15.7.10

Travessia do Atlântico (com escalas)

Travessia do Atlântico (com escalas)
Sacadura Cabral e Gago Coutinho

O AVIÃO
Sacadura Cabral e Gago Coutinho usaram aviões da fábrica inglesa Fairey, fabricante do F IIID. A escolha foi um hidroavião monomotor, biplano, com motor RolLs Royce. Foram fabricados 3 modelos exclusivos para o reide: F400, F16 (Santa Maria 1) eF17 (Santa Maria 2). O F400, depois,foi batizado de Lusitânia. E o F17 de Santa Cruz (depois de concluído o reide).
O REIDE
O projeto da Travessia Aérea Lisboa - Rio de Janeiro fôra lançado e autorizado emjunho de 1919 pelo governo português, mas ficou suspenso até que se encontrasse, aviões que satisfizessem os requisitos.

Assim, em julho de 1921 Sacadura Cabral voltou a analisar os tipos de aviões, terrestres e marítimos existentes, optando-se pelo hidroavião pois não havia aeródromos nas ilhas de Cabo Verde e Fernando de Noronha. E ainda havia a questão da verba.

Em setembro de 1921 Sacadura Cabral encomenda 3 aviões à fábrica inglesa Fairey, mas com motores Rolls Royce, ficando pronto no final do ano.

Em janeiro de 1922, o avião (o futuro F-400 Lusitânia) é montado no Centro de Aviação Naval de Lisboa.

A Marinha portuguesa coloca à disposição da viagem, para apoio logístico, o cruzadorRepública, o aviso 5 de Outubro, a canhoneira Bengo e, na fase final, o cruzadorCarvalho Araújo.

Em 30 de março de 1922, Sacadura Cabral decola de Lisboa levando Gago Coutinho como observador:

  • Primeira etapa: Lisboa-Las Palmas (Canárias) realiza-se sem problemas. Em terra, Sacadura prefere decolar de outro ponto, em Gando, ao sul da ilha;
  • Segunda etapa: Gando-São Vicente (Cabo Verde). Ao chegar em São Vicente transfere-se para Praia, na ilha de SãoTiago, mais ao sul. As condições do mar não lhe permitem decolar com o máximo de combustível, pelo que Sacadura opta em solicitar a ida do cruzador República para junto dos Penedos de São Pedro e São Paulo, onde pensa amerrissar e ser reabastecido, em vez de tentar o percurso Praia-Fernando de Noronha pelo qual já sabe que não dispõe de combustível suficiente. É nesse ponto que o governo batiza o avião de F-400 Lusitânia;


Cruzador República ao lado dos Penedos

  • Terceira etapa: Praia-Penedos de S. Pedro e S.Paulo. O sistema de navegação tem que ser rigoroso, porque os penedos tem uma pequena superfície e pequena altitude e o avião irá chegar no limite do seu combustível. Ao chegar, Sacadura tenta amerrissar mas um dos dois flutuadores parte-se o avião mete o nariz no mar. Os tripulantes são salvos pelo pessoal do República. De imediato Sacadura pede que lhe enviem um segundo avião, que segue a bordo do navio brasileiroBagé para Fernando de Noronha. Em 11 de maio de 1922 Sacadura decola no F-16 para ir sobrevoar os Penedos e regressar a Fernando de Noronha. No regresso à ilha o avião entra em pane e tem de amerrissar forçado, fora de qualquer rota de navegação. Ao fim de algumas horas e já em plena noite, são salvos por um navio inglês, o Paris Star. Sacadura volta a a informar o Ministério da Marinha português e solicita o envio do último avião, o F17, que segue a bordo do cruzador Carvalho Araújo. Sacadura decide continuar a viagem.

  • Quarta etapa: Fernando de Noronha-Recife. São 300 milhas e 4 horas e meia de viagem, no dia 5 de junho de 1922. A chegada em Recife é apoteótica, com portugueses do Brasil e brasileiros irmanados do mesmo espírito, saudando os novos Gamas e Cabrais. Segue-se depois Salvador, Porto Seguro, Vitória e finalmente, Rio de Janeiro, onde chegam a 17 de junho de 1922. No Rio de Janeiro o F17 é batizado com o nome de Santa Cruz, pela esposa do então presidente do Brasil, Epitácio Pessoa e avião fica exposto durante quase um ano na Exposição Internacional do Rio de Janeiro.

Tinham percorrido 4.367 milhas (7.027,81 kms) num tempo de vôo de 60 horas. Durante os restantes dos meses de 1992 percorrem o Brasil e Portugal onde fazem conferências e são aclamados como heróis em todos os locais.

OS HERÓIS
Gago CoutinhoSacadura Cabral
CARLOS VIEGAS GAGO COUTINHO - Almirante da armada portuguesa, historiador, matemático e geógrafo. Nasceu em Lisboa (1869-1959). ComSacadura Cabral fez a travessia aérea do Atlântico Sul, pela primeira vez. Inventou também o sextante que tem o seu nome e que o tornou admirado na aeronáutica mundial. Autor de trabalhos geográficos e históricos, principalmente acerca das navegações dos Portugueses.ARTUR SACADURA FREIRE CABRAL - Oficial de marinha e arrojado aviador, nasceu em Celorico da Beira em 1880. Com o Almirante Gago Coutinho, fez a primeira travessia do Atlântico Sul, em avião, tendo saído de Lisboa e chegado ao Rio de Janeiro, depois de peripécias dramáticas. Morreu de desastre no mar do Norte, em novembro de 1924, quando voava em direção a Lisboa, pilotando um avião que caiu. Não foi encontrado o seu cadáver.

O último avião Fairey, o F17, batizado Santa Cruz, após concluir a Travessia Lisboa-Rio de Janeiro. Atualmente ele está no Museu da Marinha em Lisboa, Portugal.

> Mais Fotos. Clique aqui <


Fonte:http://www.memorialpernambuco.com.br/memorial/travessias/menu2.html