3.9.19

1960: Primeira pílula anticoncepcional chega ao mercado



No dia 18 de agosto de 1960 foi lançado o contraceptivo oral Enovid-10 nos Estados Unidos. A pílula significaria uma verdadeira revolução nos hábitos sexuais do mundo ocidental.





"Um dia histórico e um tremendo passo à frente": foi com essa manchete que a revista Der Sternanunciou, na década de 1960, o lançamento do contraceptivo oral no mercado alemão. Tudo havia começado no início dos anos 1950 nos Estados Unidos. A feminista Margaret Sanger e a milionária Katherine McCormick haviam se unido para inventar uma pílula contra a gravidez que fosse fácil de usar, eficiente e barata.

O cientista Gregory Pincus aceitou o desafio. Mas tinha que trabalhar às escondidas, pois os contraceptivos estavam oficialmente proibidos nos Estados Unidos até 1965. Ele alegou tratar-se de uma pesquisa para aliviar os sintomas da menstruação e encerrou seu trabalho cinco anos depois de iniciar as pesquisas. No dia 18 de agosto de 1960 lançou o novo produto no mercado norte-americano: o Enovid-10.

Na Alemanha, a pílula apareceu apenas em 1º de junho de 1961, quando foi lançada pela Schering com o nome de Anovlar. Eram pequenos comprimidos verdes, cuja bula, naturalmente, vinha com a indicação "para aliviar os sintomas desagradáveis da menstruação".

A revolução sexual dos anos 60

O sexo, na época, ainda era tratado apenas como meio de reprodução. A pílula significou uma reviravolta no conceito de sexualidade, pois o casal podia passar a manter relações sexuais apenas por prazer. A demanda aumentou muito a partir de 1965 na Alemanha. Ao mesmo tempo em que a indústria farmacêutica enriquecia, os homens começaram a se preocupar com a fidelidade de esposas e namoradas.

O auge da pílula anticoncepcional veio a seguir, com Woodstock e os hippies, a efervecência do movimento estudantil e o avanço do feminismo. Em pouco tempo, no entanto, começaram a ficar claros os efeitos colaterais, como mal-estar e ganho de peso.

Os laboratórios continuaram pesquisando e criaram a mini e a micropílula (com dosagens hormonais menores), a pílula do dia seguinte, o adesivo e o implante com hormônios.

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Autoria Judith Hartl (rw)