Por Felipe Araújo
No ano de 1850 o tráfico de negros para o Brasil chegou ao fim. Desta forma, tem início um processo de crise no sistema escravista devido ao aumento de preços dos escravos. Para suprir as necessidades de trabalho não remunerado nos latifúndios, os senhores optam por comprar escravos da região norte do País. Neste cenário, começam a surgir alguns movimentos a favor da abolição, que foram impulsionados pelo fim da Guerra de Secessão nos Estados Unidos, que tinha a abolição da escravatura como um dos motivos.
Como resultados de pressões de alguns setores da sociedade, em 1871 o Brasil aprova a Lei do Ventre Livre. A medida indicava que qualquer filho de escravo nascido após sua aprovação seria um cidadão livre. Porém, a mesma lei indicava que os senhores que criassem as crianças até os oito anos teriam o direito de contar com seu trabalho até os 21 anos de idade como forma de indenização. Apesar da ambiguidade da lei, com ela foi decretado que não nasceriam mais escravos no País.
Os movimentos contra a escravidão continuam a crescer e já no final do século XIX, no Brasil, a abolição torna-se uma das questões sociais mais discutidas. Grupos organizados antiescravismo se organizam, contando com o apoio de jornalistas, líderes políticos, advogados e clubes. Entre os principais nomes de negros intelectuais envolvidos nesta luta estão: José do Patrocínio, orador, escritor, jornalista e político, André Rebouças, inventor e engenheiro, Luís Gama, jornalista, advogado e escritor e, finalizando, Francisco de Paula Brito, poeta, dramaturgo e escritor.
Gradualmente, com surgimento de associações dedicadas à causa e fugas em massa, a utilização do trabalho escravo começa a deixar de ser uma questão legítima. Endossando tal panorama, em setembro de 1885, é promulgada a Lei dos Sexagenários (conhecida como Lei Saraiva-Cotegipe), que tornou livres todos os escravos com idade superior a 65 anos.
O fim da escravidão foi decretado em 1888 com a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel. Isso ocorreu devido às inúmeras fugas que estavam por ameaçar os resultados das safras de café. Apesar do final da escravidão, os novos cidadãos livres continuavam enfrentando o preconceito de grande parte da sociedade. Eles não tinham acesso aos meio de produção de nem à terra e ficaram marginalizados. De acordo com Arethuza Helena Zero, cientista social e professora da Unicamp, em matéria publicada no site da Editora Abril: “O Brasil carrega esse fardo histórico por ser um dos últimos países a abolir a escravidão”.
Fontes:
http://www.ceao.ufba.br/livrosevideos/pdf/uma%20historia%20do%20negro%20no%20brasil_cap07.pdfhttp://www.historiadigital.org/historia-do-brasil/brasil-imperio/segundo-reinado/video-os-caminhos-da-liberdade/http://www.abril.com.br/noticias/brasil/fim-escravidao-foi-doses-homeopaticas-diz-cientista-social-513285.shtml