Em 1921 conseguiu o brevet de Piloto, quando conhece Walter Hilton, instrutor de vôo na Flórida. Com o novo amigo e a afinidade de idéias, concebe a idéia de um reide New York-Rio de Janeiro, para o ano de 1922, celebrando o centenário da nossa independência, desbravando assim aquela rota aérea. Conseguiram a adesão de um banqueiro americano, Andrew Smith Jr, que asseguraria verbas para o atrevido projeto. Contrataram à Fábrica Curtis, um hidroavião biplano, com 28 metros de envergadura e dois motores Liberty de 400 HP cada. O nome do avião foi uma homenagem ao senador e presidente do Aeroclube do Rio de Janeiro, Sampaio Correia. A tripulação estava composta pelo piloto Walter Hilton, pelo co-piloto Euclides Pinto Martins, o mecânico John Edward Wilshusen (da fábrica Curtis), do jornalista George Thomas Bye do New York Word e do cinegrafista John Thomas Baltzel da Pathé News. O hidroavião deveria decolar no dia 16 de agosto de 1922, mas ao colocá-lo no rio Hudson, houve uma pequena avaria na asa esquerda, adiando a partida. No 17 de agosto finalmente o avião decolou aplaudido por milhares de pessoas. No trecho entre Nassau e Porto Príncipe (Haiti) foram surpreendidos por forte borrasca e cairam no mar ao leste da ilha de Cuba, no dia 22 de agosto de 1922. Mas a equipe não desistiu e , assim, acabaram conseguindo que o jornal New York Word lhes dessem um outro avião, um hidroavião do mesmo modelo, com seis anos de uso, que pertencia à Base Naval de Pensacola, ao qual apelidaram de Sampaio Correia II. No dia 3 de setembro de 1922, partiram de Pensacola, Florida e aterrissaram em Porto Príncipe em 7 de setembro; Tiveram que passar 30 dias esperando peças de reposição para o sistema de refrigeração.
Em 7 de outubro de 1922 eles decolaram de Porto Príncipe rumo a São Domingos na República Dominicana, em seguida Guadalupe, Trinid e Tobago, Georgetown, Paramaribo, Cayena e, finalmente, em 1º de dezembro de 1922, amerissa no Rio Coreau, no Estado do Pará. Depois de outras escalas, chegaram a Recife, em fins de dezembro de 1922, onde conseguiram peças de reposição.
> Quer sabe mais?: Clique aqui < Fonte: http://www.memorialpernambuco.com.br/memorial/travessias/menu3.htmlA heróica travessia EUA - Brasil Euclides Pinto Martins O AVIÃO Na foto o hidroavião Sampaio Correia II, bimotor, biplano, da fábrica Curtis, com 28 metros de envergadura (de uma ponta da asa para a outra), dois motores Liberty de 400 HP cada, com 8 mil kg de peso. O REIDE Euclides Pinto Martins tinha 16 anos quando aprendeu a pilotar um navio, e, aos 17 anos foi morar nos Estados Unidos, onde fez curso de engenharia mecânica, casando com uma americana. Volta ao Brasil onde trabalhou em obras contra a seca. A sua esposa falece no Brasil. Viúvo, volta aos Estados Unidos onde pratica aviação.
Rio Coreau, no Estado do Pará
Sampaio Correia amerissa na Praça Rio Branco (marco zero) Recife.O HERÓI Euclides Pinto Martins nascem em Camocim, no Ceará, em 15 de abril de 1892. Forma-se em engenharia mecânica nos Estados Unidos, volta ao Brasil casado. Permanece um tempo no Brasil, onde trabalhou como engenheiro na Inspetoria Federal de Obras contra a Seca. Chega a morar 2 anos em Recife. Com o falecimento da esposa, volta aos Estados Unidos, tenta montar uma empresa de navegação marítima, mas o empreendimento fracassa (o navio afundou). Casa-se novamente com uma americana. Concebe a idéia do reide New York-Rio de Janeiro junto com o colega Walter Hilton. Anos depois de concluído o reide, no dia 12 de abril de 1924 foi encontrado morto com um tiro na cabeça, talvez vitimado por depressão.