18.10.11

História de Angola

rigens

Território habitado já na Pré-história como atestam vestígios encontrados nas regiões de Lunda, Congo e deserto do Namibe, só milhares de anos mais tarde, em plena proto-história, receberia povos mais organizados. Os primeiros a instalarem-se foram os bochimanes - grandes caçadores, de estatura pigmóide e claros, de cor acastanhada.

No início do século VI d.C., povos mais evoluídos, de cor negra, inseridos tecnologicamente na Idade dos Metais, empreenderam uma das maiores migrações da História. Eram os Bantu e vieram do norte, provavelmente da região da actual República dos Camarões. Esses povos, ao chegarem a Angola, encontraram os Bochimanes e outros grupos bem mais primitivos, impondo-lhes facilmente a sua tecnologia nos domínios da metalurgia, cerâmica e agricultura. A instalação dos Bantu decorreu ao longo de muitos séculos, gerando diversos grupos que viriam a estabilizar-se em etnias que perduram até aos dias de hoje. A primeira grande unidade política do território, passaria à história como Reino do Congo. Surgiu no século XIII, estendendo- se até ao Gabão a norte, ao rio Kwanza a sul, ao oceano Atlântico a oeste e a leste até ao rio Cuango. A Colónia portuguesa de Angola formou- se em 1575 com a chegada de Novais com 100 famílias de colonos e 400 soldados. Luanda seria cidade em 1605.

O comércio, era na maior parte, feito com o Brasil. Os navios brasileiros eram os mais numerosos nos portos de Luanda e Benguela. A partir de 1764, de uma sociedade esclavagista, passou-se gradualmente a uma sociedade preocupada em produzir o que consumia. Em 1850, Luanda já era uma grande cidade, repleta de firmas comerciais e que exportava conjuntamente com Benguela, óleos de palma e amendoim, cera, goma copal, madeiras, marfim, algodão, café e cacau, entre outros produtos. Milho, tabaco, carne seca e farinha de mandioca começariam igualmente a ser produzidos localmente. Estava a nascer a burguesia angolana.



Entretanto, em 1836, o tráfico de escravos era abolido e em 1844, os portos de Angola seriam abertos aos navios estrangeiros. Com a conferência de Berlim, Portugal viu-se na obrigação de efectivar de imediato a ocupação territorial das suas Colónias. O território de Cabinda, a norte do rio Zaire, seria também conferido a Portugal, graças à legitimidade do Tratado de Protectorato de Simulambuko, assinado entre os reis de Portugal e os príncipes de Cabinda, em 1885. Depois de uma implantação morosa e complicada, o final do século XIX marcaria a organização de uma administração colonial directamente relacionada com o território e os povos a governar. Na economia, a estratégia colonial assentava na agricultura e na exportação de matérias-primas. O comércio da borracha e do marfim, acrescido pela receita dos impostos tomados às populações, gerava grandes rendimentos para Lisboa.

O fim da monarquia em Portugal em 1910 e uma conjuntura internacional favorável levariam as novas reformas ao domínio administrativo, agrário e educativo. Com o Estado que se pretende extensivo à Colónia, Angola passa a ser mais uma das províncias de Portugal (Província Ultramarina). A situação vigente, era aparentemente tranquila. No segundo cartel do século XX, esta tranquilidade seria posta em causa com o aparecimento dos primeiros movimentos nacionalistas. Inicia-se a formação de organizações políticas mais explícitas a partir da década de 50 que, de uma forma organizada iam fazendo ouvir os seus direitos. Promovem campanhas diplomáticas no mundo inteiro, pugnando pela independência. O Poder Colonial, não cederia, no entanto, às propostas das forças nacionalistas, provocando o desencadear de conflitos armados directos, a “Luta Armada”. Destacaram-se na “Luta”, o MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola) fundado em 1956, a FNLA(Frente Nacional para a Libertação de Angola) que se revelou em 1961 e a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) em 1966. Depois de longos anos de confrontos, o País alcança a independência a 11 de Novembro de 1975.
















Chegada de Agostinho Neto a Luanda


Actualidade





Passados 27 anos da Independência e 41 do início da Luta Armada, eis que a Paz finalmente é consolidada a 4 de Abril de 2002 pelos acordos assinados em Luanda. 80.000 soldados da UNITA depõem as armas e são integrados na sociedade civil. A UNITA, transformada em partido político, tem o seu papel na vida democrática do país, agora (2005) chefiada por Eugénio Samakuva, seu presidente. A reconstrução é para o Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, o principal objectivo desta paz de novo adquirida.
Dirigentes e Membros do MPLA

Desde 1992, ano das primeiras eleições gerais, que a democracia multipartidária governa Angola. O MPLA em conjunto com a UNITA e outras forças politicas com assento parlamentar, geriu magistralmente a reconstrução de um dos países de futuro mais promissor de toda a África que, no entanto, paradoxalmente com a sua riqueza natural vive ainda uma duríssima realidade. No âmbito de um ampla programação empurrando Angola para a modernidade, progresso e riqueza, novas eleições foram realizadas em 2008. O MPLA, que sempre governou desde a Independência, soube preservar a identidade nacional. Do MPLA, saíram os dois presidentes que Angola teve até ao momento. O primeiro, o fundador da Nação Angolana, o Dr. Agostinho Neto e o segundo e actual Presidente da República de Angola, o Eng. José Eduardo dos Santos, que se tornou, aquando da sua investidura, em 1979, o mais jovem presidente do continente. Na cena internacional, Angola vem dando forte apoio a iniciativas que promovam a paz e a resolução de disputas regionais, favorecendo a via diplomática na prevenção do conflito e a promoção dos direitos humanos.
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