Por Emerson Santiago
Tio Sam (Uncle Sam, no original em inglês) é o nome de uma figura icônica criada a partir de várias tradições como uma forma de retratar de maneira simbólica e sintética os Estados Unidos e seu povo. Dotado de fraque, calças, cartola e gravata borboleta nas cores da bandeira do país, sua aparência é a de um homem alto, magro, aparentando cerca de 60 anos de idade ou mais, com um cavanhaque, suíças, e cabelo todos brancos.
Como muitos outros ícones (por exemplo, Papai Noel, ou Pai Natal), a figura do Tio Sam é a cristalização de imagens tradicionais de várias figuras masculinas de liderança na história norte-americana, remontando a tempos coloniais. Presume-se que a imagem mais antiga a reunir todas as características que hoje reconhecemos no Tio Sam data da Guerra de 1812 entre EUA e Reino Unido, um conflito que serviu para renovar o interesse do próprio norte-americano em sua identidade nacional. Tratava-se de um personagem real, um açougueiro chamado Samuel Wilson, nascido em Massachussets, e residente na cidade de Troy, no estado deNova Iorque. Wilson era conhecido como “tio Sam” por toda a cidade, e era um dos responsáveis pelo fornecimento de rações para os soldados na guerra. A população em geral interpretava a inscrição “US” (United States) dos barris preparados por Samuel como “Uncle Sam”. O Congresso norte-americano ratificou esta versão da criação do mito, declarando o dia 13 de setembro o Dia do Tio Sam.
Antes de 1812, o ícone americano era o Brother (Irmão) Jonathan, retratado como um revolucionário americano, com um chapéu de três pontas e casaco militar longo, diferente do Tio Sam que conhecemos hoje. Por volta de 1776 a 1783, o Irmão Jonathan era um termo que os legalistas britânicos usavam para expressar o seu desprezo para os revolucionários.
No fim do século XIX, a figura que conhecemos hoje recebeu uma imagem mais acabada, pelas mãos do desenhista Thomas Nast, responsável não só pela moldagem da figura do Tio Sam como a do Papai Noel. Trabalhando para a revista Harper’s Weekly, seus desenhos deram a imagem que temos hoje do ícone norte-americano, mas, com um tom diferente, uma espécie de crítico das mazelas dos governantes. Na época daPrimeira Guerra Mundial, o Tio sam passaria de crítico a vedeta do governo, ajudando-o no recrutamento de tropas através dos famosos cartazes de alistamento do exército, onde a figura aparece com dedo em riste, solicitando recrutamentos, obra do desenhista James Montgomery Flagg.
Bibliografia:
BAINBRIDGE, Carol. Uncle Sam – An American Icon (em inglês). Disponível em: <http://giftedkids.about.com/od/holidaysspecialdays/a/Uncle-Sam-An-American-Icon.htm>. Acesso em: 13 nov. 2012.
Fonte: