Quando Napoleão fugiu do Campo de Batalha de Waterloo em 18 de junho de 1815, deixou para trás sua bagagem de campanha e sua carruagem de viagem. O conteúdo foi apreendido pelos Aliados e muitos dos objetos ainda adornam museus hoje. O Deutsches Historisches Museum, em Berlim, tem o chapéu bicorne de Napoleão.
(Foto de Wolfgang Sauber / Wikipedia)
O bicorne era um elemento vital na construção da persona mítica de Napoleão. Ao contrário do duque de Wellington, que sempre usava a frente para trás ('en colonne'), Napoleão usava o lado a lado no chamado estilo 'athwarts' ('en bataille'). Embora ligeiramente em desacordo com o fato histórico, a lenda diz que essa moda era única para Napoleão. Enquanto na França pré-revolucionária o embelezado 'en colonne' bicorne estava associado à classe de oficiais aristocráticos, a preferência de Napoleão pelo estilo simples 'en bataille' era vista como simbolizando sua solidariedade com a hierarquia comum e o tornava instantaneamente reconhecível.
Atender à demanda de chapéus de Napoleão foi um negócio lucrativo para o chapeleiro parisiense Poupard, que entre 1800 e 1815 forneceu a ele cerca de 170 bicornes em mais de 48 francos cada. No entanto, mesmo na morte, o ex-imperador era inseparável de seu 'petit chapeau', e um dos quatro chapéus que o acompanharam ao exílio na ilha de Santa Helena foi colocado em seu caixão.
(via 100 dias de Napoleão )