Por Edson Day
O problema da educação e da falta de valores é muito mais amplo e complexo.
Vai muito além da educação na escola.
Não é somente a educação proporcionada nas escolas por nós professores que vai resolver os problemas da sociedade.
Falar que a educação deve vir de casa é certo e torna-se clichê dizer isso.
E a família é o lugar mais correto para isso sem dúvida alguma.
Mas como os pais podem fazer isso, se eles em muitos casos também não a tiveram.
Como podem proporcionar isso se não tem condições dignas de sequer por vezes sobreviver.
Existem certos valores e convicções que não sobrevivem a fome, ao frio, a ver um filho doente etc.
O caráter na minha opinião pode ou não ser nato, mas acho também que devido ao convívio em uma sociedade com sérios problemas pode ser modificado para o bem ou o mal.
Sabemos que possuir ou não valores independe da ideologia, cultura, posição social, religião etc.
Os baixos salários, a falta de moradia, alimentação, a falta de segurança, a falta de uma política de saúde, a incerteza de um futuro, as péssimas condições de vida em que vivem muitas pessoas acabam por minar e destruir
muitos dos valores ou caráter das pessoas.
Exemplo: De que adianta um pai mostrar que o crime é errado, e que quem se envolve nisto ou morre ou vai preso, se o adolescente convive com colegas envolvidos que tem tênis, bermuda, óculos de marca, a moto invocada, e o falso poder da arma.
Faltam políticas sérias de incentivo a educação. como dizia aquele ditado: cabeça vazia oficina do diabo.
Falta capacitação do profissional da educação.
Somente uma politica de capacitação profissional e salários dignos aos professores, policiais, médicos etc. pode minimizar esses problemas.
Minimizar sim porque, esses problemas não têm como serem resolvidos de uma hora para outra pois estão enraizados em nossa sociedade.
A culpa não e só do Governo, mas de nós todos.
O problema esta também em nosso voto e na mania do brasileiro querer levar vantagem em tudo,
Muito se fala em votar certo, em votar com coerência, mas a falta de opção faz com que nosso voto muitas vezes seja jogado no lixo literalmente.
E como votar certo se alguns políticos quando candidatos são uma pessoa e depois de eleito outra.
Existem também os que não fazem porque entram na inercia do poder (não fazer porque não vai adiantar nada ou por o partido ser contra aquela idéia, ou por conflito de interesses, porque a lei não pega etc.).
Existe uma cultura no Brasil de sempre querer se levar vantagem em tudo.
Temos que admitir, o Brasil é o pais do jeitinho, e é isso que temos que acabar devemos lutar contra nós mesmos e contra essa prática.
Temos que mudar essa mentalidade, a "lei de Gerson" não deve prevalecer.
O cara que mata, estupra etc. deve ficar preso, a pessoa que joga o papel no chão ou deixa as fezes do cachorro na calçada porque a lixeira é longe deve recolher, o motorista que estaciona errado ou na vaga de deficiente deve ser multado, a pessoa que vai a um hospital deve esperar sua vez na fila e usa do amigo funcionário para passar na frente, ninguém é mais que ninguém.
Devolver o dinheiro caído no chão é obrigação e não um ato de extrema honestidade.
Somente uma coisa é certa, não somos eternos, e todos vamos parar no mesmo lugar, ricos ou pobres iremos para um buraco com sete palmos, alguns com mais pompa mas o fim é o mesmo a terra (“Tu és pó, e ao pó voltarás!”).
Por isso vamos fazer um mundo melhor hoje e deixar um mundo melhor para os que vierem depois.
Obs:
Na cultura brasileira, a Lei de Gérson é uma "lei" não-escrita na qual a pessoa que "gosta de levar vantagem em tudo" segue, no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem se importar com questões éticas ou morais.
A expressão originou-se em uma propaganda, de 1976, para a marca de cigarros Vila Rica, na qual o meia armador Gérson da Seleção Brasileira de Futebol era o protagonista.
A propaganda dizia que esta marca de cigarro era vantajosa por ser melhor e mais barata que as outras, e Gérson dizia no final:
Mais tarde, o jogador anunciou o arrependimento de ter associado sua imagem ao anuncio, visto que qualquer comportamento pouco ético foi sendo aliado ao seu nome nas expressões Síndrome de Gérson ou Lei de Gérson. O diretor do comercial, José Monserrat Filho declarou: "Houve um erro de interpretação. O pessoal começou a entender como ser malandro. No segundo anúncio dizíamos: “levar vantagem não é passar ninguém para trás. É chegar na frente”, mas essa frase não ficou. A sabedoria popular usa o que lhe interessa. Nos anos 80 começaram a surgir sujeiras, escândalos e as pessoas começaram a usar a Lei de Gérson"
