28.7.10

Por que uma civilização colapsa?

por Robert Lamb - traduzido por HowStuffWorks Brasil.




Antes de se tornar ruína, Chichen Itza era o local onde os maias ofereciam o coração de seres humanos em sacrifício
© Richard Gillard / iStockphoto
Antes de se tornar ruína, Chichen Itza era o local onde os maias ofereciam o coração de seres humanos em sacrifício
Quase todo continente tem suas ruínas - lugares onde apenas pedras contam a história das civilizações caídas. Elas podem estar situadas sob a terra, na sombra das copas de uma floresta ou cercada pela fervilhante indústria de uma cidade moderna. Ainda assim, todas elas instigam as mesmas perguntas: Como pode algo tão grande ter desaparecido? Por que as civilizações desmoronam?

Antes de ponderarmos como uma civilização cai, vamos dar uma olhada em como ela floresce. Um incêndio, por exemplo, demanda oxigênio e combustível. Remova um deles da equação e a chama se extingue. As civilizações são mais difíceis de definir, mas ainda demandam um número de requsitos para prosperar.

Os historiadores oferecem listas variadas de critérios por civilização, mas a maioria dessas listas incluem os seguintes fatores importantes:

  • População grande e centralizada
  • Alimentos em excesso
  • Governo centralizado
  • Unidade religiosa
  • Divisão de trabalho complexa
  • Dinheiro coletado por meio de impostos

Essa lista dificilmente cobre tudo, mas ela deve dar uma ideia das várias colas que mantêm uma civilização junta, bem como o que pode dar errado.

Naturalmente, qualquer dano a essa população grande e centralizada pode potencialmente levar ao colapso de uma civilização. Tal desgraça pode vir na forma de uma guerra genocida, A civilização maia, por exemplo, desapareceu da proeminência depois que a invasão espanhola, no século 16, trouxe guerras, doenças e a intenção da cultura estrangeira de espalhar seus próprios sistemas de fé e governo. A população maia diminuiu seriamente, e o que sobrou mudou sob as regras de seus conquistadores. Esse padrão existe através da história gravada, datando antes mesmo das primeiras civilizações conhecidas da Suméria, na Mesopotâmia, que entrou em colapso sob a pressão de invasões recorrentes no segundo milênio antes de Cristo.

Mudanças ambientais também podem varrer uma civilização do mapa, especialmente se elas impactam no suprimento de alimentos. Arqueólogos acreditam que uma seca de 300 anos dizimou o império acadiano (também na Mesopotâmia) entre 2200 e 2.500 antes de Cristo. Cientistas também citam a seca como a razão da queda do Império Khmer, do Camboja, entre os séculos 9 e 14.

Outros colapsos escapam da classificação fácil e envolvem vários fatores atuando ao longo de séculos. É impossível apontar para uma razão para a queda do Império Romano, mas discussões levam os acadêmicos a defender a hipótese de atritos com tribos bárbaras no exterior e decadência no interior.

O motor econômico romano dependia da conquista e da escravidão, o que se provou insustentável no longo prazo. Menos conquistas significou menos escravos baratos, o que, por sua vez, significou menos recursos humanos para manter as rodas da indústria, da agricultura e da infraestrutura girando. Enquanto isso, os administradores romanos degradavam a moeda por meio de opressivas taxações e inflação.

Os antigos anasazis, da América do Norte, representam outro modelo interessante de civilização que sofreu colapso. Eles praticavam agricultura e astronomia. Construíram habitações elaboradas nas rochas, mas as abandonaram. Historiadores apontam para inúmeros fatores no seu declínio, incluindo guerras e temperaturas muito mais frias em 900 d.C., que impediam o cultivo. Outros estudos ainda atribuem sua decadência a uma crise religiosa desagregadora que levou muitos anasazis a migrar para o sul para seguir a nova fé evangélica.

Da população à religião, um número de fatores agem da subsistência de uma civilização. Se muitos deles falham, contudo, as coisas inevitavelmente degringolam.

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