por: denisedealmeida
A União Soviética decidiu intervir militarmente na Tcheco-Eslováquia para barrar o processo de democratização conduzido pelo líder do Partido Comunista tchecoslovaco Alexandre Dubcek. Tropas soviéticas atravessaram a Polônia em direção àquele país.
As dificuldades entre a Tcheco-Eslováquia e a União Soviética começaram em janeiro de 1967, com a derrubada de Antonin Novotny – um dos homens da velha guarda do partido – e a sua substituição por Dudcek. O novo líder do PC tchecoslovaco procurou afastar as suspeitas soviéticas, declarando-se fiel à linha socialista e ao Pacto de Varsóvia, e argumentando que a abertura política fora motivada pela própria história e as tradições do seu país.
O objetivo da reforma proposta por intelectuais do Partido Comunista tchecoslovaco era o de transformar pacificamente um regime comunista ortodoxo em uma social democracia, nos moldes dos países ocidentais. As mudanças na estrutura política, econômica e social foram anunciadas em abril, um mês antes da movimentação das tropas soviéticas.
Dubcek prometeu uma revisão da Constituição, que garantiria os direitos civis. A abertura abrangeria também o pluripartidarismo, uma Assembleia Nacional, liberdade de imprensa, independência do Poder Judiciário e a tolerância religiosa.
As tensões entre a Tcheco-Eslováquia e a União Soviética aumentaram. Em junho, personalidades tchecoslovacas divulgaram um documento, que pedia a Dudcek para acelerar o processo de democratização.
Primavera de Praga
Diante dessa ameaça à hegemonia política da União Soviética, a Rússia enviou tropas de países do Pacto de Varsóvia à capital do país, no episódio que ficou conhecido como Primavera de Praga. Em 20 de agosto, sete mil tanques entraram na Tcheco-Eslováquia. No conflito morreram 72 tchecoslovacos. Dubcek foi preso e destituído do cargo.
As reformas foram canceladas e o regime de partido único continuou a vigorar na Tcheco-Eslováquia até o fim da União Soviética em 1989, quando o país retomou as reformas com a Revolução de Veludo. Em 1993, a República Tcheca e a Eslováquia, separaram-se na chamada Separação ou Divórcio de Veludo.