18.11.13

Ataque a Pearl Harbour II Guerra Mundial / Pacífico 07-12-1941


07-12-1941



Este acontecimento teve inicio em: 07-12-1941 e terminou em 07-12-1941
Vencedor: Japão

Forças em presença:



Japão



Estados Unidos da América






Às primeiras horas da manhã do dia 7 de Dezembro de 1941, uma equipa de técnicos de um sistema de radares recentemente instalado nas ilhas do Hawai, encontrou um distúrbio eléctrico que não conseguiu identificar.
A mancha que aparecia nos radares, foi identificada como uma anomalia típica de um sistema ainda nos seus primórdios, como pássaros ou como aeronaves norte-americanas que vinham da Califórnia com destino às ilhas americanas.

Nenhuma das conclusões estava certa e a mancha que aparecia nos radares era o prenúncio do maior ataque aeronaval da história contra uma base militar.

Desde que se tinha generalizado o conflito na China entre chineses e japoneses que os Estados Unidos consideravam inevitável o confronto com o Japão. No entanto, embora considerassem como provável o conflito, esperava-se que começasse com um ataque às possessões britânicas e holandesas no sudeste asiático, pela sua riqueza em petróleo.

Mas os japoneses também tinham analisado a questão e consideraram que se tomassem as possessões holandesas e britânicas ainda ficava disponível a poderosa frota americana em Pearl Habour, pelo que qualquer ofensiva japonesa mais tarde ou mais cedo teria que defrontar a esquadra americana.
Considerando que o embate com o s norte-americanos era inevitável, os japoneses decidiram levar a cabo uma operação de ataque surpresa contra a frota americana do Pacífico, tornando assim impossível que esta viesse em auxilio de holandeses e britânicos.

A operação foi planeada secretamente desde o inicio de 1941, tendo sido criada uma miniatura da base naval, onde se encontravam posicionadas miniaturas dos principais navios da esquadra americana do pacífico. Tudo foi planeado até ao último detalhe e pormenor.

A esquadra japonesa de ataque
As forças japonesas estavam organicamente divididas em três divisões, com um total de seis porta-aviões como principais navios da esquadra.
A primeira divisão era constituída pelos porta-aviões Akagi e Kaga.
A segunda divisão era constituída pelos porta-aviões Hiryu e Soryu.
A terceira divisão era constituída pelos porta-aviões Zuikaku e Shokaku.

No total os seis porta-aviões transportavam cerca de 400 aeronaves entre aviões bombardeiros, torpedeiros e caças que os deveria proteger.

A frota foi reunida em segredo em várias bases e saiu também secretamente a partir de 26 de Novembro para se encontrar em alto-mar. Os navios seguiram uma rota pelo Pacífico Norte onde a possibilidade de ser detectada era menor. A 6 de Dezembro os navios encontram-se cerca de 800Km a norte de Pearl Harbour. Ao final da tarde de 6 de Dezembro, foi içada a bordo do porta-aviões Akagi a bandeira que o almirante Togo içara na célebre batalha de Tsushima em 1905 e os navios navegam para sul, para cobrir os seguintes 400Km a uma velocidade média entre os 22 e os 25 nós.

Os aviões da primeira vaga de ataque descolam dos porta-aviões japoneses por volta das 6 horas da manhã de 7 de Dezembro. Este grupo de 213 aviões é constituído por 86 aviões torpedeiros B5N2 «Kate» (49 deles armados com bombas com capacidade para perfurar a blindagem das cobertas dos couraçados americanos), 81 bombardeiros de voo picado D3A1 «Val» e por 43 caças de escolta A6M2 «Zero».

A segunda vaga do ataque começou a ser preparada logo que a primeira vaga estava no ar. Seria constituída por um total de 172 aviões, divididos entre 52 B5N2 «Kate», 80 D3A1 «Val» e 40 A6M2 «Zero», que descolam dos porta-aviões por volta das 07:00.


Couraçados destruidos ou danificados durante o ataque a Pearl Harbour [2]

Oklahoma BB-37: Entregue à marinha dos Estados Unidos em Maio de 1916 estava equipado com 10 canhões de 14 polegadas (356mm) e deslocava 28.400 toneladas, atingindo 21 nós. Foi atingido por nove torpedos e afundou-se, foi erguido e desmantelado.

Arizona BB-39: Entregue à marinha dos Estados Unidos em Outubro de 1916. Estava equipado com 12 canhões de 14 polegadas (356mm) e deslocava 39.200 toneladas, atingindo 21 nós. Foi atingido por duas bombas e afundou-se. O seu casco afundado foi convertido em monumento.

California BB-44: Entregue à marinha dos Estados Unidos em 10 de Agosto de 1921. Estava equipado com doze canhões de 14 polegadas (356mm) e deslocava 40.900 toneladas, atingindo 21 nós. Foi atingido por três torpedos e afundou. Foi erguido e reparado.

West Virginia BB-48: Entregue à marinha dos Estado Unidos em 1 de Dezembro de 1923. Estava equipado com oito canhões de 16 polegadas (406mm) e deslocava 39.400 toneladas atingindo 21 nós. Foi atingido por duas bombas e nove torpedos. Afundou-se, foi erguido e reparado.

Maryland BB-46 - Entregue à marinha dos Estados Unidos em 1921. O navio foi atingido por duas bombas e foi posteriormente reparado e modernizado. Foi o primeiro dos couraçados atingidos em Pearl Harbour a regressar ao serviço.

Nevada BB-36: Entregue à marinha dos Estados Unidos em Março de 1916 e armado com 10 peças de 356mm atingia 20 nós. Em Pearl Harbour foi atingido por um torpedo e por pelo menos cinco bombas. O navio foi encalhado para evitar o afundamento e posteriormente reparado.

Pennsilvannya BB-38: Entregue em Junho de 1916, estava armado com 12 peças de 356mm e podia atingir 21 nós. Foi atingido por uma bomba e foi reparado.

Tennesee BB-43: Entregue em 1920, armado com 12 peças de 356mm e capaz de atingir 21 nós. Foi atingido por duas bombas e foi reparado.


Confusão japonesa
Por volta das 07:40 o avião que seguia à frente da primeira vaga lança conforme planeado um foguete de sinalização, que era o sinal que indicava que os norte-americanos não estavam à espera do ataque. Neste caso todos os aviões deveriam concentrar o ataque nos navios ancorados.

Mas o comandante não ficou convencido de que os seus homens tinham entendido o sinal e lançou um segundo foguete de sinalização. MAS dois foguetes de sinalização eram o sinal para que se efectuasse um ataque simultâneo aos navios e às defesas anti-aéreas. Assim, os bombardeiros «Val» deveriam atacar as baterias anti-aéreas e os bombardeiros «Kate» os navios, o que foi feito.

Os «Kate» encontraram sete couraçados norte-americanos ancorados no fundeadouro de couraçados «Battleship Row» e um oitavo encostado ao molhe. Faltava um navio, o couraçado Utah, que já não estava operacional e que servia unicamente como alvo de tiro.

Dos oito couraçados norte-americanos, dois não podiam ser atingidos por torpedos porque estavam protegidos por outros navios ao seu lado mas foram atingidos por bombas que os deixaram irreparáveis. Outros quatro[1] couraçados ficaram fora de serviço, e dos restantes dois, o Nevada conseguiu escapar e o Pennsilvanya foi duramente atingido por bombas.

A confusão inicial dos japoneses, ao terem dividido as forças para atacar também os campos de aviação e as antiaéreas, acabou por resultar em favor dos japoneses. Os aeródromos da ilha foram gravemente danificados. Dos 29 hidroaviões ancorados, apenas um ficou operacional e dos 394 aviões estacionados nas pistas da ilha de Ohau, 88% foram ou destruídos ou ficaram danificados impedindo que descolassem.

Dos 47 aviões americanos que não foram atingidos, apenas 11 Curtiss P-40, tendo um deles abatido um bombardeiro «Val».

Por volta das 08:50 chega a segunda vaga do ataque japonês. Esta segunda vaga era constituída por pilotos menos experientes e a maior parte dos aviões transportava bombas não perfurantes, pois destinavam-se a atacar os porta-aviões norte-americanos.
Parte destes navios, na falta de alvos gastaram as suas bombas atacando o couraçado Nevada, levando a que encalhasse.

O ataque japonês terminou às 10 horas de 7 de Dezembro. Os japoneses perderam um total de 29 aviões: Seis caças «Zero», 15 bombardeiros «Val» e 5 torpedeiros «Kate». Mas a sua acção foi absolutamente devastadora.

Dos noventa e quatro navios da esquadra americana do Pacífico, dezoito foram destruídos ou gravemente danificados. Destes, quatro couraçados, dois contratorpedeiros e dois navios auxiliares.
Foram danificados outros quatro couraçados, três cruzadores ligeiros, um contratorpedeiro e dois navios auxiliares.

188 aeronaves foram completamente destruídas e outras 159 sofreram danos, embora reparáveis.

O beneficio do acaso
O sucesso da operação japonesa teve apenas um senão. Na verdade, os aviões da segunda vaga, estavam destinados a atacar os porta-aviões, mas não os conseguiram encontrar, razão pela qual o segundo ataque teve menos sucesso que o primeiro, porque as bombas não eram adequadas para navios protegidos.

Os dois porta-aviões que se encontravam em Pearl Harbour tinham saído e não se encontravam no porto.
O «Lexington», estava numa missão de transporte, e seguia em direcção a Midway para entregar aeronaves de combate naquela base americana. O «Enterprise» tinha sido enviado numa missão idêntica à ilha de Wake e estava a regressar a Pearl Harbour quando se deu o ataque tendo chegado a lançar aeronaves para tentar encontrar a esquadra japonesa.

Ao não conseguir destruir os porta-aviões americanos, os japoneses falharam a destruição daquele que viria a ser o mais poderoso meio naval na guerra do Pacífico. Quando em Midway, em meados do anos seguinte as duas frotas se encontram, embora a frota japonesa fosse muito mais poderosa em termos de couraçados, ela não era tão inferior em termos de porta-aviões, ainda mais que como se veio a verificar a qualidade de construção dos porta-aviões dos Estados Unidos era superior à dos porta-aviões japoneses.


[1] Um deles é o couraçado Arizona, que foi posteriormente transformado em monumento nacional.
[2] - Não faz parte da lista o couraçado Utah, que já tinha sido convertido em navio depósito. No entanto o Utah também foi atacado e afundado. Continua hoje no mesmo lugar transformado (como o Arizona) em monumento.