O Japão é um país de cultura única, sua história até hoje é cheia de mistérios e segredos, isso devido a seu "isolamento" de outras nações asiáticas — a divisão por eras foi feita para facilitar o bom entendimento de sua história. No decorrer das descrições, vamos perceber que o país é marcado pelo patriotismo e vamos entender toda a curiosidade que essa cultura e história nos trazem. Definir com toda a certeza em que época realmente iniciou-se a civilização japonesa é muito difícil, mas os vestígios de vida no arquipélago indicam que pelo menos a 100 mil anos atrás, em uma época em que a área que corresponde ao Japão era colada ao continente asiático (prova disso foram os fósseis de mamute e de elefante naumann encontrados na parte norte do arquipélago). Os habitantes da Eurásia passaram a migrar para o leste, o povo provavelmente estava seguindo os animais, tendo em vista que, na época, a caça e a alimentação por plantas selvagens eram seus hábitos. Diferente do que muitos pensam, muitos indícios mostram que a origem do povo japonês não é chinesa. Instrumentos de pedra e fósseis humanos desse período mostram que esse povo existe desde a idade da pedra lascada, chamado também de Período Pré-cerâmico ou Período Paleolítico. Um dos maiores períodos, que durou milhares de anos. Foi nele que o arquipélago que conhecemos como Japão realmente se formou, pois com um aumento considerável da temperatura, o gelo começou a derreter e o nível do mar se elevou, mas o Japão ainda não era oficialmente um país. Naquele período, o homem continuava vivendo da caça de animais e de plantas selvagens, mas já se iniciava a produção de recipientes de barro (cerâmica jomon), o uso do arco e flecha e as primeiras tentativas de plantio. O interessante é que a extinção de algumas espécies de animais (que possuíam tamanhos muito diferentes do que conhecemos hoje) não foi causada apenas pelas mudanças climáticas, mas sim por ações humanas. O período Yayoi durou cerca de 600 anos e foi um dos períodos que trouxe mais mudanças ao arquipélago japonês. Talvez isso tenha ocorrido devido às viagens que habitantes do arquipélago fizeram para regiões de difícil acesso e, também, pela emigração de coreanos ao país, que levaram novas culturas, novos idiomas. Foram os coreanos que levaram ao Japão as técnicas do plantio do arroz e o trabalho com o metal (bronze e ferro). Influenciaram também nos recipientes de barro, ferramentas de uso cotidiano, entre outras coisas. Mas nem tudo foi benéfico, junto com tantas novidades vieram as guerras pelo poder, onde o tamanho de uma "aldeia" determinava quem era o mais forte, a diferença entre os ricos e pobres e uma certa rivalidade entre regiões. Mas muitos perguntam: por que os antigos habitantes da Coréia começaram a migrar para o Japão? E a resposta é bem simples, cerca de 2.500 anos atrás a Coréia enfrentava uma guerra e para fugir dela muitos coreanos embarcaram rumo à ilha de Kyushu e lá começaram a implantar o plantio do arroz que logo se expandiu por todas as ilhas. Com o tempo, os aldeões perceberam que o arroz poderia ser estocado por um grande período e logo o tamanho desse estoque mostrava o poder e a riqueza de cada vila. Na era Yayoi as pessoas se alimentavam do arroz cru, que era cozido no vapor ou fervido, mas essa não foi a única novidade da alimentação no arquipélago japonês, pois legumes (soja, azuki e trigo) que foram trazidos pelos chineses e a alimentação à base de carne de animais como cavalos e gado também foram incorporados à cultura japonesa. Antes de resumir esse período, é curioso dizer que muitos dos dados dessa época foram conseguidos apenas depois que historiadores pesquisaram a história da China, isso devido à grande influência que esse país teve no Japão. No início desse período, o Japão acabou ficando dividido em varias áreas, devido ao seu relevo, cada uma delas com seus próprios costumes. Novos itens como ferramentas agrícolas e armas começaram a entrar no arquipélago através da Coréia e China, a arte de cerâmica aumentou e tornou-se mais prática e até a escrita chinesa entrou no país para fins comerciais. O budismo foi introduzido no Japão graças a esses dois paises em 538 d.C. E foi durante a invasão de cavaleiros da Mongólia (que acabaram conquistando o país) que surgiu a dinastia Yamato, por volta de 250 d.C, Jimmu Tenno se consagraria o primeiro Imperador do Japão. Com o tempo, todas as pequenas vilas estavam sendo transformadas em um único Estado. Séculos depois, com o príncipe Shotoku Taishi (Shôotoku-Tishi), o poder dos proprietários de terras (os chamados ujis) foi diminuído consideravelmente. Destaques: a unificação do Japão como nação (por volta do 3º e 4º século) e a introdução do budismo no país. Um período meio que conturbado, mas que trouxe muitas das características visíveis até hoje no país. Em 604 d.C é criada por Shotoku, a primeira Constituição do país, com 17 artigos. Essa organização centralizada é aumentada ainda mais em 645 d.C com a reforma Taika, que entre outras coisas criava impostos que deveriam ser pagos pelos camponeses. Tais mudanças devem-se principalmente ao budismo e ao confucionismo. Esse período que durou cerca de cem anos foi marcado também por avanços na parte de arquitetura e nas áreas filosóficas. Já na parte política, as coisas eram mais complicadas, pois no período Asuka ocorreu diversos atentados à família imperial (inclusive ocorrendo mortes) e muitas brigas entre famílias de grande poder no Japão. O período Asuka marca e muito a "aceitação" e consagração do budismo no país graças ao príncipe Shotoku. O período Asuka chega ao seu fim quando no governo da Imperatriz Genmei acontece a mudança da capital, que passa a ser Heijou-kyou (Heidjôokyôo), uma província de Nara. Esse período se inicia quando a Imperatriz Genmei transfere a capital imperial japonesa para Nara, uma cidade que foi construída baseada na capital chinesa Tang, o que prova a grande influência exercida pela China e pela religião budista nessa época. Foram construídos diversos templos budistas, por todo o país. Graças a isso, o crescimento cultural na área artística foi enorme. Foi nessa época que a escrita chinesa (Kanji) foi adaptada para o japonês. A sociedade em sua maioria era agrícola e dividida em aldeias. O regime uji-kabane (grandes proprietários) entra em decadência e floresce o regime Ritsuriô (administrativo). Muitas escolas com pensamentos budistas foram estabelecidas na capital Nara e uma se destacou por ser a mais apreciada pelos imperadores, a Sutra da Luz Dourada, que definiu Buda como o ser universal. Mais uma vez o período é finalizado com uma mudança de capital, a nova capital imperial do Japão passaria a ser Heian-kyou. Destaques: mudança da capital imperial e o crescimento do poder centralizado no país. Com a posse do Imperador Kammu, novamente a sede da capital imperial muda de local, dessa vez seria Heian, que significa "capital da paz e da tranqüilidade" (essa capital, hoje em dia, é a província de Kyoto); foi justamente nessa época que surgiram os saburais (que possivelmente deram origem aos samurais). Por volta de 838 d.C. o Japão cortou as relações com a China devido à desordem que enfrentava. Já no século X, o Japão se encontrava sob o comando do clã Fujiwara e avançou muito na área cultural. Graças a isso, surgiu um sistema de escrita japonês de 46 símbolos básicos conhecido como Kana. Mas enquanto passava por um grande avanço cultural, na parte da política as coisas começaram a ficar mais difíceis e, por isso, duas nobres famílias, Taira e Minamoto, passaram a auxiliar os Fujiwara a manter a ordem em seu governo, com o recrutamento de camponeses. Mas logo toda essa harmonia entre as famílias acabou e o poder falou mais alto. Durante muito tempo ocorreram batalhas pelo poder — nesse período complicado, surgiram de fato os samurais e em duas grandes batalhas, Hogen (1156) e Heiji (1159), a família Taira venceu e assumiu o poder. Taira Kiyomori foi o primeiro samurai a ocupar o poder. A família Tara não governou bem e logo passou a ser odiada por todos; somente 20 anos depois foi derrotada e Minamoto Yoritomo assumiu o poder, encerrando assim esse período cheio de evoluções e guerras. Destaque: surgem os samurais. Minamoto Yoritomo consagra-se o vencedor da batalha e é denominado o Xogum, pelo imperador, assim se inicia uma nova época no Japão, um período em que os samurais se consagraram no poder. Nessa época, é criado o regime militar conhecido como Xogunato (ou bakufu). A capital imperial passa a ser em Kamamura, uma vila de pescadores bem protegida, ideal para se defender de grandes conflitos. Nesse período, o governo segue como base o código de honra dos samurais e, nessa mesma época, as espadas japonesas tornam-se as melhores do mundo. Um período calmo e de relativa evolução termina quando Yoritomo morre, assim como seus filhos, pouco tempo depois. A família Hojo passa a ser o poder no Japão e o país enfrenta bons tempos, a cultura novamente evolui e as relações com a China melhoram. Em 1220, o rei da Mongólia conquista toda a China devido ao seu grande armamento. Kublai Kan, neto de Genghis Kan resolve conquistar também o Japão e em 1274 desembarca com seu exército no arquipélago. Kublai Kan é derrotado pelos samurais e ainda tem seus navios atacados por fortes furacões, em duas tentativas. Com a vitória, os samurais mais uma vez se consagram como soldados leais e importantes, mas devido à guerra, o poder imperial não teve condições de recompensar seus bravos guerreiros, o que gerou uma certa turbulência no governo; o período chega ao fim quando o Xogunato de Kamamura foi derrotado pelo imperador Godaigo, em 1333. Destaques: a importância dos samurais, o crescimento do budismo, a eleição do primeiro Xogum do Japão. Nesse período é estabelecido o Xogunato Muromachi, por Ashikaga Takauji, em Kyoto. Esse período, apesar de violento, foi marcado por grande evolução econômica e cultural, como a arquitetura, pintura, poesia, canções, a cerimônia do chá (Chanoyu), o Ikebana (arte de arranjar flores) e o teatro (Nô e Kyogen). Pela primeira vez há o contato com o Ocidente, quando uma embarcação portuguesa chega ao arquipélago trazendo as primeiras armas de fogo (mosquetes). Na parte econômica, o poder passa para as mãos dos daymiôs, que eram os senhores feudais da época. Cada governo tinha uma certa liberdade, mas sempre mantendo seu respeito para com o Xogum. Devido a isso, grandes batalhas por territórios aconteceram e a construção de castelos pelos senhores feudais foi algo muito comum durante todo o período, devido aos grandes conflitos pela conquista de terras. Kyoto foi incendiada e o declínio do Xogum se inicia. Destaques: a grande evolução cultural, a chegada do cristianismo no país graças ao jesuíta Francisco Xavier. Devido ao declínio do Xogunato Muromochi não houve maneira de se defender dos constantes ataques de diversos senhores feudais, que tentavam assumir o poder a todo custo, mas depois de muitas tentativas, somente Oda Nobunaga, um importante general, conseguiu finalmente conquistar o poder. Primeiro Nobunaga conquistou a província de Owari e, anos depois, conquistou a capital do país, assim ressurge o poder imperial no país. Nabunaga só conseguiu tais conquistas porque usou o armamento fornecido pelos portugueses. Mesmo com tanto poder, o general não esperava por uma traição interna e acabou sendo assassinado antes de unificar todo o país. Seus passos foram seguidos por seu mais fiel general, Toyotomi Hideyoshi, que depois de adotar diversas medidas drásticas para evitar um possível golpe (tais como, confisco de armas, destruição de castelos, levantamento de propriedades etc.) finalmente conseguiu unificar o Japão em um único governo. O Japão começa a evoluir novamente e até tenta conquistar a Coréia duas vezes, mas falha em ambas. Esse período chega ao fim com a morte de Hideyoshi. Destaques: grande evolução econômica e social do país, unificação do país. Com a morte de Hideyoshi, Tokugawa Ieyasu assume o poder e logo de cara surpreende a todos traindo Hideyori, o sucessor de direito do Hideyoshi. Conquista o controle total do país quando na batalha de Sekigahara venceu alguns grupos rivais e seguidores de Hideyori. Torna-se, então, o novo Xogum a mando do Imperador, e estabelece-se na cidade de Edo (atual Tóquio). Chegamos a uma era conhecida como "Era de Tokugawa", em que a sociedade é dividida em quatro classes distintas (samurais, camponeses, artesãos e comerciantes), os feudos foram distribuídos a pessoas de confiança do Xogum, centralizando, assim, o poder na capital. Em 1633, a entrada de navios portugueses e a saída de japoneses do país foram proibidas, o cristianismo é proibido também e o Japão tem um elevado aumento comercial. O Japão estava praticamente fechado para o mundo exterior. Em 1760, finalmente as portas para outras culturas são reabertas. Quase no final do século XVIII, o Xogunato começa a enfrentar problemas e diversas rebeliões internas-continentes passam a ocorrer, exigindo uma reforma política. Acontece a revolução industrial no Ocidente e o Japão vê-se obrigado a mudar sua política para não ficar atrasado. São então firmados diversos acordos com países ocidentais. Destaques: perseguição a milhares de cristãos. Com a mudança do Imperador Meiji para Tóquio, e graças também à restauração de Meiji, o Japão se encontra novamente em uma nova fase, onde assina diversos tratados com países do Ocidente. Tais mudanças, entre outras coisas, trouxeram a liberdade religiosa e a igualdade social. Graças ao imperador e a seus tratados, o Japão passou por uma grande industrialização e a chegada de grandes estudiosos ocidentais ajudaram no avanço do país. Os feudos foram extintos e, assim, surgiram as prefeituras e uma verdadeira invasão ocidental ocorreu, durante cerca de duas décadas, ocorrendo também uma sentimento de elevado nacionalismo. Em 1880, devido ao investimento na industrialização do país, o Japão entra numa crise que só foi extinta com a criação do Banco do Japão. Essa época trouxe grandes avanços políticos, como a criação da primeira Constituição Nesse período, o Japão passou por duas guerras territoriais e em ambas se foi vencedor (uma contra a China, em 1895, e outra contra a Rússia, em 1905). Em 1910, o Japão ocupa o território coreano. Em 1912, morre o imperador Meiji e esse período chega ao seu fim com um saldo bem positivo. o período inicia-se quando Taisho, filho do Imperador Meiji, assume o poder. Aos poucos, o governo democrático ganhou grande força. Devido aos tratados feitos, o Japão acaba entrando na Primeira Guerra Mundial junto aos Aliados. Sua participação ficou bem restrita a pequenos ataques na Ásia. Ao termino da guerra, a situação econômica do país piorou bastante e se agravou ainda mais quando em 1923 um terremoto praticamente destruiu Tóquio. Destaques: as mulheres começam a participar mais da vida social do país, é estabelecida a democracia. Com a grande crise econômica que o mundo todo enfrentava, incluindo o Japão, os militares defendem que somente a conquista de novas áreas territoriais solucionaria o problema. E mesmo contra a vontade do imperador, os militares tomam quase que por completo o poder. O Japão começa uma pequena guerra por novos territórios e em 1933 retira-se da Liga das Nações. Em 1937 se inicia a Segunda Guerra Mundial, mas em pequena escala, porém no dia 7 de dezembro de 1941 o Japão ataca Pearl Harbor, base americana no Havaí. Depois desse ataque, o Japão nunca mais seria o mesmo, pois em 1945 os Estados Unidos lançaram bombas atômicas sobre as províncias de Hiroshima e Nagasaki, dando fim à guerra. O imperador se rende e o saldo final foram as mortes de quase 2 milhões de japoneses, metade do país destruído e uma economia arrasada. Com o término da guerra, por alguns anos o Japão manteve-se ocupado pelas forças vitoriosas e em 1947 foi criada uma nova Constituição que proibia a resolução de problemas internacionais com guerra. O imperador perdeu o poder e a nova forma de governo passou a ser a monarquia constitucional, sob o controle de um parlamento. As relações exteriores só voltam a ser realizadas em 1951. Logo, com a ajuda dos Estados Unidos, o Japão se tornaria uma das principais potências econômicas do mundo. Em 1973, o Japão entra numa crise de petróleo que só é superada com os investimentos nas indústrias de alta tecnologia. Em 1989 o imperador Hirohito falece, marcando o fim desse período. Com a morte de seu pai, Akihito assume o poder e inicia uma nova era, marcada por grandes avanços e tranqüilidade. Em 1993, o príncipe se casa com a plebéia Masako Owada. Fonte: www.animepro.com.br** a 8000 a.C
Período "Pré-Cerâmico"8000 a.C. a 300 a.C.
Período Jomon300 a.C. a 300 d.C.
Período Yayoi300 d.C. a 593 d.C.
Período Yamato ou Kofun593 d.C a 710 d.C
Período Asuka710 d.C a 794 d.C
Período Nara794 d.C a 1192 d.C
Período Heian (Heiã)1192 d.C - 1333 d.C
Período Kamakura1333 d.C a 1573 d.C
Período Muromachi1573 d.C a 1603 d.C
Período Azuchi-Momoyama1603 d.C a 1868 d.C
Período Edo1868 d.C a 1911 d.C
Período Meiji1912 d.C a 1925 d.C
Período Taisho1926 d.C a 1988 d.C
Período Showa1989 d.C aos dias atuais
Período Heisei