13.2.15

1884: Caneta-tinteiro é patenteada



Em 12 de fevereiro de 1884, o corretor de seguros Lewis Waterman, de Nova York, patenteou uma invenção revolucionária: um utensílio para escrever que dispensava ser mergulhado na tinta e não borrava.



Tudo começou com um incidente desagradável. Conta a lenda que o corretor de seguros norte-americano Lewis Edson Waterman perdeu um negócio importante porque seu tinteiro borrou todo o documento. Exatamente no momento em que o cliente ia assinar a apólice de seguro, um jato de tinta manchou o contrato. Como a confecção de um novo demorasse muito, o cliente preferiu assinar com o concorrente.

O negócio perdido acabou transformando Waterman num homem rico. Ainda na mesma noite, ele começou a conceber um equipamento de escrever que não borrasse. No dia 12 de fevereiro de 1884, patenteou a caneta-tinteiro.

O truque técnico de Waterman foi abrir finos canais na peça de ligação entre o bico da pena e o depósito de tinta, por onde passasse somente a tinta necessária para escrever. Em contrapartida, através dos canais capilares, o ar sobe até o reservatório de tinta, impedindo a formação de vácuo.

Aceitação imediata

Em 1885, sua invenção foi lançada no mercado e conquistou imediatamente os escritores. "Que equipamento útil!" – elogiou Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes. Também Thomas Mann começou a usar "um desses engenhosos distribuidores de tinta".

Após a Segunda Guerra Mundial, as canetas esferográficas conquistaram os bolsos de paletós e as mesas de escritórios. Nos anos 1960, a caneta-tinteiro chegou a ser satirizada na Alemanha, mas hoje vive um renascimento.

Thomas Schnädter, da Montblanc, explica a razão: "As pessoas hoje querem ter mais tempo. Escrever com uma caneta-tinteiro significa tomar tempo para algo. Isso talvez explique por que se escreve com ela, embora seja trabalhoso – ela tem que ser enchida e sua tinta não pode ser simplesmente apagada. Nós não lamentamos que seja demorado escrever com ela, até fazemos questão de dizer que o prazer da escrita com ela está exatamente em ser demorado."

Restaurador de canetas

Este renascimento do antigo método para escrever também beneficia Manfred Süske, o único torneiro de caneta-tinteiro atuante na Alemanha. Ele faz até três mil consertos por ano, no porão de sua casa. Ele fez um curso especial, onde aprendeu a fabricar as peças necessárias ao reparo das penas ou dos reservatórios de tinta. "O que mais estraga são vedações, que são então ajustadas. Se faltar uma pena, sou eu que reponho", explica.

A esposa de Manfred, Gerda Süske, lembra que até uma pena histórica já passou pela oficina: "Trata-se da caneta-tinteiro usada pelo então chanceler federal Konrad Adenauer para assinar a Lei Fundamental da Alemanha. Ela foi consertada aqui e depois leiloada."

Além de ser objeto cobiçado pelas casas de leilões, as canetas-tinteiro já têm até museus só para elas, por exemplo em Paris. Os fabricantes de material de escritório faturam rios de dinheiro, vendendo produtos que imitam os clássicos.

Para garantir a qualidade do produto, a Montblanc lança apenas 4.810 exemplares por ano, exatamente a altura em metros da montanha francesa – o pico mais elevado da Europa e que dá nome à caneta. Os aficionados dispõem-se a pagar preços exorbitantes por um exemplar raro.

Fonte: DW

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