17.10.11

Escrita

Método de comunicação humana realizado por meio de sinais visuais que constituem um sistema.

Estes sistemas podem ser incompletos ou completos. Os sistemas incompletos, usados para anotações, são mecanismos técnicos que registram feitos significativos ou expressam significações gerais. Incluem a escrita pictográfica, a ideográfica e a usada por objetos marcados. Nos sistemas incompletos não existe correspondência entre os signos gráficos e a língua representada, o que os torna ambíguos.

Um sistema completo é aquele capaz de expressar, na escrita, tudo quanto formula oralmente. Caracteriza-se pela correspondência, mais ou menos estável, entre os sinais gráficos e os elementos da língua que transcreve. Os sistemas completos classificam-se em ideográficos (também chamados morfemáticos), silábicos e alfabéticos.

O sistema ideográfico, denominado ideograma, representa palavras completas. O sistema silábico utiliza signos que representam sons com os quais se escrevem as palavras. O sistema alfabético tem mais signos para escrever e cada signo representa um fonema. Ver também Alfabeto.

O primeiro escrito conhecido, anterior a 3000 a.C, é atribuído aos sumérios da Mesopotâmia. Escrito com caracteres ideográficos, propicia uma leitura pouco precisa. Identifica-se nele o princípio da transferência fonética e é possível rastrear sua história até averiguar como foi convertido em escrita ideossilábica. No caso dos egípcios, são conhecidos escritos que remontam a cerca de cem anos depois e também registram o princípio da transferência fonética. Ver também Língua egípcia e Hieróglifos.

Outros sistemas ideossilábicos surgiram mais tarde no Egeu, Anatólia e na Indochina (ver também Língua chinesa). Na última metade do segundo milênio antes de Cristo, os povos semíticos, que viviam na Síria e na Palestina, adotaram o silabário egípcio (ver também Línguas semíticas). Os gregos basearam-se na escrita dos fenícios e acrescentaram a ela vogais e consoantes, criando a escrita alfabética em torno de 800 a.C. (Ver também Língua grega).

Alfabeto, palavra que, derivada da língua grega e constituída por alpha e beta, suas duas primeiras letras, designa a série de sinais escritos que representam um ou mais sons e que, combinados, formam todas as palavras possíveis de um idioma.

Os alfabetos são diferentes dos silabários, pictogramas e ideogramas: em um silabário, cada sinal representa uma sílaba. No sistema pictográfico, os objetos são representados por meio de desenhos. Nos ideogramas, os pictogramas são combinados para representar o que não pode ser desenhado.

Os primeiros sistemas de escrita foram a escrita cuneiforme dos babilônios e dos assírios, a escrita hieroglífica dos egípcios, os símbolos da escrita chinesa e japonesa e os pictogramas dos maias.


Alfabeto do semítico setentrional
É o primeiro alfabeto de que se tem notícia e surgiu, entre 1700 a.C. e 1500 a.C., na região que hoje corresponde à Síria e à Palestina. O alfabeto semítico possui apenas 22 consoantes. Os alfabetos hebraico, árabe e fenício se basearam neste modelo. A escrita é realizada da direita para a esquerda.


Alfabetos grego e romano
Entre os anos 1000 e 900 a.C., os gregos adotaram a variante fenícia do alfabeto semítico. Depois do ano 500 a.C., o grego se difundiu por todo o mundo mediterrâneo e dele surgiram outras escritas, entre elas, a etrusca e a romana. Em conseqüência das conquistas romanas e da difusão do latim, este alfabeto se tornou a base de todas as línguas européias ocidentais.


Alfabeto cirílico
Por volta do ano 860 d.C., os religiosos gregos, que viviam em Constantinopla, evangelizaram os eslavos e idealizaram um sistema de escrita conhecido como alfabeto cirílico. Suas variantes são as escritas russa, ucraniana, sérvia e búlgara.


Alfabeto árabe
Também tem sua origem no semítico e, possivelmente, surgiu no século IV de nossa era. Foi utilizado nas línguas persa e urdu. É a escrita do mundo islâmico.

Fenícia, antigo nome de uma estreita faixa de terra na costa leste do mar Mediterrâneo que atualmente constitui parte do Líbano. O território tem aproximadamente 320 km de comprimento e entre 8 e 25 km de largura.

Os fenícios, chamados sidônios no Antigo Testamento e fenícios pelo poeta Homero, eram um povo de língua semítica, ligado aos cananeus da antiga Palestina. Fundaram as primeiras povoações na costa mediterrânea por volta de 2500 a.C. No começo de sua história desenvolveram-se sob a influência das culturas suméria e acádia da vizinha Babilônia. Por volta de 1800 a.C., o Egito, que começava a formar um império no Oriente Próximo, invadiu e controlou a Fenícia, controlando-a até cerca de 1400 a.C. Por volta de 1100 a.C. os fenícios tornaram-se independentes do Egito e converteram-se nos melhores comerciantes e marinheiros do mundo clássico.

A contribuição fenícia mais importante para a civilização foi o alfabeto. Atribui-se também a esta cultura a invenção da tinta de púrpura e do vidro. As cidades fenícias foram famosas por sua religião panteísta e seus templos eram o centro da vida cívica. A divindade fenícia mais importante era Astarté.

Escrita, Instrumentos de, utensílios manuais utilizados para efetuar marcas alfanuméricas em ou sobre uma superfície. As inscrições se caracterizam pela eliminação de parte da superfície, a fim de gravar essas marcas. O instrumento de escrita é controlado normalmente pelos movimentos de dedos, mão, pulso e braço da pessoa que escreve.


Instrumentos antigos

A mais antiga forma de escrita ocidental é a cuneiforme, que se realizava mediante a pressão de uma vareta de três ou quatro faces sobre barro mole, que depois era cozido. O avanço importante que se seguiu foi o emprego, pelos gregos, do pincel, do martelo e do cinzel. No século I d.C., as escritas duráveis eram realizadas sobre papiro, com uma espécie de bambu afilado e mergulhado em tinta. Os pincéis planos e os bambus de ponta rômbica eram utilizados para as superfícies polidas e os rebocos ou muros de pedra, como no esgrafito. As inscrições eram realizadas com martelo e cinzel.

O nascimento e a difusão do cristianismo aumentaram a demanda por documentos religiosos escritos. Os livros em velino (ou pergaminho) vieram substituir os rolos de papiro e a pena de cálamo suplantou a pena de bambu, transformando-se no principal instrumento de escrita durante quase 1.300 anos. De igual modo, por volta do século XVIII, o papel havia substituído o velino como principal superfície de escrita e começou-se a utilizar o aço para fabricar pontas de caneta. A primeira pena de aço patenteada foi construída pelo engenheiro inglês Bryan Donkin, em 1803. A pena de cálamo caiu rapidamente em desuso.

Em 1884, Lewis Waterman, um agente de seguros de Nova York, patenteou a primeira pena esferográfica com depósito de tinta. Em 1938, Georg Biro inventou uma tinta viscosa e oleosa que servia para um tipo de caneta dotada de um rolamento na ponta. A caneta esferográfica apresentava certas vantagens sobre a caneta-tinteiro: a tinta era impermeável e quase indelével; permitia escrever sobre superfícies muito diferentes e o instrumento podia ser mantido em qualquer posição durante a escrita.

Em 1963, apareceu a chamada caneta hidrográfica, com ponta de feltro. Quem a inventou foi o japonês Yukio Horie, em 1962. As canetas hidrográficas utilizam tinturas como fluido para escrever.

Um dos instrumentos mais difundidos para escritas deléveis é o lápis. Os traços do lápis podem ser apagados com facilidade. O interior do instrumento é formado por uma mistura de grafita (uma variedade do carbono) e argila. Em 1795, inventou-se uma fórmula para misturar pó de grafita com argila, cortando o produto resultante em pequenas barras que depois eram cozidas. Em 1812, William Monroe criou um processo, empregado até hoje, mediante o qual se podia embutir a mistura grafita-argila entre dois pedaços de madeira de cedro. A lapiseira, patenteada em 1877, é formada por um estilete cilíndrico de carga, inserido num cilindro metálico ou plástico, e empurrado por um êmbolo que, ao girar, vai expulsando a ponta da carga.