6.6.20

FASCISMO



O fascismo é uma doutrina totalitária de extrema-direita desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919, e durante seu governo (19221943 e 19431945). Fascismo deriva de fascio, nome de grupos políticos ou de militância que surgiram na Itália entre fins do século XIX e começo do século XX; mas também de fasces, que nos tempos do Império Romano era um símbolo dos magistrados: um machado cujo cabo era rodeado de varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo. Os fascistas italianos também ficaram conhecidos pela expressão camisas negras, em virtude do uniforme que utilizavam.
Definição

A palavra fascismo adquiriu o significado de qualquer sistema de governo semelhante ao de Mussolini, o qual exalta a nação e muitas vezes a raça acima do indivíduo, embora de forma não tão explícita como no nazismo e usa da violência, de modernas técnicas de propaganda e censura para suprimir pela força a oposição política, emprega uma arregimentação econômica e social severa, e sustenta o nacionalismo e por vezes a xenofobia (nacionalismo étnico), tendo em conta que se privilegia preferencialmente os nascidos no próprio país, desenvolvendo-se dessa forma uma certa apatia para com os imigrantes. De acordo com o doutrinário do libertarianismo David Nolan (Nolan chart), o "fascismo" ocupa um lugar no espectro político como um equivalente capitalista ao comunismo, sendo um sistema que apoia a liberdade "econômica" mas ao mesmo tempo constrito pelos seus controles sociais de tal forma que ele se torna virtualmente indistinguível do totalitarismo.

Num artigo da Enciclopedia Italiana de 1932, escrito por Giovanni Gentile e atribuído a Benito Mussolini, o fascismo é descrito como um sistema no qual "o Estado não apenas é autoridade que governa e molda as vontades individuais com leis e valores da vida espiritual, mas também poder que faz com que a sua vontade no estrangeiro prevaleça. ...Para o fascista, tudo está dentro do Estado e ... nem indivíduos ou grupos estão fora do Estado... Para o Fascismo, o Estado é um absoluto, perante o qual os indivíduos ou grupos são apenas algo de relativo."

Mussolini, em um discurso proferido dia 28 de outubro de 1925 proferiu a frase que define concisamente a filosofia do fascismo: "Tutto nello Stato, niente al di fuori dello Stato, nulla contro lo Stato" ("Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado").

O Nazismo é geralmente considerado uma forma de fascismo, mas o Nazismo, em contraste com o Fascismo, viu o objetivo do Estado no serviço de um ideal daquilo que o Estado supostamente deveria ser: as suas pessoas, raças, e a engenharia social destes aspectos da cultura com o fim último de uma maior prosperidade possível para eles às custas de todos os outros. Por seu lado, o fascismo de Mussolini continuou fiel à ideologia de que todos estes fatores existiam para servir o Estado e que não era necessariamente no interesse do Estado servir ou manipular algumas daquelas características. O único objetivo do governo sob o fascismo era auto-valorizar-se como a maior prioridade da sua cultura, simplesmente sendo o Estado em si, quanto maior a sua dimensão, melhor, pelo que se pode dizer que se tratou de uma Estadolatria (idolatria do estado) governamental.

Enquanto o Nazismo era uma ideologia Metapolítica, vendo a si mesmo apenas como uma utilidade pela qual uma condição alegórica do seu povo era o seu objetivo, o fascismo era uma forma sinceramente anti-socialista de Estatismo que existiu por virtude de e com fins em si mesmo. O movimento Nazi falou da sociedade baseada em classes como o seu inimigo e pretendia unificar o elemento racial acima de classes estabelecidas, enquanto que o movimento fascista tentou preservar o sistema de classes e sustentou-o como a fundação de cultura estabelecida e progressiva.

Este teorema subjacente fez os Fascistas e Nazis de então verem-se como parcialmente exclusivos entre si. Hoje, no entanto, esta diferença não é patente na terminologia, mesmo quando usada num contexto histórico.

O Fascismo italiano assume que a natureza do estado é superior à soma dos indivíduos que o compõem e que eles existem para o estado, em vez de o estado existir para os servir. Deste modo todas os assuntos dos indivíduos são assuntos do Estado. No seu modelo corporativista da gestão totalitária mas privada, as várias funções do Estado são desempenhadas por entidades individuais que compõem o Estado, sendo do interesse do Estado inspecionar essa ação, sem nacionalizar aquelas entidades. A atividade privada é num certo modo empregue pelo Estado, o qual pode decidir suspender a infra-estrutura de alguma entidade de acordo com a sua utilidade e direção, ou interesse do estado.

A composição social dos movimentos fascistas foi historicamente a de pequenos negociantes, burocratas de nível baixo e as classes médias. O Fascismo também encontrou grande sucesso nas áreas rurais, especialmente entre agricultores, e na cidade entre as classes trabalhadoras. Um aspecto importante do fascismo é que ele usa os seus movimentos de massa para atacar as organizações das classe trabalhadora - partidos da esquerda e sindicatos.

Ao contrário do período anterior à Segunda Guerra Mundial, altura em que muitos grupos se denominaram abertamente fascistas, no período pós-guerra, o termo tomou um significado pejorativo, em parte como reação aos crimes contra a Humanidade levados a cabo pelo Nazis.

Hoje, muito poucos grupos proclamam-se fascistas, e o termo é usado para denegrir grupos por quem se tem desdenho, sem o mínimo conhecimento do significado do termo. O termo "fascista" ou "Nazi" é frequentemente atribuído a indivíduos ou grupos que são vistos como de comportamento autoritário ou que tentam concentrar o poder. Mais particularmente, "Fascista" é por vezes usado por pessoas de esquerda para caracterizar alguns grupos ou pessoas da extrema direita ou próximas, ou por pessoas de extrema-esquerda para descrever qualquer influências políticas ou culturais percepcionadas como "não-progressivas", ou meramente não suficientemente progressivas. Este uso recuou muito a seguir aos anos 70 do século XX mas conheceu um "renascimento" recente com o movimento do ativismo Anti-globalização.

O Fascismo, em muitos aspectos, é uma ideologia de negativismo: anti-liberal, anti-Comunista, anti-democrática, anti-igualitária, etc. Como sistema político e econômico em Itália, combinava elementos de corporativismo, totalitarismo, nacionalismo, e anti-comunismo.
A Origem e a Ideologia do Fascismo

Etimologicamente, o uso da palavra fascismo na história política italiana moderna recua aos anos da década de 1890 na forma dos fasci, que eram grupos políticos radicais que proliferaram nas décadas anteriores à Primeira Guerra Mundial. (ver Fascio para mais informação sobre este movimento e sua evolução).

O texto Doutrina do Fascismo foi escrito por Giovanni Gentile, um filósofo idealista e que serviu como o seu filósofo oficial. Mussolini assinou o artigo e o o texto foi-lhe atribuído oficialmente. Nele, os franceses Georges Sorel, Charles Peguy, e Hubert Lagardelle foram invocados como as fontes do fascismo. As idéias de Sorel quanto ao sindicalismo e a violência são postas em evidência neste documento. Ele também cita o francês Joseph Renan que ele diz ter "intuições pre-fascistas".

Quer Sorel como Peguy foram influenciados pelos franceses Henri Bergson. Bergson rejeitava o cientificismo, a evolução mecânica e o materialismo da ideologia Marxista. Bergson falou também de um élan vital como um processo evolucionário. Ambos estes elementos de Bergson aparecem no fascismo. Mussolini afirma que o fascismo nega a doutrina do socialismo científico e Marxista e a doutrina do materialismo histórico. Hubert Lagardelle, um conhecido escritor sindicalista, foi influenciado por Pierre-Joseph Proudhon, que é a figura inspiradora do anarco-sindicalismo.

Há várias influências de tradição em Mussolini. Sergio Panunzio, um grande teórico do fascismo na década de 1920, tinha um passado sindicalista mas a sua influência diminuiu à medida que o movimento se distanciou das suas raízes esquerdistas. O conceito fascista do corporativismo e particularmente as suas teorias da colaboração de classes e relações econômicas e sociais são muito semelhantes às do modelo delineado pelo Papa Leão XIII na sua encíclica de 1892 Rerum Novarum que se debatia com a política tal como ela tinha sido transformada pela Revolução Industrial e outras mudanças na sociedade que ocorreram no século XIX. O documento criticava o capitalismo, queixando-se da exploração das massas na indústria.

No entanto, Rerum Novarum criticava severamente o conceito socialista de luta de classes e a sua solução proposta para eliminar a propriedade privada. Propunha que governos fortes tomassem por missão proteger o seu povo da exploração, e pedia aos Católicos para aplicarem princípios da justiça social às suas próprias vidas.

Procurando encontrar alguns princípios que substituíssem a doutrina Marxista de luta de classes, Rerum Novarum propunha a solidariedade social entre as classe altas e baixas e endossava o nacionalismo como forma de preservar a moralidade tradicional, costumes, e tradições. Ao fazê-lo, Rerum Novarum propunha uma espécie de corporativismo, a organização de sociedades políticas de acordo como esferas industriais, de forma semelhante às guildas medievais. Uma democracia onde cada pessoa tenha direito a um voto era rejeitada a favor da representação por grupos de interesses. Esta idéia pretendia agir contra a "natureza subversiva" da doutrina de Karl Marx.

Os temas e idéias desenvolvidos em Rerum Novarum podem ser também encontrados na ideologia do fascismo tal como ela foi desenvolvida por Mussolini.

O fascismo também se baseou em Gabriele D'Annunzio e o seu Constituição de Fiume na sua efêmera "regência" da cidade de Fiume. O Sindicalismo teve uma influencia no fascismo, em particular pelo fato de alguns sindicalistas se terem cruzado com as ideias de D'Annunzio. Antes da Primeira Guerra Mundial, o sindicalismo era tido como uma doutrina militante para a revolução da classe trabalhadora. Distinguia-se do Marxismo porque insistia que o melhor caminho para a classe trabalhadora se liberar era o sindicato em vez do partido. Em 1908, o partido socialista italiano expulsou os sindicalistas. O movimento sindicalista dividiu-se entre o anarco-sindicalismo e outras tendências mais moderadas.

Alguns moderados começaram a promover os chamados "sindicatos mistos" de trabalhadores e patrões. Nesta linha de acção, eles absorveram os ensinamentos dos teóricos católicos e expandiram as teorias para que abarcassem o grande poder do Estado, desviando-se das influências de D'Annuzio e aproximando-se de ideais mais nacionalistas.

Quando foi publicada a tradução italiana do livro Au-delà du marxisme, de Henri de Man, Mussolini estava irrequieto e escreveu que o criticismo de Man havia destruído qualquer elemento "científico" ainda existente no Marxismo. Mussolini apreciava a idéia que a organização corporativa e as novas relações entre proletariado e capital iriam eliminar o "conflito de interesses econômicos" e portanto neutralizar o "germe da luta de classes".

Pensadores socialistas que rejeitaram as idéias convencionais, Robert Michels, Sergio Panunzio, Ottavio Dinale, Agostino Lanzillo, Angelo Oliviero Olivetti, Michele Bianchi, e Edmondo Rossoni promoveram essa tentativa de reconciliar o socialismo ao nacionalismo.
O fascismo italiano

Mussolini fundou o movimento fascista em 23 de março de 1919, numa reunião feita na cidade de Milão. Entre os membros fundadores estavam os líderes revolucionários sindicalistas Agostino Lanzillo e Michele Bianchi.

Em 1921, os fascistas passaram a desenvolver um programa que exigia a república, a separação da igreja do estado, um exército nacional, um imposto progressivo para heranças e o desenvolvimento de cooperativas.

O estado fascista de Mussolini foi estabelecido aproximadamente uma década antes da chegada de Hitler ao poder. Tanto um movimentos como um fenômeno histórico, o fascismo italiano foi, em muitos aspectos, uma reação à falha aparente do laissez-faire e ao medo dos movimentos de esquerda, apesar de que as circunstâncias na história intelectual devem ser consideradas, como o abalo do positivismo e o fatalismo generalizado do pós-guerra na Europa.

O fascismo foi de certa forma o resultado de um sentimento geral de ansiedade e medo dentro da classe média na Itália do pós-guerra, que surgiu no seguimento da convergência de pressões inter relacionadas de ordem econômica, política e cultural. Sob o estandarte desta ideologia autoritária e nacionalista, Mussolini foi capaz de explorar os medos perante o capitalismo numa era de depressão pós-guerra, o ascendente de uma esquerda mais militante, e um sentimento de vergonha nacional e de humilhação que resultaram da "vitória mutilada" da Itália nos tratados de paz pós Primeira Guerra Mundial. Tais aspirações nacionalistas não realizadas (ou frustradas) manchavam a reputação do liberalismo e do constitutionalismo entre muitos sectores da população italiana. Adicionalmente, tais instituições democráticas nunca cresceram ao ponto de se tornarem firmemente enraizadas na nova nação-estado.

À medida que essa mesma depressão do pós-guerra fez crescer a sedução pelo Marxismo entre o proletariado urbano, ainda mais desprovido de direitos do que os seus contrapartes no continente, o receio relativamente à força crescente do sindicalismo, o comunismo e o socialismo proliferaram entre a elite e a classe média. De certa forma, Benito Mussolini preenchia um vácuo político. O Fascismo emergiu como uma "terceira via" — como a última esperança da Itália para evitar o colapso iminente do "fraco" liberalismo italiano, e a revolução comunista.

Ao mesmo tempo que falhava em delinear um programa coerente, o fascismo evoluiu para um novo sistema político e econômico que combinava o corporativismo, o totalitarismo, nacionalismo, e anti-comunismo num estado desenhado por forma a unir todas as classes num sistema capitalista, mas um novo sistema capitalista no qual o estado detinha o controlo da organização de indústrias vitais. Sob a bandeira do nacionalismo e poder estatal, o Fascismo parecia sintetizar o glorioso passado romano com uma utopia futurista.

A sedução pelo movimento, a promessa de um capitalismo mais ordenado após uma era de depressão econômica do pós-guerra, no entanto, não se confinava à Itália ou mesmo à Europa. Por exemplo, uma década mais tarde, quando a Grande Depressão originou uma queda da economia brasileira, uma espécie de proto-fascismo iria emergir como reação aos problemas socioeconômicos, e consciência nacionalista do estatuto periférico da economia do Brasil. O regime de Getúlio Vargas adotou uma extensa influência fascista com a Constituição do Estado-Novo, redigida por Francisco Campos, eminente jurista filiado ao Partido Fascista Brasileiro.

Fundado como uma associação nacionalista (o Fasci di Combattimento) de veteranos da Primeira Guerra Mundial em Milão a 23 de Março de 1919, o movimento fascista de Mussolini converteu-se num partido nacional (o Partito Nazionale Fascista) após ter ganho 35 assentos no eleições ao parlamento de Maio de 1921. Inicialmente combinando elementos ideológicos da esquerda e da direita, ele alinhava pelas forças conservadoras pela sua oposição às ocupações a fábricas de Setembro de 1920.

Apesar dos temas da reforma social e econômica no manifesto fascista inicial de Junho de 1919, o movimento foi apoiado por secções da classe média, receosos do socialismo e do comunismo, enquanto que industriais e donos de terra viram-no como uma defesa contra a militância trabalhista. Sob a ameaça de uma "Marcha sobre Roma fascista," Mussolini assumiu em Outubro de 1922 a liderança de um governo de coligação de direita incluindo inicialmente membros do partido popular, pro-Igreja.

A transição para uma ditadura assumida foi mais gradual do que na Alemanha uma década mais tarde, apesar de em Julho de 1923 uma nova lei eleitoral ter dificultado a constituição de uma maioria parlamentar fascista, e o assassínio do deputado socialista Giacomo Matteotti onze meses mais tarde mostrou os limites da oposição política. Em 1926 os movimentos de oposição tinham sido declarado ilegais, e em 1928 a eleição ao parlamento era restrita a candidatos aprovados pelos fascistas.

O feito político mais duradouro deste regime foi talvez o Tratado de Laterano de Fevereiro de 1929 entre o estado italiano e a Santa Sede, pelo qual ao Papado foi concedida a soberania sobre a Cidade do Vaticano e recebeu a garantia do livre exercício do Catolicismo como a única religião do estado em toda a Itália em retorno da sua aceitação da soberania italiana sobre os anteriores domínios do Papa.

Os sindicatos e associações de trabalhadores foram reorganizados em 1934 em 22 corporações fascistas combinando trabalhadores e empregadores por sector econômico, cujos representantes em 1938 substituíram o parlamento como a "Câmara de Corporações". O poder continuava investido no Grande Conselho Fascista, o corpo governativo do movimento.

Nos anos 30 do século XX, a Itália recuperava da Grande Depressão, e obtinha o crescimento económico em parte pela substituição de importações pela produção doméstica (Autarchia). A drenagem dos pântanos de Pontine a sul de Roma, empestados de malária, foi um dos orgulhos badalados do regime. Mas o crescimento foi minado pelas sanções internacionais impostas à Itália no seguimento da invasão da Etiópia em Outubro de 1935 (a crise da Abissínia), e pelo forte esforço financeiro que o governo fez para apoiar militarmente os nacionalistas de Franco na Guerra Civil Espanhola.

O isolamento internacional e o seu envolvimento comum na Espanha vão fazer ressaltar uma crescente colaboração diplomática entre a Itália e a Alemanha Nazi. Isto fez-se reflectir também nas políticas domésticas do regime fascista italiano, as primeiras leis anti-semitas foram passadas em 1938.

A intervenção da Itália (com início em 10 de Junho de 1940) na Segunda Guerra Mundial como aliado da Alemanha trouxe o desastre militar e resultou na perda das colónias no norte e leste africanos bem como a invasão americano-britânica da Sicília em Julho de 1943 e o sul de Itália em Setembro de 1943.

Mussolini foi demitido como primeiro-ministro pelo rei Victor Emmanuel III de Itália a 25 de Julho de 1943, e subsequentemente preso. Foi libertado em Setembro por pára-quedistas alemães e instalado como chefe de uma "República Social Italiana" fantoche em Salo, no norte da Itália, então ocupado pela Alemanha. A sua associação com o regime de ocupação alemão erodiu muito do pouco apoio que lhe restava. A sua execução sumária em 28 de Abril de 1945 por guerrilheiros, durante uma fase final da guerra particularmente violenta, foi vista por muitos observadores então como o final apropriado para o seu regime.

Após a guerra, os resquícios do fascismo italiano reagruparam-se largamente sobre a égide do "Movimento Social Italiano" (MSI) neo-fascista. O MSI coligou-se em 1994 com a antiga "Democrazia Cristiana" conservadora para formar a Alleanza Nazionale (AN), que proclama o seu compromisso com o constitucionalismo, o governo parlamentar e pluralismo político.
Fascismo versus socialismo

O Fascismo desenvolveu uma oposição ao socialismo e o comunismo, embora muitos fascistas houvessem sido marxistas no passado. Com relação a isso, em 1923 Mussolini declarou, na Doutrina do Fascismo:"(...) O Fascismo [é] a completa oposição ao ... socialismo marxista, à concepção materialista da história das civilizações humanas, que explica a evolução humana como simples conflitos de interesses entre vários grupos sociais e pela mudança e desenvolvimento envolvendo os instrumentos e modos de produção...O Fascismo, agora e sempre, acredita no sagrado e no heroísmo; quer dizer, em ações não influenciadas por motivos econômicos, diretos ou indiretos. E se a concepção economicista da história for negada, de acordo com a teoria de que os homens são mais do que bonecos, levados ao sabor de ondas de mudança, enquanto as forças controladoras reais estão fora de controle, disso tudo se conclui que a existência de uma luta de classes eterna é também negada — o produto natural da concepção economicista da história. E acima de tudo o Fascismo nega que a luta de classes possa ser a força preponderante na transformação da sociedade.... A máxima de que a sociedade existe apenas para o bem-estar e para a liberdade daqueles que a compõe não parece estar em conformidade com os planos da natureza... Se o liberalismo clássico acarreta individualismo, o Fascismo acarreta governo forte."—Benito Mussolini, citação em domínio público extraída de The Internet Modern History Sourcebook.

Por mais que certos tipos de socialismo possam parecer-se superficialmente ao fascismo, deve ser destacado que as duas ideologias se chocam violentamente em muitos assuntos. O papel do Estado, por exemplo. No Socialismo, considera-se que o Estado é meramente uma "ferramenta do povo", algumas vezes chamado de "mal necessário", que existe para servir aos interesses do povo e proteger o bem comum (e algumas formas de socialismo, como o socialismo libertário, rejeitam completamente o estado). Já o Fascismo crê no Estado como um fim em si mesmo, e digno de obediência e subserviência por parte do povo.

O Fascismo rejeita as doutrinas centrais do Marxismo, que são a luta de classes e a necessidade de substituir o capitalismo por uma sociedade controlada pelo operariado, na qual os trabalhadores sejam proprietários dos meios de produção.

Um governo fascista é geralmente caracterizado como de "extrema direita" e um governo socialista, de "esquerda". Mas teóricos como Hannah Arendt e Friedrich Hayek argumentam que existem diferenças apenas superficiais entre o Fascismo e formas totalitárias de socialismo (veja Stalinismo); uma vez que os governos autoproclamados "socialistas" nem sempre mantiveram seu ideal de servir ao povo e respeitar os princípios democráticos. Muitos socialistas e comunistas rejeitam esses governos totalitários, encarados como uma forma de Fascismo com máscara de socialismo. (Veja espectro político e modelo político para mais detalhes.)

Socialistas e outros críticos (não necessariamente de esquerda) sustentam que não há sobreposição ideológica entre Fascismo e Marxismo; acreditam que ambas as doutrinas são diametralmente opostas. Sendo o Marxismo a base ideológica do comunismo, eles concluem que as comparações feitas por Arendt e outros são inválidas.

Mussolini rejeitou completamente o conceito Marxista de luta de classes ou a tese Marxista de que o operariado deveria apropriar-se dos meios de produção. Em 1932 ele escreveu (na Doutrina do Fascismo, por via de Giovanni Gentile):"Fora do Estado não pode haver nem indivíduos nem grupos (partidos políticos, associações, sindicatos, classes). Então o Fascismo opõe-se ao Socialismo, que confina o fluxo da história à luta de classes e ignora a unidade de classes estabelecida em uma realidade econômica e moral do Estado."( http://www.constitution.org/tyr/mussolini.htm )

A origem esquerdista do líder fascista italiano Mussolini, como um antigo líder da ala mais radical do partido socialista italiano, tem sido frequentemente notada. Após a sua viragem para a direita, Mussolini continuou a empregar muito da retórica do socialismo, substituindo a classe social pela nação como a base da lealdade política.

Também é frequentemente notado que a Itália fascista não nacionalizou quaisquer indústrias ou entidades capitalistas. Em vez disso, ela estabeleceu uma estrutura corporativista influenciada pelo modelo de relações de classe avançado pela Igreja Católica. De fato, existe uma grande quantidade de literatura sobre a influência do Catolicismo no fascismo e nas ligações entre o clero e os partidos políticos na Europa antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Apesar de o fascismo italiano ter proclamado a sua antítese ao socialismo, a história pessoal de Mussolini no movimento socialista teve alguma influência sobre ele. Elementos da prática dos movimentos socialistas que ele reteve foram:
A necessidade de um partido de massas;
A importância de obter o apoio entre a classe trabalhadora
técnicas de disseminação de idéias tais como o uso de propaganda.

O Manifesto Fascista original continha um determinado número de propostas para reformas que também eram comuns entre os movimentos socialista e democráticos e eram desenhados para apelar à classe trabalhadora. Estas promessas foram geralmente ignoradas uma vez que os fascistas tomaram o poder.

Críticos apontam que os Marxistas e os sindicalistas foram os primeiros alvos e as primeiras vítimas de Mussolini e de Adolf Hitler uma vez que eles chegaram ao poder. Eles também notam o antagonismo que resultou em lutas de rua entre fascistas e socialistas, incluindo:
a Batalha de Cable Street de 1936 em Londres entre Trotskistas e membros do Partido Comunista da Grã-Bretanha contra simpatizantes de Mosely
lutas de rua na Alemanha anteriormente à chegada ao poder de Hitler.

Mussolini também imprisionou Antonio Gramsci desde 1926 até 1934, depois de Gramsci, um líder do Partido Comunista Italiano e uma figura intelectual destacada, tentar criar uma fronte comum entre a esquerda política e os trabalhadores, por forma a resistir e derrotar o fascismo. Outros líderes comunistas italianos tais como Palmiro Togliatti foram para o exílio e lutaram pela república em Espanha.

Uma mais séria manifestação do conflito entre fascismo e socialismo foi a Guerra Civil Espanhola, já mencionada neste artigo.
Fascismo e outros regimes totalitários

Alguns historiadores e teóricos vêem no fascismo e no regime comunista da União Soviética (mais especificamente o Estalinismo) grandes semelhanças, designando-os de "totalitarismo" (uma designação de Hannah Arendt). Outros vêem-nos como incomparáveis. Arendt e outros teóricos do totalitarismo argumentam que há semelhanças entre as nações sob domínio Fascista e Estalinista. Por exemplo, quer Hitler quer Stalin cometeram o assassínio massivo de milhões dos seus concidadãos civis que não se integravam nos seus planos.

De acordo com o doutrinário do libertarianismo Nolan chart, o "fascismo" ocupa um lugar no espectro político como o equivalente capitalista do comunismo, sendo um sistema que apóia a "liberdade econômica" mas que é coagido pelos seus controles sociais de tal forma que se torna totalitário.

Em 1947, o economista austríaco Ludwig von Mises publicou um livro chamado "Caos planeado" (Planned Chaos). Ele afirmava que o fascismo e o Nazismo são ditaduras socialistas e que ambas obedeciam aos princípios soviéticos de ditadura e opressão violenta dos dissidentes. Ele afirmou que a maior heresia de Mussolini à ortodoxia marxista tinha sido o seu forte subscrever da entrada italiana na Primeira Guerra Mundial do lado aliado (Mussolini pretendia "libertar" áreas de língua italiana vivendo sob o controlo austríaco nos Alpes). Esta visão contradiz as declarações do próprio Mussolini (para não mencionar os seus oponentes socialistas) e é geralmente vista com cepticismo por historiadores.

Críticos de von Mises argumentam que ele estava atacando um fantoche; por outras palavras, que ele mudou a definição de socialismo, por forma a acomodar o fascismo e o nazismo a essa definição. O conceito de ditadura do proletariado ao qual Von Mises alude não é o mesmo que o conceito de ditadura empregue pelos fascistas. Ditadura do proletariado é suposto significar, na definição marxista, uma ditadura dominada pelas classes trabalhadoras, em vez de uma ditadura dominada pela classe capitalista. Este conceito foi destorcido por Estaline ao ponto de significar uma ditadura pelo Secreário Geral sobre o partido e as classes trabalhadoras. Neste ponto, Estaline desviou-se de Marx, e como tal não é correto afirmar conduzia uma forma de governo Marxista.

Por outro lado, enquanto o modelo econômico fascista baseado no corporativismo promove uma colaboração entre classes numa tentativa de união da mesmas sob o controle do estado, o modelo marxista promove a eliminação não só das classes como também do próprio estado.

Adicionalmente, o fato de os estados fascistas, por um lado, e a União Soviética e o bloco soviético por outro, serem etados policiais, não significa que sejam produto do socialismo. Apesar de todos os estados de partido único poderem ser considerados estados policiais, não há qualquer relação entre a definição de socialismo e a definição estado policial, nem todos os estados policias são socialistas ou fascistas. Muitos outros regimes de partido único, incluindo regimes capitalistas, foram também estados policiais. Alguns exemplos são:
A Republica da China sob o regime Kuomintang de Chiang Kai-shek;
O Afeganistão sob o regime Talibã;
O Irão, durante o regime dos , um estado monárquico policial;
O Vietname do Sul, a Coreia do Sul, Singapura e outros países do sudoeste asiático, durante períodos recentes da sua história.

Por outro lado, existiram muitos governos socialistas em sistemas multi-partidários que não foram estados policiais.
Anti-Comunismo

Fascismo e Comunismo são sistemas políticos que ascenderam à significância após a Primeira Guerra Mundial. Historiadores do período entre a primeira e a segunda guerra mundial tais como E.H. Carr e Eric Hobsbawm afirmaram que o liberalismo estava sob pressão séria neste período e que pareceu na altura uma filosofia condenada. O sucesso da Revolução Russa de 1917 resultou numa onda revolucionária por toda a Europa. O movimento socialista mundial dividiu-se entre as alas social democrata e Leninista.

A subseqüente formação da Terceira Internacional levantou sérios debates entre os partidos social-democratas, resultando no separatismo de apoiantes da Revolução Russa para formar partidos comunistas na maioria dos países industrializados (e não industrializados).

Nos finais da Primeira Guerra Mundial, houve tentativas de revoltas ou ameaças de revoltas por toda a Europa, notavelmente na Alemanha, onde a Revolta Spartacista, liderada por Rosa Luxemburg e Karl Liebknecht em Janeiro de 1919, (com poucos apoiantes) foi facilmente esmagada. Na Baviera, comunistas derrubaram o governo e estabeleceram o Soviete de Munique entre 1918 e 1919. Um curto governo soviético foi estabelecido na Hungria sob Béla Kun em 1919.

A revolução russa também inspirou movimentos revolucionários em Itália, com uma onda de ocupação de fábricas. Muitos historiadores vêem o fascismo como uma resposta a estes desenvolvimentos, como um movimento que ao mesmo tempo tentou apelar às massas e desviá-las do Marxismo. Também apelou aos capitalistas como uma barreira contra o Bolchevismo. O fascismo italiano tomou o poder com a benção do rei de Itália após anos de intranquilidade esquerdista terem levado muitos conservadores a recear que uma revolução comunista era inevitável.

Através da Europa, numerosos aristocratas, intelectuais conservadores, capitalistas e industriais ofereceram apoio aos movimentos fascistas nos seus países, emulando o fascismo italiano. Na Alemanha, numerosos grupos de direita nacionalista surgiram, particularmente no pós-guerra os Freikorps, que foram usados para esmagar os spartaquistas e a Räterrepublik de Munique.

Com a Grande Depressão da década de 1930, parecia que o liberalismo e as formas liberais de capitalismo estavam condenadas, e os movimentos fascistas e comunistas incharam. Estes movimentos opunham-se ferozmente um ao outro e lutavam frequentemente, o exemplo mais notável foi a Guerra Civil Espanhola. Esta guerra tornou-se uma guerra por representantes (proxy war) entre países fascistas e seus apoiantes internacionais, que apoiaram Franco e o movimento comunista mundial aliado com certo atrito aos anarquistas e trotskistas, que apoiaram a Frente Popular e que foram ajudados sobretudo pela União Soviética.

Inicialmente, a União Soviética apoiou a coligação com potências ocidentais contra a Alemanha Nazi e frentes populares em vários países contra o fascismo doméstico. Esta política foi largamente mal sucedida devido à desconfiança mostrada pelas potências ocidentais (sobretudo pela Grâ-Bretanha) face à União Soviética. O Acordo de Munique entre a Alemanha, França e Inglaterra contribuíram para o receio soviético de que as potências ocidentais estariam desejosas de força-la a lutar contra o Nazismo. A falta de ímpeto por parte dos britânicos durante as negociações diplomáticas com os soviéticos serviu para tornar a situação ainda pior. Os soviéticos mudaram a sua política e negociaram um pacto de não-agressão conhecido como o Pacto Molotov-Ribbentrop em 1939. Vyacheslav Molotov afirma nas suas memórias que os soviéticos acreditavam que isto era necessário para ganharem tempo e prepararem uma guerra esperada com a Alemanha. Stalin não esperava que os Alemães atacassem antes de 1942, mas o pacto acabou em 1941 quando a Alemanha Nazi invadiu a União Soviética na Operação Barbarossa. Fascismo e comunismo tornaram-se inimigos de morte. A guerra, para ambos os campos, era vista como uma guerra de ideologias.
Fascismo e Cristianismo

Outro tópico controverso é o relacionamento entre os movimentos fascistas e o Cristianismo, particularmente a Igreja Católica Romana. Como já foi mencionado, a encíclica do Papa Leão XIII de 1891, Rerum Novarum anticipou muito da doutrina que se tornou conhecida como fascismo. Quarenta anos depois, as tendências corporativas de Rerum Novarum foram ressaltadas pela encíclica do Papa Pio XI em 25 de Maio de 1931 Quadragesimo Anno que reafirmou a hostilidade de Rerum Novarum face à competição desordenada e à luta de classes.

No início dos anos 20 do século 20, o partido católico em Italia (Partito Popolare) estava prestes a formar uma coligação com o partido reformador que poderia ter estabilizado a política italiana e frustrado o golpe projetado por Mussolini. A 2 de Outubro de 1922, o Papa Pio XI fez circular uma carta ordenando ao clero que não se identificasse com o Partido Popolar, mas que ficasse neutral, uma acção que iria enfraquecer o partido e sua aliança contra Mussolini. No seguimento da ascenção de Mussolini ao poder, o secretário de estado do Vaticano encontrou-se com Il Duce no início de 1923 e concordou em dissolver o Partito Popolare, que Mussolini viu como um obstáculo ao domínio fascista. Em troca, os fascistas fizeram garantias quanto à educação e instituições católicas.

Em 1924, no seguimento do assassínio do líder do Partido Socialista por fascistas, o Partito Popolare juntou-se ao partido socialista na exigência de que o rei demitisse Mussolini como primeiro-ministro, e afirmou o desejo de formar um governo de coligação. Pio XI respondeu ao avisar contra os perigos de uma coligação entre católicos e socialistas. O Vaticano ordenou que todos os padres deixassem quaisquer posições que tivessem no "Partito Populare", abandonando-o. Esta posição da Igreja levou à desintegração do partido nas áreas rurais, onde o partido dependia da condescendência clerical.

O Vaticano estabeleceu subsequentemente a Acção Católica como uma organização não política sob o controlo direto dos bispos. A organização foi proibida pelo Vaticano de participar na política e deste modo não lhe era permitida opor-se ao regime fascista. Pio XI ordenou a todos os católicos que se juntassem à Ação Católica. Isto resultou em centenas de milhares de católicos italianos terem deixado o Partito Popolare, aderindo ao à Ação Católica apolítica. Foi o colapso do partido católico. [1]


Quando Mussolini ordenou o fecho da Acção Católica em Maio de 1931, Pio XI emitiu uma encíclica, Non abbiamo bisogno. Este documento afirma a oposição da igreja católica à dissolução e argumenta que aquela ordem de Mussolini tinha "desmascarado as intenções pagãs do Estado fascista". Sob pressão internacional, Mussolini decidiu o compromisso com os católicos e a Ação Católica foi salva.

Para além das semelhanças doutrinais, há a assinalar que as relações entre a Igreja católica e os movimentos fascistas foram muito próximas. por exemplo, na Eslováquia, o ditador fascista foi um monsignor católico. Na Croácia, os Ustaše fascistas identificaram-se a si mesmos como um movimento católico. Estes regimes têm sido vistos como exemplos de fascismo clerical.

O regime de Vichy em França foi também profundamente influenciado pela ideologia católica reacionária da Action Française. Por contrapartida, muitos padres católicos foram perseguidos sob o regime Nazi, e muitos leigos e clérigos católicos desempenharam papéis de relevo no abrigo de judeus durante o Holocausto.
Prática do Fascismo

Exemplos de sistemas fascistas incluem:
O Nazi alemão,
A Itália de Mussolini,
Espanha sob o governo da Falange Española y de las Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalista, partido de Francisco Franco

A prática do Fascismo envolveu medidas políticas e econômicas, convidando a comparações diferentes. Como notado em outro lugar neste artigo, alguns escritores que focalizam suas análises nas medidas politicamente repressivas de fascismo identificam isto como uma forma de totalitarismo, uma descrição eles usam para não só caracterizar a Itália fascista e a Alemanha nazista, mas também países como a União Soviética, a República Popular de China ou a Coréia do Norte. Deve ser notado que o termo "totalitarismo" é muito amplo e inclui muitas ideologias diferentes, que são inimigas juradas umas das outras.

Alguns analistas, no entanto, mostram que certos governos fascistas eram mais autoritários que totalitários. Há acordo quase universal que a Alemanha nazista era totalitária. Porém, muitos discutiriam se os governos da Espanha de Francisco Franco e Portugal de Salazar, enquanto fascistas, eram mais autoritários ou totalitários.

Escritores que focalizam suas análises em políticas econômicas e no uso do aparato estatal para combater os conflitos entre as classes diferentes fazem comparações até mais amplas, identificando o fascismo como uma forma de corporativismo. O corporativismo era a face política da doutrina social católica do final do século XIX. Algumas comprações são feitas em relação ao corporativismo não só com o nazismo, mas também com certas partes do New Deal de Roosevelt nos EUA, e o populismo de Juan Domingo Perón na Argentina.


Fascismo como um fenômeno internacional

É frequentemente uma matéria de disputa saber se um determinado governo poderá ser caracterizado como fascista, autoritário, totalitário, ou simplesmente um Estado policial. Regimes que se proclamaram como fascistas ou que são considerados como simpatizantes do fascismo incluem:
Áustria (1933-1938) - Austro-fascismo: Dollfuß dissolveu o parlamento e estabeleceu uma ditadura clerical-fascista que durou até a Áustria ter sido incorporada na Alemanha através do Anschluss.. a ideia de Dollfuß de um "Ständestaat" foi tirada de Mussolini.
Itália (1922-1943) - O primeiro país fascista, foi governado por Benito Mussolini (Il Duce) até que Mussolini foi capturado durante a invasão Aliada. Antes disso Mussolini tinha sido salvo da prisão domiciliária por tropas alemãs, montando de seguida um estado-fantoche no norte da Itália sob a protecção do exército alemão.
Alemanha (1933-1945) - Governada pelo movimento Nazi de Adolf Hitler (der Führer).
Espanha (1936-1975) - Após a prisão e execução em 1936 do seu fundador José Antonio Primo de Rivera durante a Guerra Civil Espanhola, o partido da Falange fascista espanhola foi liderado pelo Generalíssimo Francisco Franco, que se tornou conhecido como El Caudillo, líder indisputado do lado nacionalista na guerra civil, e, após a sua vitória, chefe de estado espanhol até à sua morte, mais de 35 anos depois.
Portugal (1932-1968) - Menos restrictivo que os regimes fascistas da Itália, Alemanha e Espanha, o Estado Novo de António de Oliveira Salazar era no entanto um regime quasi-fascista.
Grécia - a ditadura de Joannis Metaxas entre 1936 e 1941 não era particularmente ideológica na sua natureza, e pode por isso ser caracterizada mais como autoritária do que fascista. O mesmo pode ser argumentado sobre a ditadura militar do Coronel George Papadopoulos entre 1967 e 1974, que foi apoiada pelos Estados Unidos.
Brasil (1937-1945) - Muitos historiadores argumentam que o Estado Novo brasileiro sob a liderança de Getulio Vargas foi uma variante sul-americana dos regimes fascistas do continente europeu.
Bélgica (1939-1945) - O violento movimento Rexista e o partido Vlaamsch-Nationaal Verbond obtiveram algum sucesso eleitoral nos anos 30 do século XX. Muitos dos seus membros colaboraram com a ocupação Nazi durante a Segunda Guerra Mundial. O movimento Verdinaso também pode ser considerado fascista. O seu líder, Joris Van Severen, foi morto antes da ocupação Nazi. Alguns dos seus adeptos colaboraram, mas alguns resistiram.
Eslováquia (1939-1944) - O Partido Popular Fascista foi um movimento nacionalista semi-fascista associado com a Igreja Católica Apostólica Romana. Fundado pelo padre Andrej Hlinka, o seu sucessor o Monsignor Jozef Tiso tornou-se o quisling dos Nazis numa Eslováquia supostamente independente.
França (1940-1944) - O regime de Vichy, liderado por Philippe Pétain, estabelecido na sequência da ocupação da França pelas tropas alemãs durante a II guerra mundial, colaborou com os Nazis, incluindo no assassínio de 65.000 judeus franceses.
Roménia (1940-1944) - A violenta Guarda de ferro tomou o poder quando Ion Antonescu forçou o rei Carol II da Roménia a abdicar. O regime fascista acabou após a entrada das trovas soviéticas.
Croácia (1941 - 1945) - Poglavnik Ante Pavelić, líder do infame movimento Ustaše, chegou ao poder em 1941 como líder fantoche croata sob o domínio da Alemanha Nazi.
Noruega (1943-1945) - Vidkun Quisling tinha efectuado um golpe de estado durante a invasão alemã em 9 de Abril de 1940. Este primeiro governo foi substituido por um outro governo fantoche Nazi a partir de 1 de Fevereiro de 1943. O seu partido nunca teve qualquer apoio substancial na Noruega.
Hungria (1944-1945) - Ferenc Szálasi liderou o partido extremista Cruz de Flechas. Em 1944, com apoio alemão, ele substituiu o almirante Miklós Horthy como chefe de estado após a tentativa de Horthy em fazer a Hungria mudar de lado.
Argentina (1946-1955 e 1973-1974) - Juan Perón admirava Mussulini e estabeleceu o seu próprio regime pseudo-fascista. Após a sua morte, a sua terceira esposa e então vice-presidente Isabel Peron foi deposta por uma junta militar.
África do Sul (1948-1994) - Muitos estudiosos classificam o sistema de apartheid implementado por Malan e Verwoerd como uma forma de fascismo.
Rodésia (1965-1978) - O sistema de segregação racial liderado por Ian Smith é, à semelhança do sistema de apartheid da África do Sul, considerado uma forma fascismo.
Lemas e provérbios fascistas
O acima mencionado Tutto nello Stato, niente al di fuori dello Stato, nulla contro lo Stato, "Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado."
Me ne frego, "Não me importa," o lema fascista italiano.
Libro e moschetto - fascista perfetto, "Livro e musquete - fascista perfeito." (na Alemanha, Goebbels iria usar algo de semelhante - "Com um livro numa mão e a espada na outra", o nazi...
Viva la Morte, "Viva a morte (sacrifício)."