4.2.11

1930: Revolução, movimento ou golpe?

As oligarquias regionais aglutinadas na Aliança Liberal, acompanhando os rumos que seguiam o país, temendo um movimento popular, vão procurar os melhores caminhos e acordos para se apoderar desse conflito. “Façamos a revolução antes que o povo a faça” com isso, o movimento de trinta se apresenta teoricamente como um pacto entre as elites, com o objetivo de evitar a ascensão de um movimento de caracter popular oriundos da efervescência, que desde os anos vinte vinha crescendo e poderia derrubar as estruturas de poder das elites. Não nos esqueçamos que a Aliança Liberal era formada basicamente pelas oligarquias conservadoras pertencentes às elites regionais, embora apoiados com outros grupos com pensamentos contrários e mais a frente com muita habilidade vão despontar limitando seus espaços de ação à medida de seus interesses, na nova divisão de poder que a classe dominante realizou.
A partir desse contexto, o que se pensa do movimento de 30, uma revolução? Ou uma nova face das oligarquias para se perpetuarem no poder? Quando pensamos em revolução, logo nos vem a memória, grandes batalhas, agitação popular, mudanças estruturais etc, será que foi isto o que aconteceu?
Com a eclosão do movimento de 30 no País, as forças políticas aglutinadas da Aliança Liberal, tomaram o poder através do movimento armado. Agora não é mais o pacto oligárquico do café-com-leite que comanda o poder e a política, mas, vários grupos de forma heterogênea numa espécie de pacto político, que sob o comando de Getúlio Vargas atuando como árbitro desses grupos. Eles procurarão dar outro rumo ao País, com um projeto de desenvolvimento nacional caucado na industrialização.
Em âmbito nacional, com o poder em suas mãos, Getúlio Vargas estipula medidas que, desde já demonstra sua intenção em criar um Estado forte, centralizado em suas mãos. Para isso, cria um mecanismo jurídico-político que viabilizou seu controle sobre as estruturas político-regionais preexistentes, que aos poucos foram viabilizando o seu controle sobre essas forças políticas, subordinando-se e absorvendo de acordo com seus interesses delimitando seu campo de ação via centralização. Com isso:
“Criou-se uma máquina burocrática que escapava ao controle direto das oligarquias regionais centralizando o poder. Todavia esta centralização foi viável, na medida em que resguardou os fundamentos do poder local e a sobrevivência das oligarquias, contudo a relação entre estas e o poder central é reordenado...” (GURJÃO, 1994, p.106).
O instrumento eficiente para essa centralização e, consequentemente para submeter as oligarquias locais ao controle estatal, foi as interventorias. Essas foram de fundamental importância, atuando como intermediador entre forças oligárquicas locais e poder central, ou seja, Vargas nomeia interventores para assumir para seu lado. Esses interventores tinham fortes poderes mas eram contratados e subordinados ao poder central.
“O papel dos interventores foi portanto, fundamental na tarefa da centralização, sua condição de elemento de confiança do Governo federal, por ele nomeado conferia-lhe certa independência em relação as oligarquias locais, uma vez que não lhes devia sua permanência no cargo e que até certo ponto enfraquecia as prerrogativas oligárquicas. Por outro lado, naturalmente identificado com coronéis e oligarquias, estes interventores tinham facilidade de promover a convivência entre as facções dominantes e o governo central...” (GURJÃO, 1994, p.107).
Essas medidas adotadas por Getúlio influenciaram a política dos Estados, no caso da Paraíba. Esse Estado, a partir de 1930, seguiu os parâmetros da política nacional intervencionista, nacionalista e corporativista. A partir de então, as forças oligárquicas locais vão se readaptando a nova realidade político-social. Para redefinir-se sobre um novo condicionamento histórico, o seu velho, mais eficiente sistema coronelístico oligarquico. Enquanto isso, Getúlio Vargas, atuará como árbitro dos conflitos inter-oligárquico no Estado, apoiando sempre aquele grupo político que melhor representa seus interesses, ou seja, trazer para seu lado as forças necessárias para a correlação de forças a seus futuros planos.
Parte do texto:
A política historiográfica paraibana - 1930/1945
seqüência ou rompimento?As oligarquias regionais aglutinadas na Aliança Liberal, acompanhando os rumos que seguiam o país, temendo um movimento popular, vão procurar os melhores caminhos e acordos para se apoderar desse conflito. “Façamos a revolução antes que o povo a faça” com isso, o movimento de trinta se apresenta teoricamente como um pacto entre as elites, com o objetivo de evitar a ascensão de um movimento de caracter popular oriundos da efervescência, que desde os anos vinte vinha crescendo e poderia derrubar as estruturas de poder das elites. Não nos esqueçamos que a Aliança Liberal era formada basicamente pelas oligarquias conservadoras pertencentes às elites regionais, embora apoiados com outros grupos com pensamentos contrários e mais a frente com muita habilidade vão despontar limitando seus espaços de ação à medida de seus interesses, na nova divisão de poder que a classe dominante realizou.
A partir desse contexto, o que se pensa do movimento de 30, uma revolução? Ou uma nova face das oligarquias para se perpetuarem no poder? Quando pensamos em revolução, logo nos vem a memória, grandes batalhas, agitação popular, mudanças estruturais etc, será que foi isto o que aconteceu?
Com a eclosão do movimento de 30 no País, as forças políticas aglutinadas da Aliança Liberal, tomaram o poder através do movimento armado. Agora não é mais o pacto oligárquico do café-com-leite que comanda o poder e a política, mas, vários grupos de forma heterogênea numa espécie de pacto político, que sob o comando de Getúlio Vargas atuando como árbitro desses grupos. Eles procurarão dar outro rumo ao País, com um projeto de desenvolvimento nacional caucado na industrialização.
Em âmbito nacional, com o poder em suas mãos, Getúlio Vargas estipula medidas que, desde já demonstra sua intenção em criar um Estado forte, centralizado em suas mãos. Para isso, cria um mecanismo jurídico-político que viabilizou seu controle sobre as estruturas político-regionais preexistentes, que aos poucos foram viabilizando o seu controle sobre essas forças políticas, subordinando-se e absorvendo de acordo com seus interesses delimitando seu campo de ação via centralização. Com isso:
“Criou-se uma máquina burocrática que escapava ao controle direto das oligarquias regionais centralizando o poder. Todavia esta centralização foi viável, na medida em que resguardou os fundamentos do poder local e a sobrevivência das oligarquias, contudo a relação entre estas e o poder central é reordenado...” (GURJÃO, 1994, p.106).
O instrumento eficiente para essa centralização e, consequentemente para submeter as oligarquias locais ao controle estatal, foi as interventorias. Essas foram de fundamental importância, atuando como intermediador entre forças oligárquicas locais e poder central, ou seja, Vargas nomeia interventores para assumir para seu lado. Esses interventores tinham fortes poderes mas eram contratados e subordinados ao poder central.
“O papel dos interventores foi portanto, fundamental na tarefa da centralização, sua condição de elemento de confiança do Governo federal, por ele nomeado conferia-lhe certa independência em relação as oligarquias locais, uma vez que não lhes devia sua permanência no cargo e que até certo ponto enfraquecia as prerrogativas oligárquicas. Por outro lado, naturalmente identificado com coronéis e oligarquias, estes interventores tinham facilidade de promover a convivência entre as facções dominantes e o governo central...” (GURJÃO, 1994, p.107).
Essas medidas adotadas por Getúlio influenciaram a política dos Estados, no caso da Paraíba. Esse Estado, a partir de 1930, seguiu os parâmetros da política nacional intervencionista, nacionalista e corporativista. A partir de então, as forças oligárquicas locais vão se readaptando a nova realidade político-social. Para redefinir-se sobre um novo condicionamento histórico, o seu velho, mais eficiente sistema coronelístico oligarquico. Enquanto isso, Getúlio Vargas, atuará como árbitro dos conflitos inter-oligárquico no Estado, apoiando sempre aquele grupo político que melhor representa seus interesses, ou seja, trazer para seu lado as forças necessárias para a correlação de forças a seus futuros planos.
Parte do texto:
A política historiográfica paraibana - 1930/1945seqüência ou rompimento?
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