Somente a partir da década de 1970 parte dos Avá-Canoeiro passaram a ter contato permanente com a sociedade envolvente. Alguns grupos, porém, continuam isolados. O quadro atual desse povo é bastante crítico, devido ao pequeno número de pessoas e à precariedade das condições de vida a que estão sujeitas. Sua capacidade de adaptação tem sido sua maior arma na sobrevivência, já que, desde o início do século XIX, a ocupação de seu território tradicional por fazendas, garimpos, vilas e cidades obrigaram os Avá-Canoeiro a deslocamentos contínuos por diversos ecossistemas e contextos.
Nome
São também chamados de "Cara-Preta". Do século XVIII até 1960 eram designados como "Canoeiro", simplesmente. No século XIX, tinham ainda denominação "Carijó". O nome Avá-Canoeiro surgiu no início da década de 1970, durante os trabalhos de contato com o grupo que habita a região do rio Araguaia.
Língua
Os Avá-Canoeiro falam uma língua da família Tupi-Guarani, do tronco Tupi. Existem diferenças dialetais entre os grupos da região do rio Araguaia e do rio Tocantins.
Localização
Existem atualmente dois grupos Avá-Canoeiro vivendo em contato permanente com a sociedade nacional. Em Goiás, localizam-se na Terra Indígena Avá-Canoeiro, nos municípios de Minaçu e Colinas do Sul. No Tocantins, moram na aldeia Boto Velho ou Inãwebohona, na TI de mesmo nome; no Posto Indígena Canoanã e na TI Parque do Araguaia, nos municípios de Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão, Sandolândia e Pium.
Além desses grupos do rio Tocantins e do rio Araguaia, existem outros dois ainda não contatados pela Funai. Um deles provavelmente se desloca pela região serrana dos formadores do alto rio Tocantins (GO) e o segundo deve habitar o norte da Ilha do Bananal (TO), no interior da TI Parque do Araguaia.
Perspectivas
Os grupos já contatados vivem em meio a condições precárias de saúde e alimentação, além de ainda enfrentarem o problema da escassez de parceiros para sua continuidade física e social. Uma possível solução para garantir a continuidade dos grupos do Araguaia e do Tocantins seria uni-los em uma só comunidade, mas essa perspectiva parece cada vez mais distante.
Separados há mais de um século, os Avá-Canoeiro do Tocantins e do Araguaia desenvolveram diferenças culturais, inclusive lingüísticas, consideráveis. Em 1988, a Funai tentou promover a união dos grupos, mas fracassou devido à falta de recursos e ao isolamento do Posto Indígena Avá-Canoeiro, se comparado à movimentada aldeia de Canoanã onde viviam anteriormente. O alto Tocantins, ademais, não oferece aos Avá-Canoeiro mais velhos a mesma qualidade de caça que a Ilha do Bananal.
Fonte: www.arara.fr