HISTÓRIA DE TAIWAN
A História de Taiwan remonta a aproximadamente 5000 anos, mas pouco se sabe sobre os seus habitantes originais.
A Expansão Européia
Navegadores portugueses alcançaram a ilha de Taiwan em 1544, batizando-a de Ilha Formosa. Até à colonização de Taiwan pelos holandeses no século XVII falharam sempre as tentativas de estabelecimento na ilha por parte de outros grupos. Embora seja possível que também a China e o Japão o tenham tentado, o fato é que só no curto período de 1624 a 1662 isso foi possível com a presença holandesa.
Koxinga e o domínio imperial chinês
Os holandeses foram pressionados a abandonar a ilha em 1662 por Cheng Cheng-Kung (também conhecido por Koxinga), um antigo pirata seguidor de Ming, que tinha por ambição tomar o controlo da ilha, acabando por estabelecer o Reinado de Tungning (1662-1683). Após a derrota do neto de Cheng por uma armada comandada pelo AlmiranteShi Lang, os seguidores de Cheng são expatriados para os locais mais recôndidos do império Qing, deixando, no entanto, aproximadamente 7000 chineses em Taiwan. O governo Qing tentou reduzir a pirataria na área, emitindo também numa série de decretos para controlo da imigração e respeito dos direitos à terra por parte dos aborígines. Imigrantes legais continuam a entrar em Taiwan, alugando por contrato (que geralmente implicava casamento) os extensos terrenos pertencentes aos aborígines.
O domínio japonês
Após a Guerra Sino-Japonesa em 1895, a China foi forçada a ceder perpetuamente Taiwan ao Japão, permitindo aos residentes, que quisessem permanecer chineses, um período para venderem as suas propriedades e regressar a território chinês continental. Para melhor resistir à dominância japonesa foi criada, a 25 de Maio de 1895, a República de Taiwan. Esta resistência foi pressionada quando, a 21 de Outubro do mesmo ano, forças japonesas entraram em Tainan, a cidade capital de Taiwan. Usando o modelo francês de poder colonial, os japoneses foram decisivos na industrialização da ilha durante a sua ocupação. Construíram estradas, desenvolveram um sistema sanitário, um sistema escolar público, entre outras coisas. Por volta de 1935 os japoneses iniciaram um projeto de assimilação por toda a ilha, de modo a reforçar os laços de união entre Taiwan e o império japonês. Em 1945 considerou-se a criação de uma representação popular de Taiwan de modo a pôr um fim ao controlo militar da colônia.
A República da China
Com o terminar da Segunda Guerra Mundial em 1945, sob os termos do Tratado de Rendição do Japão, o Japão aceita provisoriamente a Declaração de Potsdam (que se refere à Declaração de Cairo) em que a ilha terá de ser transferida para o domínio chinês. As tropas da República da China foram autorizadas a entrar em Taiwan para aceitar a rendição das forças militares japonesas de acordo com a Ordem Geral Nº1 decretada pelo General Douglas MacArthur em 2 de Setembro de 1945, que seriam mais tarde transportadas para Keelung pela marinha norte-americana. As tropas chinesas hesitaram inicialmente em aceitar a rendição do Japão e em proceder à ocupação militar da ilha. A administração militar chinesa comandada por Chen Yi foi alegadamente extremamente corrupta. Adicionando ao facto de que um ambiente de desconfiança se fazia sentir devido às diferenças culturais entre os nativos e os recém-chegados, rapidamente se culminou na perda do apoio popular à nova administração e no sangrento incidente 228, no qual tropas governamentais massacraram aproximadamente 30.000 protestantes. No Tratado de Paz de S. Francisco, que entrou em vigor em 28 de Abril de 1952 e no Tratado de Taipei, que entrou em vigor em 5 de Agosto do mesmo ano, o Japão renuncia formalmente a todos os direitos à ilha Formosa (Taiwan) e a Pescadores (Peng-hu). Não é, no entanto, clarificado a quem é que deverá passar a pertencer o controlo do território, em parte para se evitar tomar posições na Guerra Civil Chinesa que decorre paralelamente.
Kuomintang e Chiang Kai-shek
O Kuomintang (Partido Nacionalista ou KMT), que no momento controlava o governo da República da China recolheu-se com o seu líder Chiang Kai-shek em Taiwan após a Guerra Civil Chinesa entre o KMT e o Partido Comunista Chinês, que terminou a favor dos comunistas em 1949. Neste êxodo contavam-se aproximadamente 2 milhões de refugiados vindo da China continental. Chiang Kai-shek, então presidente da República da China, tomou o comando de Taiwan, reorganizou as suas tropas e instituiu reformas politico-democraticas limitadas tendo continuado a prometer a reconquista da China continental. A sua posição internacional acabou por se enfraquecer quando em 28 de novembro de 1971 os Estados Unidos da América expulsaram o seu regime e aceitaram os comunistas como o único governo legítimo da China. Chiang Kai-shek permaneceu presidente até ao fim da sua vida em 1975.
A identidade de Taiwan
Até 1987 Taiwan permaneceu sob Lei Marcial e um partido governou até 1991 quando o presidente Chiang Ching-kuo gradualmente liberou e democratizou o sistema. Após a sua morte foi sucedido pelo vice-presidente Lee Teng-hui, como presidente da República da China e líder do KMT, avançando bastante na democracia em Taiwan. Em 2000 e 2004 foi eleito Chen Shui-bian do Partido Democrático Progressista.
A situação de Taiwan ainda é hoje, por muitos, questionável.
Fonte: Wikipédia