A primeira civilização importante da Anatólia foi a dos hititas, entre 1900 e 1200 a.C. Os frígios dominaram a região entre os séculos IX e VIII a.C.; no século VII a.C., os lídios fundaram um reino nas costas do mar Egeu, que foi ocupado pelos persas de Ciro II, o Grande, em 546 a.C. A cidade de Éfeso, na Turquia, reconstitui uma antiga cidade grega situada na costa ocidental da Ásia Menor. A via Arcadiana (na imagem) é uma calçada de mármore construída durante o reinado do imperador Arcádio (395-408 d.C.). Seu trajeto inicia-se na área central do porto e termina no teatro da cidade. Este teatro greco-romano foi edificado no período helenístico. Governantes posteriores modificaram a estrutura do edifício e os traços que ainda se conservam parecem totalmente romanos. O monte Ararat, que se levanta nas terras altas do leste da Turquia, possui dois cumes; o mais alto, o Grande Ararat, com 5.122 m de altitude, está coberto de neves perpétuas. Segundo o Antigo Testamento, foi neste cume que a arca de Noé desembarcou. Sardes, capital do antigo reino da Lídia, alcançou seu máximo esplendor durante o reinado de Creso, famoso por sua riqueza. Depois da conquista da Lídia pelos persas, em 543 a.C., Sardes foi a capital ocidental do Império Persa. Estas colunas correpondem ao período de Ardis, pai de Creso, e foram descobertas nas escavações que tiveram início em 1910. Situada no estreito do Bósforo, Istambul é a maior metrópole e a principal cidade portuária da Turquia. Suas muralhas pertencem à cidade original, construída no ano de 324 d.C. por Constantino I de Roma. Fonte:http://www.historiadomundo.com.br/turca/historia-da-civilizacao-turca/
No século IV a.C., o território foi dominado por Alexandre Magno. Nos séculos II e I a.C., chegaram os romanos.
Depois da divisão do Império Romano no século IV d.C, a Ásia Menor passou a fazer parte do Império Bizantino, cuja capital era Constantinopla ou Bizâncio. No século XI, a Ásia Menor sofreu a invasão dos seldjúquidas turcos, que foram derrotados pelos mongóis de Gengis Khan. Na Anatólia, os nômades turcomanos fundaram uma série de principados.
Osman I, fundador da dinastia otomana, contratou os serviços de numerosos nômades turcomanos, árabes e iranianos que fugiam dos mongóis. A partir de 1326, os otomanos passaram a controlar o sistema administrativo, financeiro e militar da área.
A expansão otomana na Europa começou com o reinado de Orjan. Os soldados otomanos (janízaros) ocuparam vários territórios bizantinos na Trácia e na Macedônia, e realizaram ataques continuados às possessões bizantinas situadas na Europa.
No século XIV, o Império Otomano se estendia do Danúbio ao Eufrates; fora fundado por Murat I e consolidado por seu filho Bajazé I, que conquistou a maioria dos principados turcomanos da Anatólia. O império mongol de Tamerlão ocupou a Anatólia em 1402, capturando Bajazé.
Mehemet I restaurou o Império Otomano, Murat II restabeleceu o domínio otomano até o Danúbio, Mehemet II, o Conquistador, tomou Constantinopla (1453) e submeteu a Anatólia até o Eufrates e seus sucessores incorporaram o coração do antigo califado islâmico. Solimão I, o Magnífico, cruzou o Danúbio para conquistar a Hungria e cercou Viena em 1529; em direção ao leste, conquistou os últimos redutos da Anatólia e o antigo centro abássida e seldjúquida do Iraque.
Após seu reinado, começou a decadência do Império Otomano. Os millets, comunidades criadas com critérios religiosos, e as corporações aumentaram sua autonomia. Na Europa, surgiram Estados nacionais poderosos.
Em 1571, uma esquadra formada por vários países católicos e comandada pelo espanhol Juan de Áustria, destruiu a esquadra otomana na batalha de Lepanto. Os otomanos recuperaram o controle naval do Mediterrâneo oriental por mais meio século.
Em meados do século XVII, o sultão Murat IV implantou as chamadas reformas tradicionais, que tiveram o apoio da classe dirigente e do Exército. Executou numerosos membros das corporações, expulsou os iranianos do Iraque e começou a conquista do Cáucaso (1638). Após a sua morte, irrompeu uma longa guerra com Veneza (1645-1669), o sultão Mehemet IV (1648-1687) entregou o governo ao grão-vizir Mehemet Köprülü, dando início a uma dinastia de vizires (chefes de governo), que durou até o começo do século XVIII. Depois de um longo cerco a Viena, o exército otomano foi totalmente derrotado; estabeleceu-se então uma nova Liga formada pela Áustria e por Veneza, com o apoio da Polônia e da Rússia, que obtiveram territórios do Império.
A guerra contra Veneza e Áustria (1714-1717) significou a perda de Belgrado e do norte da Sérvia. Durante o reinado de Ahmed III (1703-1730), inaugurou-se uma nova era de reformas orientadas para a europeização do país; o exército otomano foi modernizado. Na guerra contra a Rússia e a Áustria (1736-1739), os otomanos recuperaram a maioria dos territórios perdidos no norte da Sérvia e nas costas setentrionais do mar Negro. Entre 1768 e 1792, nas Guerras Turco-russas, o Império esteve perto do desmoronamento total.
No século XIX, despontou o nacionalismo entre os povos não-turcos. A Grécia foi o primeiro país a lutar por sua independência em 1829, e estouraram diversas revoltas por parte de sérvios, búlgaros, albaneses e armênios da Anatólia oriental.
Durante os reinados de Mahmud II e Abdülhamit II, a classe dominante otomana implantou um movimento reformista pró-ocidental (1839-1876), conhecido como Tanzimat, que incluía a eliminação das minorias e provocou o genocídio de muitos milhões de armênios entre 1894 e 1918.
O autoritarismo da nova e moderna burocracia levou a um amplo movimento de oposição, os Jovens Turcos. Na Grécia, Sérvia e Bulgária, nasceram sociedades secretas que lutavam por meio de ações terroristas. Com a morte dos principais dirigentes do movimento Tanzimat por volta de 1870, o regime de corrupção voltou a grassar.
O Império Otomano perdeu seus domínios europeus, exceto Istambul, embora no Congresso de Berlim de 1877 tenha recuperado as suas províncias trácias e macedônias. Em 1878, o sultão Abdülhamit instaurou um governo extremamente autocrático. A reação veio com um novo movimento liberal de oposição dirigido pelos Jovens Turcos, que forçou o restabelecimento da Constituição e do Parlamento. No exterior, a Áustria anexou a Bósnia e a Herzegovina, a Bulgária ocupou o leste da Romênia e as ações terroristas continuaram na Macedônia e na Anatólia oriental.
Depois da tentativa contra-revolucionária comandada pelo sultão em 1909, este foi destronado pelo exército da Macedônia; os sultões otomanos se mantiveram no trono, mas seu poder de governo era nulo.
Os primeiros anos do período dos Jovens Turcos (1908-1918) constituíram a etapa mais democrática da história otomana. Organizaram-se vários partidos políticos, como o Partido da União e do Progresso, e a indústria e a agricultura receberam forte impulso. A primeira das Guerras dos Balcãs levou ao triunfo do setor mais autoritário do Partido da União e do Progresso, que impôs um triunvirato no governo, dirigido por Enver Paxá.
A Turquia entrou na I Guerra Mundial motivada pela oferta alemã de recuperar as províncias perdidas na Europa. Depois de um brilhante desempenho das Forças Armadas turcas na campanha de Gallípoli, as forças britânicas invadiram a Síria e ocuparam o sul da Anatólia. Os russos invadiram a Anatólia oriental e central em 1915 e 1916. Um quarto da população morreu, e sobreveio grave crise econômica.
Com a rendição, o governo turco foi entregue às forças de ocupação aliadas. O Tratado de Sèvres (1920) determinou que o território turco englobava parte da Anatólia central e setentrional, estabeleceu zonas de influência francesa e italiana, autorizou a criação de uma Armênia independente e um Curdistão autônomo, internacionalizou a zona dos estreitos e deu à Grécia a Trácia e a região ao redor de Esmirna. O exército grego ocupou Esmirna em 1922. Na Anatólia, sob o comando de Mustafá Kemal Atatürk, ressurgiu o movimento nacionalista turco. Na Guerra da Independência turca (1918-1923), Atatürk expulsou as forças de ocupação gregas, inglesas, francesas e italianas. As zonas turcas da Trácia oriental e da Anatólia passaram a formar um único Estado. Proclamou-se a república com capital em Ancara, e em 1923 o sultanato foi abolido.
Dirigida por Atatürk durante 15 anos, a República viveu intenso progresso econômico. Ismet Inönü deu continuidade a essa política e manteve o país neutro durante quase toda a II Guerra Mundial. Em 1952, a Turquia tornou-se membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Inönü democratizou o regime e permitiu a introdução de partidos políticos de oposição. Em 1950, o Partido Democrático, que defendia a introdução da empresa privada, triunfou nas eleições gerais.
O Partido Democrático controlou o governo entre 1950 e 1960, e a economia expandiu-se rapidamente. Não obstante, a má administração gerou descontentamento político. Em 1960, um golpe de Estado militar derrubou o governo e instaurou uma nova Constituição.
Depois de 1961, a Turquia foi dirigida por uma série de governos fracos. Apareceram grupos extremistas e a violência aumentou. A disputa pelo poder se deu em geral entre os dois partidos com maior representação, o Partido Republicano, sob a liderança de Bülent Ecevit, e o Partido da Justiça, sob o comando de Suleimam Demirel. Havia outros partidos, mas a representação proporcional estabelecida pela Constituição impedia que eles obtivessem a maioria.
Em 1974, a Turquia ocupou o norte de Chipre, em resposta a uma rebelião civil grega na ilha. Em 1980, o Exército tomou o poder e suspendeu a Constituição.
Em 1982, promulgou-se uma nova constituição, e Kenan Evren foi nomeado presidente. Nas eleições parlamentares de novembro de 1983, o Partido da Mãe Pátria obteve uma vitória esmagadora. Seu dirigente maior, Turgut Özal, foi nomeado primeiro-ministro em 1989, sendo o primeiro chefe de Estado civil desde 1960. Depois da guerra do Golfo Pérsico e após uma rebelião dos curdos iraquianos centenas de refugiados cruzaram a fronteira da Turquia.
Os governos ocidentais continuam criticando a violação turca dos direitos humanos. Com a vitória do Partido do Bem-estar (de tendência islâmica) em 1995, seu dirigente Necmettin Erbakam formou um governo de coalizão com o primeiro-ministro anterior e com o apoio dos deputados do Partido da Grande Unidade, de extrema direita.