferidos em sua obra “The Five Laws of Library Science” (1931).
As Cinco Leis de Raganathan podem ser resumidas da seguinte forma:
Primeira Lei – Livros são para Uso
De acordo com Raganathan, com exceção das obras clássicas da literatura, os livros não devem ser consumidos como matéria física e muito menos como produção de um indivíduo em especial. Para ele, as obras devem ser usadas como uma ideia incorporada nos livros. Desta forma, a organização das obras em uma biblioteca deve ser feita por assunto. Esta primeira lei advém da experiência do indiano, que visitou bibliotecas do mundo todo e conviveu com diversos profissionais da área. Ele percebeu que a maioria dos leitores procurava por assuntos específicos, independente de autor, daí veio a ideia de uma primeira organização por sequência de assuntos.
Segunda Lei – Para cada Leitor, seu Livro
Esta segunda lei de Ranganathan prioriza o leitor. Para o indiano, é necessário o atendimento de uma necessidade específica. Desta forma, os livros devem ser reunidos sobre um assunto e seguir uma sequência de assuntos. De acordo com Ranganathan, “Quando um leitor procura informação sobre um dado assunto, o arranjo dos livros na biblioteca vai ser útil para ele somente se todos os livros sobre um assunto estiverem reunidos. Ele será mais bem servido ainda se eles estiverem reunidos dentro de cada assunto por suas línguas, e se aqueles em qualquer grupo lingüístico estiverem na seqüência por ano de publicação, ficando os mais recentes no final de cada grupo. Este é um dos resultados da aplicação da Segunda Lei da Biblioteconomia.”
Terceira Lei – Para cada Livro, seu Leitor
Nesta lei a obra intelectual é priorizada acima de tudo. Em sua justificativa desta lei, o indiano afirma que os livros procuram os leitores que melhor se adéquam a eles. Segundo ele, “um livro sobre Solo pode interessar tanto a quem está querendo uma obra geral sobre o tópico como para quem está interessado em Adubação. Ao ordenar Adubação depois de Solo há grande probabilidade que o leitor o encontre. Da mesma forma, o tópico Cultivo deve ser colocado depois de Solo e antes de Adubação”.
Quarta Lei – Poupe o tempo do leitor
Esta lei prima pela organização, arrumação e catalogação dos livros como ferramenta importante para diminuir o tempo com que o leitor procura pelos livros e informações desejadas. A quarta regra ainda discute o serviço de referência, melhorias em processos técnicos e condições de acesso às estantes e prateleiras.
Quinta Lei – Lei – A Biblioteca á uma organização em crescimento
Nesta lei, Raganathan diz que a classificação das obras de uma biblioteca deve sempre permitir a inclusão de novos tópicos. Na opinião do estudioso, não importa o quanto uma coleção esteja ganhando novos títulos ou o quanto a biblioteca esteja crescendo, o arranjo deve sempre facilitar e dar novas oportunidades de consulta ao leitor, ficando implícito a inclusão de novos assuntos.
Fontes:
http://www.conexaorio.com/biti/revisitando/revisitando.htm#leis
http://sdi.letras.up.pt/uploads/sabia_que/Ranganathan.pdf
http://www.briquetdelemos.com.br/biblioteconomia/cinco-leis-da-biblioteconomia-as.html
http://fabianocaruso.com/reescrevendo-as-leis-de-ranganathan/