2.3.11

José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838)

José Bonifácio de Andrada e Silva, o patriarca da IndependênciaAmpliar

  • José Bonifácio de Andrada e Silva, o patriarca da Independência

José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu em Santos no dia 13 de junho de 1763 e ingressou na vida pública com idade de aposentado: tinha 56 anos, quando retornou da Europa, onde fora estudar filosofia, leis e mineralogia e vivera por 36 anos. Somente a partir de 1819, passou a dedicar-se à política no Vice-Reino do Brasil. Dois anos depois, era vice-presidente da junta governativa de São Paulo.

Homem de confiança de Dom Pedro, o príncipe regente, participou da campanha que resultou no Dia do Fico. Organizou o primeiro ministério do Brasil, do qual foi chefe das pastas do Império e dos Estrangeiros. O cognominado Patriarca da Independência foi político hábil que comandou um grupo de patriotas na luta pela separação do Brasil de Portugal. Agia, também, nos bastidores do poder: em março de 1822, influenciou o príncipe regente para proibir o desembarque de tropas portuguesas no Rio.

Conseguiu o seu intento e foi mais longe: dois meses depois, o convenceu a decretar que as ordens vindas de Portugal só deveriam ser cumpridas se fossem antes aprovadas pelo príncipe regente. Portugal reagiu: no fim de agosto, a Corte ordenava a demissão de José Bonifácio e de todo o ministério. Dom Pedro estava em São Paulo. Ao receber as novas ordens da Corte, acompanhadas de uma carta de seu ministro do Império e dos Estrangeiros, resolveu proclamar a independência. José Bonifácio comandava o Partido Brasileiro que, na Assembléia Constituinte de 1823, tinha como adversário o Partido Português, formado por militares, comerciantes portugueses e altos funcionários.

O Partido Brasileiro tinha grandes proprietários de terras e de escravos, que retiraram seu apoio a José Bonifácio quando ele se manifestou favorável à extinção gradual da escravatura. Ao mesmo tempo, em outra frente de luta, comandava a guerra contra os portugueses que resistiam à independência, principalmente na Bahia, no Pará e no Maranhão.

Dom Pedro era simpatizante do Partido Português e o ministério comandado por José Bonifácio caiu em julho daquele ano. Ele, então, tornou-se líder da oposição e atacava o imperador e sua amante, Domitila de Castro Melo, na imprensa. Para provocá-lo e à sua família, que mandavam em Santos, Dom Pedro fez de Domitila a marquesa de Santos. Em novembro de 1823, José Bonifácio e seus irmãos foram expulsos do Brasil.

O Patriarca da Independência morou na França seis anos e, em 1829, quando morreu sua esposa, Narcisa Emília O´Leary, voltou ao Brasil e reconciliou-se com o imperador. Em 1831, quando Dom Pedro abdicou para assumir o trono de Portugal, foi nomeado tutor dos príncipes que ficaram no Rio. Em 1833 foi destituído do cargo por decreto da Regência e confinado em sua casa da Ilha de Paquetá, onde morreu em 1838.

Fonte:
Livro 100 Brasileiros (2004)