Asas à imaginação

Asas à imaginação - Mesmo sem garantias de um pouso seguro, o homem se arrisca a voar por meio das mais criativas maneiras, desde tempos remotos. Recapitule alguns dos inventos que içam aventureiros aos ares, ontem e hoje

Bruno Garcia









Alfaiate voador / Ilustração: Matheus VigliarO ALFAIATE VOADOR



Em 1912, o alfaiate austríaco Franz Reichelt ganhou a permissão da prefeitura de Paris para testar seu paraquedas na Torre Eiffel. Cansado de experimentos com bonecos, Reichelt surpreendeu a multidão ao vestir seu invento e saltar ele próprio. Porém, ao contrário do que esperava, o traje não funcionou e Reichelt morreu diante de uma multidão atônita. Embora o impacto tenha aberto um buraco no gramado, a autópsia revelou que o alfaiate morrera antes de tocar o chão, de um ataque cardíaco fulminante. As imagens estão no YouTube.



PARAQUEDAS

Louis-Sébastien Lenormand, um inquieto físico francês de Montpellier, desenvolveu e batizou o primeiro paraquedas da história ainda no final do século XVIII. Após um primeiro salto de uma árvore com dois guarda-chuvas adaptados, Lenormand aperfeiçoou sua ideia e, diante de uma enorme multidão, saltou no dia 26 de dezembro de 1783 utilizando um protótipo de cerca de quatro metros. Um feito notável para sua época.






Aviador medieval / Ilustração: Matheus VigliarAVIADOR MEDIEVAL



Reputado historiador inglês do século XII, William de Malmesbury conta que, por volta do ano de 1010, um monge de nome Eilmer construiu um artefato com asas muito parecido com um ultraleve atual. Com ele, arriscou-se saltando da torre de sua abadia e conseguindo planar por mais de 200 metros. Surpreendido pelo próprio feito, Eilmer se assustou e acabou sofrendo uma queda violenta, na qual fraturou as duas pernas. Nos vitrais de sua abadia há uma homenagem ao monge aventureiro.



QUEDA LIVRE

Gary Connery, um britânico de 42 anos, tornou-se em 2012 o primeiro homem a saltar em queda livre e pousar sem paraquedas. Com um traje especialmente preparado para reduzir a velocidade da queda (chamado de wingsuit), Connery pulou de um helicóptero de uma altura em torno de 1,4 quilômetro e pousou em cima de cerca de 18.600 caixas de papelão. A multidão apavorada assistiu ao ousado Gary sair caminhando normalmente em meio às caixas.

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/asas-a-imaginacao