7.11.07

Campo de trabalho da história começa a se diversificar




Campo de trabalho da história começa a se diversificar




Boa parte dos historiadores pode ser encontrada nas escolas de nível fundamental, médio ou superior. Mas o mercado começa a abrir novas portas para o profissional. As novas opções são ONGs que cuidam do resgate da memória, instituições públicas de preservação do patrimônio, arquivos e museus.


“E a área de pesquisa, ainda que não seja imensa, cresceu bastante em virtude do enorme aumento dos cursos de pós-graduação espalhados por todo o Brasil”, afirma o presidente da Associação Nacional de História (Anpuh), Manoel Luiz Salgado Guimarães. E também há novos postos de trabalho em setores administrativos de órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Outra área que pode virar objeto de estudo e campo de trabalho para o historiador é a educação ambiental. Na Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), o bacharelado vai passar por uma reformulação para que o profissional consiga se inserir nesse mercado. “Não é só de arquivos que o historiador vive. As reservas ecológicas, os jardins botânicos, são todos imbuídos de história”, afirma a coordenadora do curso da Furg, Derocina Alves Campos Sosa.



O mestrando André Luiz Portanova Labordie, 25, acabou seguindo por essa área. Ele estuda como uma comunidade Hare Krishna lida com o meio ambiente. “A comunidade percebe o ser humano como parte do ambiente. A educação ambiental, envolve os aspectos históricos, antropológicos, sociológicos”, diz. Mesmo com essa pesquisa mais prática e de relato, ele não descarta a docência.



Lado negativo

A profissão do historiador não é regulamentada e isso traz uma série de implicações, segundo o presidente da Anpuh, principalmente na identidade do historiador. “Um leigo, muitas das vezes por que escreve sobre o passado, se arvora em historiador, desconhecendo o que significa exatamente essa competência. Uma competência que demanda anos de formação e dedicação e não apenas uma vontade de amador”, diz. E é quase um clichê dizer que os salários são baixos. Quem ingressa no curso, em geral, não tem interesse de enriquecer – ou pelo menos sabe que a probabilidade de um situação financeira abastada é bem reduzida. “Os salários são variados, mas a faixa, infelizmente, não oscila num patamar alto. Algo em torno de R$ 1.000 a 4.000, em média. Se o graduado for um professor do ensino público e básico, em começo de carreira, ganhará pouco. Se for um professor de uma escola privada, com carga horária alta, poderá ganhar melhor”, afirma o vice-chefe do departamento de história da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Napolitano. De acordo com Napolitano, a área de história, e a de ciências humanas em geral, é a que mais concentra alunos de baixa renda, com cursos noturnos concorridos. “Mas também pode atrair alunos de classes média e alta, justamente pelo relativo descompromisso em fazer um curso que ‘dê dinheiro’. Acho que existe uma demanda do curso com grande amplitude sócio-cultural”, pontua.




HARNIK,Simone.Gosto pela leitura é fundamental para o historiador. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL163452-5604,00.html. Ultima atualização em 30/10/2007 - 20h12