26.5.11

Transformações do Feudalismo

Feudalismo: uma economia essencial-mente rural. As invenções e inovações técnicas raramente surpreendem as pessoas hoje em dia. E que o capitalismo faz das inovações técnicas a lei de seu desenvolvimento. No feudalismo medieval vivia-se uma realidade muito diferente: não havia a preocupação de criar novas e mais eficientes tecnologias, embora algumas inovações tenham ocorrido.Trabalhava se, em geral, da mesma maneira e com as mesmas ferramentas de geração a geração.

Em comparação com a nossa sociedade, podemos dizer que o baixo nível tecnológico, e, conseqüentemente, o fraco domínio do homem sobre a natureza, era uma das características do feudalismo. A capacidade produtiva do sistema era comparativamente muito pequena. Assim, devido aos azares meteorológicos, freqüentemente sobrevinham as más colheitas que comprometiam a sobrevivência de todos, inclusive dos senhores feudais. Em tais períodos, a única maneira de contornar a crise dc subsistência era enviar alguém para adquirir alimentos, por exemplo o trigo, onde haviam sido cofiados com relativa abundância. A sociedade feudal, portanto, não desconhecia o comércio, embora fosse essencial-mente rural.

O renascimento comercial e urbano. O Ocidente, desde a queda do Império Romano no século V, foi vítima de seguidas invasões. Nos séculos VII e VIII enfrentou a invasão muçulmana. No século DC, ocorreram as últimas invasões: a dos magiares (húngaros), eslavos e normandos. E a paz voltou à Europa. Depois disso, as energias sociais puderam dirigir se com mais afinco ao trabalho produtivo, o que provocou algum acréscimo na capacidade produtiva do sistema feudal. Ao mesmo tempo, começou um intenso incremento populacional e, gradualmente, iniciou-se um processo de colonização interna do Ocidente, com a expansão da área de cultivo, que atingiria o seu limite no século XIV Já no século XI processou-se uma relativa melhoria técnica, verificável, por exemplo, no emprego do moinho de vento e água e na atrelagem do animal pelo colo, em vez da atrelagem pelo pescoço, que o asfixiava. Por esse tempo, apareceu também o uso do ando e da enxada de ferro.

Paralelamente ao desenvolvimento economia raieis a Cruzadas expedições cristãs contra os muçulmanos rio Oriente Medio.. Ibsen parte do um amplo movimento de expansão feudal. De fato, o surto demográfico ocorrido na segunda metade do século IX contribuiu para a expansão da economia feudal, gerando, ao mesmo tempo, as condições par ampliação 4asfrontejt4Okienw. As Cruzadas foram uma espetacular expansão do Ocidente. Revestidas inicialmente de ideais religiosos cristãos contra os «infiéis”, possuíam uma forte motivação econômica: a fome de terras.

Embora os cristãos não tivessem conseguido manter as conquistas no Oriente Médio, as Cruzadas trouxeram uma conseqüência inespenda: a abertura do Mediterrâneo, controlado pelos árabes desde o século VTI. O revivescinento dó comércio: Venez. As cidades italianas foram as primeiras a se benefidar com a nova situação, pois praticamente monopolizaram o comércio de produtos orientais adquiridos basicamente em três pontos: Síria, Egito e Constantinopla. Particularmente ativa era a cidade de Veneza: seus navios, carregados de madeira, metais e escravos, atingiam Alexandria, no Egito, onde trocavam essas mercadorias pelo ouro proveniente do Sudão, com o qual compravam, em Constantinopla, sedas e especiarias, que então eram transportadas pan Veneza.

Gênova e Pisa. O esforço ocidental de reconquista do Mediterrâneo foi especialmente vigoroso no mar Tirreno, onde Gênova e Pisa eram as cidades mais destacadas. Elas perseguiram por toda parte os piratas muçulmanos, expor sendo saúdo os da área e chegando a atacá-los no norte da África. Aos poucos, o Mediterrâneo, que antes era um lago muçulmano, torna-se uni lago cristão. Entretanto, a Itália não era o único e exclusivo centro de comércio na Europa. Simultaneamente ao revigoramento das cidades italianas, um outro importante foco comercial apareceu em Flandres.

Aí, eram famosos os tecidos de lã, muito apreciados no Ocidente. Essa próspera indústria era alimentada pela Inglaterra, fornecedora da matéria-prima, pres., I3ruges, Lille e Do uai eram os grandes centros produtores. Seus tecidos eram vendidos, já no século XII, em Novgorod, na Rússia, nas regiões do Báltico e também na Itália, onde eram tingidos em cores brilhantes e, depois, negociados no Oriente. Assim é que os tecidos flamengos contribuíram e para equilibrar e, posteriormente, inverter de modo favorável ao Ocidente o comércio até então mantido pelos ïtaiianos com os muçulmanos e Constantinopla. Eisporquesefoi tornando vital a ligação econômica entre as cidades italianas e flamengas, cujos mercadores habituaram-se com o tempo a se reunir nas feiras de Lilie e Ypres, na própria Flandres, para em seguida eleger, principalmente a partir de 1050, as feiras de Champagne, na França, como ponto privilegiado para volumosas transações comerciais. As relações comerciais uniram, lentarnente, regiões antes dispersas através de intrincadas rotas, que se entrecruzaram para enfim abarcar a Europa inteira. De Flandres, o comércio se projetou ao mar do Norte através de Borges, que se converteu.

Fonte: http://www.clickescolar.com.br/transformacoes-do-feudalismo.htm