Por Emerson Santiago
A expressão “ocupação da França” faz referência aos eventos ocorridos na Segunda Guerra, onde, entre 1940 e 1944 a Terceira República Francesa foi ocupada pelas forças da Alemanha nazista, e teve seu território dividido em dois, sendo a metade norte governada diretamente por Berlim, e a parte sul constituindo um estado fantoche, o État français (Estado Francês), com sua capital na cidade de Vichy.
Quando a guerra começou em 1939, a França estava inerte. A sua estratégia era defensiva, ou seja, esconder-se atrás da Linha Maginot, enquanto que na retaguarda, as rivalidades entre esquerda e direita, sindicatos de trabalhadores e organizações patronais, minavam quaisquer possibilidades do pais agir coeso frente ao terrível perigo que corria. Assim, entre a cegueira e a irresponsabilidade, a França estava dividida em todos os seus principais setores sociais, dando possibilidade à Alemanha nazista de explorar tais divisões e ocupar o país.
Numa curta campanha militar que durou apenas 39 dias, o exército alemão, melhor armado e equipado, conseguiu obter a capitulação da França. A invasão do país pelas divisões blindadas e pela infantaria alemã se dera no dia 13 de maio, encerrando-se com o cessar fogo do dia 25 de junho de 1940.
Após alguns dias de negociação, ficou estabelecido que apenas uma parte da França seria ocupada pelas tropas alemãs (a região de Paris e todo o litoral Atlântico). O restante do território, conhecido como “França interior” ficaria ao encargo de uma administração autônoma, que depois iria revelar-se um governo colaboracionista chefiado pelo Marechal Henri Pétain (um herói da Primeira Guerra que agora, idoso, resolvera acatar a derrota frente aos alemães). Além de aceitar uma série de condições bastante duras, a França rompia sua aliança com a Grã-Bretanha e repudiava qualquer tentativa de resistência. Esta situação constituiu um humilhação nacional que durou quatro anos, quando finalmente as forças aliadas ocidentais (americanos, ingleses e canadenses) desembarcaram nas praias da Normandia em julho de 1944, fato que marca o gradual fim da ocupação alemã na França. Nesses anos, e nos anos seguintes ao pós-guerra, a França teve que conviver com o fato de que o chamado Governo de Vichy foi o único governo da Europa ocupada que colaborou diretamente com o invasor nazista.
O general De Gaulle, retornado do exílio, e então aclamado como chefe de estado francês, forçou resolutamente a constituição de um governo nacional, impedindo desse modo que a França se tornasse uma zona de ocupação das potências aliadas. No dia 9 de setembro de 1944, tomou posse um governo de unidade nacional, sob a presidência de Charles de Gaulle. Com isso, ele cumpriu a missão a que se propusera, que era libertar o país, restabelecer a República e organizar eleições livres e democráticas na França.
Bibliografia:
SCHILLING, Voltaire. 1940: A queda da França. Disponível em
STEGEMANN, Michael. 1944: Paris é libertada da ocupação alemã. Disponível em