21.3.13

Guerra da rainha Ana




Por Emerson Santiago

É conhecida pelo nome de Guerra da Rainha Ana a “extensão” americana da Guerra da Sucessão Espanhola. Travada entre 1702 e 1713, ela também é chamada, principalmente nos Estados Unidos, de Segunda Guerra Franco-Indígena. Seu nome é uma referência à soberana britânica à época do conflito, a rainha Ana.



Na Europa, a luta tinha como principal questão a provável união dos tronos franceses e espanhóis após a morte do rei Carlos II da Espanha. Para impedir um provável fortalecimento francês, formou-se a Grande Aliança (Inglaterra, a Liga de Augsburgo, Dinamarca, Portugal e Países Baixos), que passaram a combater França e Espanha. Na América do Norte e Caribe, a guerra envolveu colonos franceses e ingleses, que disputavam a posse de territórios já há algum tempo. Ambos os lados contavam com aliados indígenas.

A região da Nova Inglaterra suportou o peso da guerra contra os franceses no Canadá. Até 1709, nenhuma assistência material veio da Inglaterra ou Nova Iorque, e os assentamentos ingleses sofreram bárbaros ataques de franceses e dos indígenas. Após ataques de retaliação malsucedidos, os colonos receberam em 1709 uma garantia da Grã-Bretanha de fornecer ajuda para expedições contra Quebec e Montreal. No entanto, apesar das promessas, a força organizada pelos britânicos foi desviada para Portugal. No ano seguinte foi preparado outro contingente britânico, e com o seu apoio, os colonos foram capazes de capturar Port Royal, principal núcleo de colonização francesa no Canadá, que foi renomeada Annapolis Royal, provocando a queda da Acádia francesa, e a migração dos colonos franceses para a colônia da Luisiana. Foram realizadas tentativas de atacar Quebec e Montreal, mas, dez dos navios da expedição destinados ao ataque acabaram destruídos entre as rochas sobre Anticost, causando a perda de cerca de mil homens.

A Guerra da Rainha Ana, porém, não se limitou à América do Norte. No verão de 1702, o ingleses capturaram a ilha de São Cristóvão, mas fracassaram na tentativa de tomar Guadalupe, um ano depois. A partir daí as campanhas militares nas Índias Ocidentais se concentraram principalmente nas ações dos corsários, estratégia que dificultava o comércio colonial Inglês. Outros episódios de destaque da guerra no caribe foram a captura britânica no outono de 1703 da cidade de Saint Augustine, na Flórida espanhola, e o ataque sem sucesso de franceses e espanhóis a Charleston, na Carolina do Sul, em 1706.

A guerra terminou oficialmente em 11 de abril de 1713 com o Tratado de Utrecht. Através do tratado, a França cede o controle da Acadia, Terra Nova e baía de Hudson (atual Canadá), além da ilha caribenha de São Cristóvão para a Grã-Bretanha. Entretanto, os problemas entre França e Grã-Bretanha na América do Norte não foram resolvidos, e três anos mais tarde, os países estavam lutando novamente na chamada Guerra do Rei Jorge.

Bibliografia:
KELLY, Martin. Queen Anne’s War (em inglês). Disponível em: < http://americanhistory.about.com/od/colonialamerica/a/Queen-Annes-War.htm >. Acesso: 20/02/13.

1702 – Queen Anne’s War (em inglês). Disponível em: < http://colonialwarsct.org/1702.htm >. Acesso: 20/02/13.

Queen Anne`s War: The Second of the French and Indian Wars (em inglês). Disponível em: < http://www.u-s-history.com/pages/h846.html >. Acesso: 20/02/13.




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