Por Emerson Santiago
A história recente das duas Coreias é marcada pelo colonialismo, exercido tanto pela China como pelo Japão, seus dois vizinhos mais próximos. Este segundo ocupará a região em 1910, tornando a Coreia parte de um império colonial em plena expansão pelo Ásia e Pacífico. Tal dominação pelos japoneses foi caracterizada por grande violência, não apenas militar mas cultural, quando o ensino da língua coreana nas escolas foi substituído pelo ensino do japonês. A sociedade e os costumes modificaram-se profundamente, e a industria e a economia integraram-se por completo no sistema de produção japonês, em meio a um acelerado processo de expansão.
A principal reação nacionalista ocorreu a 1° de março de 1919, com a manifestação de milhares de coreanos que foram violentamente reprimidos pelo governo japonês, quando mais de 20.000 pessoas morreram e cerca de 50.000 foram presas. Forma-se logo após um governo coreano no exílio, em Xangai, na China.
A Segunda Guerra Mundial irá terminar justamente com a rendição do Japão, e na Coreia logo seguem-se as tensões da Guerra Fria, que repercutem dramaticamente. Influenciada pelos desígnios da Doutrina Truman, a parte sul do paralelo ficou sob influência dos Estados Unidos, enquanto o norte se rendia à proteção soviética, fazendo com que a península coreana fosse dividida na altura do paralelo 38 N, em conformidade com a arrumação feita pelas Nações Unidas, a ser o norte administrado pela União Soviética e o sul pelos Estados Unidos. A história da separação das Coreias se inicia formalmente com o estabelecimento da República Popular Democrática da Coreia, de orientação socialista, em 1948, e no sul, com a constituição da República da Coréia, um país capitalista.
Desde então, ambos os lados lutam pela supremacia na Península. O pior momento desta “queda de braço” foi a Guerra da Coreia, de 1950 a 1953, onde o norte, em uma rápida manobra chegou a conquistar quase todo o território. Os EUA, reagiram, auxiliando o sul a reconquistar seu território perdido.
Desde então, a paz nunca foi selada formalmente. Mesmo com uma série de governos de cunho ditatorial, a Coreia do Sul conseguiu manter-se no caminho do desenvolvimento, deixando de ser um dos países mais pobres do mundo no início dos anos 50 para se tornar uma potência econômica influente. Já a Coreia do Norte adotou um rígido modelo do sistema socialista, comandado com mão de ferro por Kim Il-Sung, e depois da segunda metade dos anos 90 pelo seu filho, Kim Jong-Il, morto recentemente, e que também transferiu ao seu filho Kim Jong-Un o controle total do país, que permanece uma das nações mais fechadas, com um regime que investe boa parte de seu orçamento em armamentos, deixando outras áreas carentes de desenvolvimento, criando um contraste abismal entre os dois lados.
Bibliografia:
Coreia: Quem dividiu? Disponível em
RODRIGUES, Maisa E. Raele. Impactos do conflito entre a Coréia do Norte e Sul. Disponível em
CANDELORI, Roberto. Resumão/atualidades: O abraço das Coréias . Disponível em