As divergências entre os comunistas chineses e o Partido Comunista da União Soviética (PCUS) já existiam muito antes da vitória revolucionária de 1949. Após a revolução, elas se intensificaram, pois Mao Tsé-tung se posicionou pela autonomia política em relação à União Soviética, embora necessitasse de uma pequena ajuda material sua.
Em 1957, a União Soviética comprometera-se a fornecer armas nucleares à China, através de um tratado, que, no entanto, foi rompido em 1959 pelos soviéticos, envolvidos nos preparativos para um encontro com Eisonhower, dentro da política de coexistência pacífica. A atitude soviética recebeu severas críticas chinesas, para os quais o imperialismo norte-americano permanecia ameaçador. Em represália, a União Soviética retirou em 1960 seus conselheiros técnicos da China.
À política internacional de Kruschev somavam-se sua priorização da produção de bens de consumo e a desestalinização, as críticas ao culto da personalidade. Tal política distanciava a linha do PCUS e do PCC, pois os chineses buscavam desenvolver a indústria de base e Mao Tsé-tung era apresentado como grande guia chinês, tornando-se alvo da crítica ao culto da personalidade. As relações sino-soviéticas foram rompidas em 1962 quando o PCC acusou Kruschev e os PCUS de “revisionistas”, estando os soviéticos alterando as teses marxistas originais.
A rivalidade desdobrou-se, em seguida, em conflitos de fronteiras, com soviéticos e chineses encarando-se com muito mais desconfiança do que ao seu inimigo comum- os imperialistas norte-americanos. Enquanto o monolitismo socialista se desestruturava, a China ia se aproximando diplomaticamente os EUA. Já nos anos 70, essa política lhe possibilitou o ingresso na ONU (1971) e a visita do presidente dos EUA Richard Nixon (1972). Com uma política autônoma, os chineses tornaram-se belicamente auto-suficientes, adquirindo também poderio nuclear. Explodiram sua primeira bomba atômica em 1964 e a de hidrogênio em 1967.
Em 1969, as relações entre China e União Soviética haviam se deterteriorado tanto que entre os dois países só haviam modestas transações econômicas e diplomacia de rotina. Só em 1986 começaram uma reaproximação.
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