A privatização das terras e a dissolução da comunidade gentílica levaram a profundas transformações no interior da sociedade grega.
Inicialmente, processou-se a passagem de uma economia doméstica para uma economia de mercado local, que, mais tarde, voltou-se para o exterior.
Em sintonia, a sociedade e a política passavam por transformações: a aristocracia enriquecia-se, aumentando as desigualdades entre os grupos sociais, levando a descontentamentos, lutas, tiranias.
Mais que a tradição, seria a riqueza que determinaria o lugar do indivíduo na escala social.
Como decorrência do aumento de importância da aristocracia, substitui-se a monarquia pela oligarquia (governo de poucos).
A Grécia possuiu mais de cem cidades-estados autônomas e independentes que, de modo geral, semantiveram oligárquicas ou evoluíram para a democracia.
Esparta era oligárquica e Atenas era democrática. Esparta foi fundada no século IX a.C., após a união (sinecismo) das três tribos dórias.
Emboradefendida por um conjunto de montanhas cujos desfiladeiros formavam fortificações naturais e a isolavam das regiões vizinhas, parece ter seguido, até o século VII a.C., uma evolução semelhante às demais cidades dominadas pelos dórios.
Nesse período, Esparta conquistou a região da Messênia, que a circundava, esolidificou seu caráter essencialmente guerreiro, vindo a desenvolver-se de forma peculiar e distinta das demais pólis gregas.
A estrutura social espartana era rígida e dividia-se em: Espartanos ou esparciatas: eram descendentes dos conquistadores dórios, eram os únicos detentores da cidadania e, portanto, com direitos políticos. Formavam uma classe privilegiada que monopolizava o podermilitar e, por decorrência, o político e o religioso.
Periecos: eram os habitantes dos arredores da cidade, provavelmente descendentes das populações nativasque se submeteram pacificamente aos dórios. Livres, dedicavam-se ao comércio e ao artesanato, tarefas desprezadas pelos espartanos.
Hilotas: eram servos pertencentes ao Estado, prováveis descendentes da população conquistada pelos dórios.
Eram cedidos aos espartanos juntamente com a terra na qual trabalhavam e, por constituírem a maioria da população, eram mantidos em obediência pelo terror. A ocupação inicial da Ática foi realizada pelos aqueus, seguidos posteriormente por eólios e principalmente jônios.
Atenas, que havia sido fundada pelos jônios, foi poupada, graças à sua localização – próxima ao mar e cercada por montanhas -, às invasões dóricas do século XII a.C. e ao conhecimento de umasociedade imposta pelos vencedores.
No final da época homérica, entretanto, também a Ática passou por profundas transformações, desde a desagregação da comunidade gentílica até a formação da sociedade de classes. Foi nesse período, aproximadamente século X a.C., que ocorreu a unificação das células gentílicas em quatro tribos, em torno do centro político-militar-religioso que a acrópole de Atenas representava.
Atenas conservou a monarquia por muito tempo, até que os aristocratas acabaram por solapar o poder do basileu, que foi substituído pelo arcontado – composto por nove arcontes cujos mandatos eram anuais. Nesse período, chamado pós-homérico ou arcaico, a escassez de terras férteis e o aumento populacional impulsionaram algumas cidades, entre Atenas, a estabelecer colônias com fins comerciais e de povoamento em vários pontos do Mediterrâneo – era o período da segunda diáspora.
Em Atenas, as classes ligadas ao comércio, ao mesmo tempo que adquiriam maior poder econômico, procuravam ampliar seu domínio social e político, fato desencadeador de confrontos e lutas que ajudaram a moldar sua nova estrutura.
Além dos eupátridas, georgóis e thetas (que em boa parte emigraram em expedições colonizadoras), a sociedade ateniense ainda se subdividiria em:
Demiurgos: comerciantes que perderam as terras ou artesãos. Foi uma classe intermediária que fez da riqueza um valor que se sobrepôs à tradição.
Escravos: prisioneiros de guerra, sem direitos políticos, eram inferiores numericamente, mas logo se transformaram na base da produção agrária.
Em Atenas, atuaram em todos os ofícios, e muitos chegaram até a alcançar a liberdade, embora nunca a cidadania.
A estrutura social ateniense ativou o confronto de interesses e impasses que caracterizaram o período arcaico.
De maneira geral, havia rivalidades políticas resultantes da posição sócio-econômica dos diversos grupos existentes em Atenas.
Os eupátridas, donos das maiores e melhores terras na planície, buscavam conservar seus privilégios e o poder.
Já os comerciantes, controladores do litoral, enriquecendo crescentemente, buscavam mudanças a fim de conseguir participação no poder.
Em pior situação estavam os georgóis e os thetas, habitantes da montanha, vivendo em péssimas condições, sem direitos políticos.
Muitos recorriam a empréstimos para poder cultivar suas terras, visando a sobrevivência.
Com isso, endividavam-se, ficando sujeitos aos poderosos, o que semeava descontentamento e anseio por mudanças.
As lutas entre as classes sociais, a instabilidade, o crescimento da pólis e o desenvolvimento do comércio foram fatores que motivaram o surgimento de reformas, feitas por legisladores, que expressavam as divisões no interior da sociedade.
Dentre esses legisladores, destacou-se Drácon, que, em 621 a.C., organizou e registrou por escrito as leis que, até então, baseavam-se na tradição oral e eram conhecidas apenas pelos eupátridas. O código legal de Drácon, entretanto, além de ser extremamente severo, manteve os privilégios sociais e políticos existentes.
Assim, mesmo com as leis escritas, as desigualdades continuaram ativando o descontentamento, levando, consequentemente, à ocorrência de choques sociais.
Em 594 a.C., Sólon, outro legislador, deu início a reformas mais ambiciosas.
Eliminou hipotecas por dívidas, libertou os escravizados por elas e dividiu a sociedade de acordo com o padrão de renda dos indivíduos. O critério de riqueza passou a determinar privilégios, abrindo espaço para a ascensão política dos ricos demiurgos.
As reformas de Sólon, desagradaram os aristocratas, que perderam parte de seus privilégios oligárquicos, e o povo, que esperava reformas mais extensas e profundas.
A conturbação política que se seguiu à reforma de Sólon permitiu o surgimento dos tiranos, ditadores que usurparam o poder.
O primeiro foi Pisístrato, que governou Atenas de 561 a.C. a 527 a.C. e procurou amenizar os confrontos sociais, patrocinando várias obras públicas, gerando emprego a thetas e georgóis descontentes. Pisístrato foi sucedido por seus filhos Hiparco e Hípias, que não deram seguimento a essas reformas, perdendo o apoio popular e gerando insatisfação.
Em 510 a.C., eclode uma revolta, liderada por Clístenes. Finaliza-se a ditadura e inaugura-se a democracia ateniense.
Clístenes foi denominado o "pai da democracia" e suas reformas trouxeram a estabilidade social que permitiu a expansão econômica ateniense. Atenas era, assim, o reverso político de Esparta e essa oposição seria marcante na história grega, ficando agrupadas em torno de uma ou de outra as demais cidades-estados gregas.
Entretanto, durante o século V a.C., essas diferenças ficariam obscurecidas pelo esforço conjunto contra o avanço dos medo - persas sobre as colônias gregas orientais e, posteriormente, sobre a própria península balcânica.
Toda a Grécia tinha uma sociedade predominantemente masculina em que somente os homens eram cidadãos.
Mas por estranho que pareça, era em Esparta que as mulheres gozavam de maior liberdade. Nesta pólis, as mulheres eram preparadas fisicamente para uma maternidade sadia, praticando exercícios e participando de várias disputas esportivas.
Tal fato devia-se à não rara ausência do homem em Esparta, com suas constantes ações militares, e da necessidade de dar continuidade à administração familiar e, às vezes,urbana.
Já em Atenas, com uma democracia restrita aos cidadãos (homens e adultos), a expectativa quanto às mulheres é que, quando de famílias ricas permanecessem reclusas em casa até a morte.
As necessidades da vida, contudo, certamente obrigavam as mulheres das classes inferiores a cuidar de barracas no mercado ou a trabalhar nos campos.
As mulheres desfrutavam de poucos dos direitos da democracia ateniense, mas apesar disso, muitas exerceram considerável influência.
Fonte:
http://br.geocities.com/culturauniversalonline/acontecimentos_2.htm
GrupoEscolar.com: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/civilizacao-grega--os-tempos-arcaicos--1000-ac-a-1ac.html
Inicialmente, processou-se a passagem de uma economia doméstica para uma economia de mercado local, que, mais tarde, voltou-se para o exterior.
Em sintonia, a sociedade e a política passavam por transformações: a aristocracia enriquecia-se, aumentando as desigualdades entre os grupos sociais, levando a descontentamentos, lutas, tiranias.
Mais que a tradição, seria a riqueza que determinaria o lugar do indivíduo na escala social.
Como decorrência do aumento de importância da aristocracia, substitui-se a monarquia pela oligarquia (governo de poucos).
A Grécia possuiu mais de cem cidades-estados autônomas e independentes que, de modo geral, semantiveram oligárquicas ou evoluíram para a democracia.
Esparta era oligárquica e Atenas era democrática. Esparta foi fundada no século IX a.C., após a união (sinecismo) das três tribos dórias.
Emboradefendida por um conjunto de montanhas cujos desfiladeiros formavam fortificações naturais e a isolavam das regiões vizinhas, parece ter seguido, até o século VII a.C., uma evolução semelhante às demais cidades dominadas pelos dórios.
Nesse período, Esparta conquistou a região da Messênia, que a circundava, esolidificou seu caráter essencialmente guerreiro, vindo a desenvolver-se de forma peculiar e distinta das demais pólis gregas.
A estrutura social espartana era rígida e dividia-se em: Espartanos ou esparciatas: eram descendentes dos conquistadores dórios, eram os únicos detentores da cidadania e, portanto, com direitos políticos. Formavam uma classe privilegiada que monopolizava o podermilitar e, por decorrência, o político e o religioso.
Periecos: eram os habitantes dos arredores da cidade, provavelmente descendentes das populações nativasque se submeteram pacificamente aos dórios. Livres, dedicavam-se ao comércio e ao artesanato, tarefas desprezadas pelos espartanos.
Hilotas: eram servos pertencentes ao Estado, prováveis descendentes da população conquistada pelos dórios.
Eram cedidos aos espartanos juntamente com a terra na qual trabalhavam e, por constituírem a maioria da população, eram mantidos em obediência pelo terror. A ocupação inicial da Ática foi realizada pelos aqueus, seguidos posteriormente por eólios e principalmente jônios.
Atenas, que havia sido fundada pelos jônios, foi poupada, graças à sua localização – próxima ao mar e cercada por montanhas -, às invasões dóricas do século XII a.C. e ao conhecimento de umasociedade imposta pelos vencedores.
No final da época homérica, entretanto, também a Ática passou por profundas transformações, desde a desagregação da comunidade gentílica até a formação da sociedade de classes. Foi nesse período, aproximadamente século X a.C., que ocorreu a unificação das células gentílicas em quatro tribos, em torno do centro político-militar-religioso que a acrópole de Atenas representava.
Atenas conservou a monarquia por muito tempo, até que os aristocratas acabaram por solapar o poder do basileu, que foi substituído pelo arcontado – composto por nove arcontes cujos mandatos eram anuais. Nesse período, chamado pós-homérico ou arcaico, a escassez de terras férteis e o aumento populacional impulsionaram algumas cidades, entre Atenas, a estabelecer colônias com fins comerciais e de povoamento em vários pontos do Mediterrâneo – era o período da segunda diáspora.
Em Atenas, as classes ligadas ao comércio, ao mesmo tempo que adquiriam maior poder econômico, procuravam ampliar seu domínio social e político, fato desencadeador de confrontos e lutas que ajudaram a moldar sua nova estrutura.
Além dos eupátridas, georgóis e thetas (que em boa parte emigraram em expedições colonizadoras), a sociedade ateniense ainda se subdividiria em:
Demiurgos: comerciantes que perderam as terras ou artesãos. Foi uma classe intermediária que fez da riqueza um valor que se sobrepôs à tradição.
Escravos: prisioneiros de guerra, sem direitos políticos, eram inferiores numericamente, mas logo se transformaram na base da produção agrária.
Em Atenas, atuaram em todos os ofícios, e muitos chegaram até a alcançar a liberdade, embora nunca a cidadania.
A estrutura social ateniense ativou o confronto de interesses e impasses que caracterizaram o período arcaico.
De maneira geral, havia rivalidades políticas resultantes da posição sócio-econômica dos diversos grupos existentes em Atenas.
Os eupátridas, donos das maiores e melhores terras na planície, buscavam conservar seus privilégios e o poder.
Já os comerciantes, controladores do litoral, enriquecendo crescentemente, buscavam mudanças a fim de conseguir participação no poder.
Em pior situação estavam os georgóis e os thetas, habitantes da montanha, vivendo em péssimas condições, sem direitos políticos.
Muitos recorriam a empréstimos para poder cultivar suas terras, visando a sobrevivência.
Com isso, endividavam-se, ficando sujeitos aos poderosos, o que semeava descontentamento e anseio por mudanças.
As lutas entre as classes sociais, a instabilidade, o crescimento da pólis e o desenvolvimento do comércio foram fatores que motivaram o surgimento de reformas, feitas por legisladores, que expressavam as divisões no interior da sociedade.
Dentre esses legisladores, destacou-se Drácon, que, em 621 a.C., organizou e registrou por escrito as leis que, até então, baseavam-se na tradição oral e eram conhecidas apenas pelos eupátridas. O código legal de Drácon, entretanto, além de ser extremamente severo, manteve os privilégios sociais e políticos existentes.
Assim, mesmo com as leis escritas, as desigualdades continuaram ativando o descontentamento, levando, consequentemente, à ocorrência de choques sociais.
Em 594 a.C., Sólon, outro legislador, deu início a reformas mais ambiciosas.
Eliminou hipotecas por dívidas, libertou os escravizados por elas e dividiu a sociedade de acordo com o padrão de renda dos indivíduos. O critério de riqueza passou a determinar privilégios, abrindo espaço para a ascensão política dos ricos demiurgos.
As reformas de Sólon, desagradaram os aristocratas, que perderam parte de seus privilégios oligárquicos, e o povo, que esperava reformas mais extensas e profundas.
A conturbação política que se seguiu à reforma de Sólon permitiu o surgimento dos tiranos, ditadores que usurparam o poder.
O primeiro foi Pisístrato, que governou Atenas de 561 a.C. a 527 a.C. e procurou amenizar os confrontos sociais, patrocinando várias obras públicas, gerando emprego a thetas e georgóis descontentes. Pisístrato foi sucedido por seus filhos Hiparco e Hípias, que não deram seguimento a essas reformas, perdendo o apoio popular e gerando insatisfação.
Em 510 a.C., eclode uma revolta, liderada por Clístenes. Finaliza-se a ditadura e inaugura-se a democracia ateniense.
Clístenes foi denominado o "pai da democracia" e suas reformas trouxeram a estabilidade social que permitiu a expansão econômica ateniense. Atenas era, assim, o reverso político de Esparta e essa oposição seria marcante na história grega, ficando agrupadas em torno de uma ou de outra as demais cidades-estados gregas.
Entretanto, durante o século V a.C., essas diferenças ficariam obscurecidas pelo esforço conjunto contra o avanço dos medo - persas sobre as colônias gregas orientais e, posteriormente, sobre a própria península balcânica.
Toda a Grécia tinha uma sociedade predominantemente masculina em que somente os homens eram cidadãos.
Mas por estranho que pareça, era em Esparta que as mulheres gozavam de maior liberdade. Nesta pólis, as mulheres eram preparadas fisicamente para uma maternidade sadia, praticando exercícios e participando de várias disputas esportivas.
Tal fato devia-se à não rara ausência do homem em Esparta, com suas constantes ações militares, e da necessidade de dar continuidade à administração familiar e, às vezes,urbana.
Já em Atenas, com uma democracia restrita aos cidadãos (homens e adultos), a expectativa quanto às mulheres é que, quando de famílias ricas permanecessem reclusas em casa até a morte.
As necessidades da vida, contudo, certamente obrigavam as mulheres das classes inferiores a cuidar de barracas no mercado ou a trabalhar nos campos.
As mulheres desfrutavam de poucos dos direitos da democracia ateniense, mas apesar disso, muitas exerceram considerável influência.
Fonte:
http://br.geocities.com/culturauniversalonline/acontecimentos_2.htm
GrupoEscolar.com: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/civilizacao-grega--os-tempos-arcaicos--1000-ac-a-1ac.html